Lidando com um distúrbio alimentar
Eu me sentia muito sozinha… Eu lembro que desejava encontrar alguém que compreendesse como me sentia por dentro. Mas, quanto mais eu queria que alguém entendesse, menos era compreendida. Assim que eu percebi que ninguém mesmo me compreendia, minha vida se tornou mais solitária. Tudo começou quando eu tinha por volta de 14, 15 anos. Era cheia de amigos, tanto na universidade como em outros lugares e tinha uma família que me apoiava muito. Tudo corria do jeito que eu queria e as minhas direções na vida estavam bem traçadas. Como a maioria das meninas da minha idade, eu experimentei momentos de diversão, alegrias e desilusões. A vida parecia “normal”. Contudo, depois de mais ou menos um ano vivendo neste status quo, aquelas circunstâncias mudaram, e minha vida deu um giro de 180 graus.
Sobre Distúrbios Alimentares: Procurando Aceitação
Quando eu entrei no ensino médio, várias coisas aconteceram: terminei com meu namorado; perdi alguns dos meus melhores amigos; minha irmã se casou e se mudou. Muitas das minhas velhas seguranças não duraram muito. Tudo estava mudando. De início, tantas mudanças não eram um grande problema, mas quanto mais eu percebia o quão instável minha vida estava, menos eu sabia como agir. Senti que não existia absolutamente nada a que eu realmente poderia me apegar e nenhuma maneira pela qual eu pudesse controlar as coisas na minha vida. Era um sentimento de tremenda insegurança.
Lidando com a solidão, comecei a fazer qualquer coisa para que me sentisse segura e sob controle. A velha forma de viver não mais fornecia aquilo que eu estava precisando, então mudei, na esperança de encontrar uma nova estabilidade. Pensava que poderia controlar minha vida em vez de os outros a controlarem. Meu desejo maior era ser aceita pelos outros, e eu estava determinada a fazer tudo que estivesse ao meu alcance para atingir esse objetivo, incluindo mudar minhas ações ou imagem.
Mesmo entre tantas mudanças, ainda aparentava ser a pessoa mais segura do mundo para os outros; o que tornou tudo pior porque eu me sentia como se não tivesse nada. As pessoas sempre vinham buscar segurança em mim, mas segurança era a coisa que eu mais necessitava delas.
Então, passei a procurar aceitação, estabilidade, o que me levou a me concentrar na minha aparência física. Acreditava que se parecesse bonita e as pessoas ficassem atraídas por mim, teria a aceitação que precisava. Como muitas garotas, eu pensava que, perdendo alguns quilinhos, me tornaria perfeita. Comecei a procurar várias maneiras de perder peso, fazendo dietas, exercícios, comendo menos comidas gordurosas e até passando fome. Porém, eu gostava demais de comer para entrar numa dieta ou ficar sem comer, e praticar exercícios regularmente tomava muito tempo e esforço. Sem contar que eu não queria que ficasse óbvio que eu estava insegura quanto à minha aparência ou que eu não tinha controle sobre nenhuma área da minha vida.
Então, passei a procurar aceitação, estabilidade, o que me levou a me concentrar na minha aparência física. Acreditava que se parecesse bonita e as pessoas ficassem atraídas por mim, teria a aceitação que precisava. Como muitas garotas, eu pensava que, perdendo alguns quilinhos, me tornaria perfeita. Comecei a procurar várias maneiras de perder peso, fazendo dietas, exercícios, comendo menos comidas gordurosas e até passando fome. Porém, eu gostava demais de comer para entrar numa dieta ou ficar sem comer, e praticar exercícios regularmente tomava muito tempo e esforço. Sem contar que eu não queria que ficasse óbvio que eu estava insegura quanto à minha aparência ou que eu não tinha controle sobre nenhuma área da minha vida.
Sobe Distúrbios Alimentares: Fantasiando uma Solução
À medida que eu determinava minhas escolhas, decidi que o melhor a fazer era passar a vomitar depois de comer. Dessa forma teria uma aparência completamente normal, além de receber algum valor nutritivo da comida ingerida. Então, vomitaria apenas o excesso e me livraria da comida que me tornaria menos aceitável fisicamente. No início, comecei a fazer isso apenas depois do jantar. Isso funcionou tão bem que eu comecei a pular o café da manhã e vomitar após o almoço e o jantar. Eu estava muito animada com o fato de tudo estar indo tão bem…
Não apenas mantinha meu peso, como também o perdia! Durante esse período, um garoto muito especial começou a prestar mais atenção em mim. Ele realmente estava gostando das mudanças pelas quais eu estava passando. Na realidade, ele freqüentemente elogiava meu corpo e me aceitava completamente. Estava funcionando! Tinha reajustado a minha vida e ganhado a segurança e a aceitação que tanto precisava.
A VIDA ESTAVA ÓTIMA. Eu ia ao banheiro depois de todas as refeições, abria a torneira – assim ninguém escutaria – e vomitava por alguns minutos. Foi difícil no começo colocar o dedo lá dentro da garganta para fazer a comida surgir. Mas gradualmente, me acostumei. Acreditava que valia a pena. Ter a aceitação do meu namorado e as garotas me dizendo o quanto estava atraente me levou a acreditar que eu precisava continuar a fazer aquilo que eu já estava fazendo. Daí, as coisas se tornaram mais fáceis. Quanto mais eu vomitava, mas eu perdia peso. Finalmente, eu consegui parar de colocar meu dedo na garganta e simplesmente comecei a vomitar automaticamente toda vez que eu comia.
Então as coisas começaram a mudar. Meus relacionamentos se tornaram frios, mesmo com meu adorado namorado. Meus pais notaram que eu estava diferente. Parecia que os conflitos estavam presentes em todas as áreas da minha vida. Eu não mais estava recebendo aquela segurança. Por que eu estava me sentindo infeliz novamente? Por que eu não conseguia controlar o que estava acontecendo comigo? Até mesmo vomitar não tava mais funcionando da maneira como eu queria: quando eu ia comer um pequeno lanche, eu vomitava querendo ou não. O processo físico de vomitar e a fraqueza do meu corpo não eram nada prazerosos. Contudo, eu não conseguia mais parar e me sentia cada vez mais fora de controle. Estava tão sozinha, sem nenhuma segurança e controle sobre as coisas da minha vida, que chorava toda vez que ia vomitar. Não sabia mais o que fazer!
Então as coisas começaram a mudar. Meus relacionamentos se tornaram frios, mesmo com meu adorado namorado. Meus pais notaram que eu estava diferente. Parecia que os conflitos estavam presentes em todas as áreas da minha vida. Eu não mais estava recebendo aquela segurança. Por que eu estava me sentindo infeliz novamente? Por que eu não conseguia controlar o que estava acontecendo comigo? Até mesmo vomitar não tava mais funcionando da maneira como eu queria: quando eu ia comer um pequeno lanche, eu vomitava querendo ou não. O processo físico de vomitar e a fraqueza do meu corpo não eram nada prazerosos. Contudo, eu não conseguia mais parar e me sentia cada vez mais fora de controle. Estava tão sozinha, sem nenhuma segurança e controle sobre as coisas da minha vida, que chorava toda vez que ia vomitar. Não sabia mais o que fazer!
Sobre Distúrbios Alimentares: Pedindo por Ajuda
Já nesse ponto, tudo o que eu havia aprendido na minha infância se tornou primordial na minha vida. As pessoas sempre dizem que tudo o que se aprende na infância irá certamente voltar à tona mais tarde na vida. E foi exatamente o que aconteceu comigo. Quando eu era pequena, aprendi muitas coisas sobre Deus através da minha família e da Igreja. Meus pais me diziam que Deus me amava e queria me conhecer, mas por causa das coisas ruins, ou pecados, que eu tinha cometido, eu não poderia conhecê-lo ou ir ao céu para ficar com ele. A Bíblia diz “pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23). Meus pais, além disso, me diziam que Deus fez com que eu pudesse conhecê-lo através de Jesus, que morreu na cruz pelos meus pecados.
João 3:16 nos diz: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Jesus pagou pelos meus pecados e perdoou tudo o que eu tinha feito. O melhor de tudo era que Deus amava o mundo e morreu para perdoar os pecados de todo o mundo. Qualquer pessoa pode ter um relacionamento com Jesus Cristo convidando-o para entrar em sua vida, aceitando o seu presente de morrer na cruz.
Como uma criança, eu aceitei esse generoso presente que foi seu perdão. Apesar disso, através do período de insegurança e toda a dor por que eu estava passando, Deus parecia distante. O relacionamento que eu tinha começado com ele quando eu era criança não era mais importante pra mim. Eu ainda ia a igreja e orava às vezes, mas achava que Deus não entendia a minha situação. Eu queria apenas tocar as coisas por conta própria.
Como uma criança, eu aceitei esse generoso presente que foi seu perdão. Apesar disso, através do período de insegurança e toda a dor por que eu estava passando, Deus parecia distante. O relacionamento que eu tinha começado com ele quando eu era criança não era mais importante pra mim. Eu ainda ia a igreja e orava às vezes, mas achava que Deus não entendia a minha situação. Eu queria apenas tocar as coisas por conta própria.
Porém, lidar da minha forma apenas me provou que as coisas não funcionaram bem. Eu lembro de uma noite em que estava tão cansada de mim mesma e da minha vida que eu comecei a chorar diante de Deus. Contei a ele como me sentia e orei para que ele me ajudasse. Eu não tinha certeza do motivo pelo qual eu me voltei a Deus naquele momento, mas eu sabia lá no fundo que nada mais iria funcionar. Sabia que eu não era forte o suficiente para lidar com tudo aquilo sozinha e que nenhuma outra pessoa poderia me fazer sentir melhor. Por dois anos lidei com solidão e inseguranças, lutando com distúrbios alimentares, agora já tinha atingido o fim da linha!
Sobre Distúrbios Alimentares: Encontrando a Verdadeira Aceitação
A PARTIR DO MOMENTO EM QUE ME VOLTEI PRA DEUS, as coisas gradualmente começaram a mudar. Eu ainda vomitava toda vez que comia, e ainda desesperadamente queria que as pessoas gostassem de mim. Apesar disso, estava me sentindo mais em paz. Comecei a ler a minha Bíblia e a orar a Deus, falando como eu me sentia. Na medida em que ia fazendo essas coisas, fui aprendendo muito sobre o amor e aceitação de Deus. Eu lembro que li sobre como Deus amava todas as coisas que ele criou e como seu amor era melhor que todos os amores que eu pudesse experimentar. Eu li no Salmo 136 que “O seu amor dura para sempre”, e em Sofonias 3 que Deus “se deleitará em mim com alegria e me renovará com o seu amor”. Isso significou muito pra mim, porque eu sempre desejei alguém, qualquer pessoa, que gostasse de mim. Eu aprendi que Deus não apenas gostava de mim, mas que me amava. Ele me amava mais do que qualquer pessoa e amava com o tipo de amor que nunca se acaba.
Ele me ama suficientemente ainda para tomar conta das coisas na minha vida. “Lance sobre ele toda a sua ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês”.(1 Pedro 5:7). Eu não tinha que desesperadamente me sair bem em tudo e estar no controle de tudo o tempo inteiro. Aprendi ainda sobre a aceitação de Deus. Mesmo que as pessoas quisessem que eu parecesse bonita ou que eu agisse de um certo modo, Deus me aceitava do jeito que eu era. Eu li em Efésios 1 que Deus nos dá livremente seu favor imerecido. Não tive de fazer nada para receber seu favor ou sua aceitação. Mesmo eu me machucando ao vomitar o tempo todo e estar desesperadamente procurando pelo amor de alguém que não fosse ele, Deus me aceitou. O Rei do Universo me aceitou e me amou!
Conhecer o leal amor de Deus por mim fez toda a diferença na minha vida. As coisas não se tornaram perfeitas, mas conhecer a Deus, me ajudou usar o que eu sabia no meu interior para transformar as minhas atitudes no meu exterior. Lutava com os meus sentimentos, e ainda vomitava, mas, aos poucos, até mesmo estas coisas começaram a mudar: conheci a Deus mais de perto, tentando diariamente me lembrar de sua aceitação e amor; passei a vomitar menos e menos, até conseguir parar. Depois de alguns meses de transição, comecei a olhar para Deus em busca de aceitação ao invés de em outras pessoas, e permiti que ele tivesse o controle da minha vida.
Sobre Distúrbios Alimentares: Cura Bem Sucedida
Mais ou menos 3 anos já se passaram desde que eu parei de vomitar. Foi uma batalha lidar com pensamentos que me diziam que eu não era bonita suficiente, e isso me tentou a tomar o controle. Honestamente, eu luto com esses pensamentos todos os dias. Vivi momentos em que tudo parecia estar dando errado e senti uma grande dor dentro de mim. Durante essas horas de fraqueza, pensava em comer a fim de ganhar conforto ou pensava que se eu fosse mais magra as coisas seriam melhores. Mas eu sei que não preciso acreditar nessas mentiras. Tenho de acreditar e me lembrar da aceitação completa que ganhei por aquele que mais me importa. Algumas vezes Deus ainda me parece distante e eu nem sempre me sinto bonita. Mas eu sei que permitir que o amor e a aceitação de Deus sejam reais pra mim, é a única coisa que pode fazer a diferença lá dentro da minha alma. Confesso que é muito difícil, mas Deus está sempre lá me confortando e me amando apesar de tudo. Ele continuamente me mostra seu amor e aceitação incondicional. Quando eu vejo as coisas da maneira que Deus vê, meu coração não se sente mais sozinho, nem tampouco incompreendido. Não vejo mais vazio nem rejeição, e sim amor e aceitação.
Não sei se você pode se identificar com alguma coisa que confessei aqui ter sentido ou vivido. Passei o verão em um país diferente, e à medida que eu falava com as pessoas lá e fazia amigos, percebi que todos nós desejamos as mesmas coisas. Todos nós temos uma necessidade de amor e aceitação que nunca se acaba. Isso não cabe apenas às garotas; cabe a todo mundo. Se você alguma vez já se sentiu dessa forma ou mesmo lutou com a vida fora do seu controle, quero que você saiba que existe uma forma de encontrar liberdade e verdadeiramente saber o que amor e aceitação significam. Se a sua busca por aprovação e controle alguma vez já se pareceu com a minha (o desejo de se tornar magra a qualquer custo, mesmo através do vômito e de não comer absolutamente nada),
eu quero que você saiba que existe um melhor caminho. Ter Jesus como o seu amigo e ter todos os seus pecados perdoados vai fazer com que sua vida se torne mais prazerosa e completa que qualquer vômito ou magreza possa fazer. Mesmo você acreditando nisso ou não, saiba que Deus ama muito você e o aceita voluntária e completamente.
Quando você chegar no fim da linha e perceber que não pode mais fazer nada por si só, lembre-se de Jesus e do relacionamento com ele que está a sua espera. Basta deixar que ele entre em sua vida. É realmente simples assim e faz toda a diferença. Disse Jesus: “Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei…” (Apocalipse 3:20).
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