Belchior (também Melchior ou Melquior), Baltasar e Gaspar, não seriam reis nem necessariamente três, mas sim, talvez, sacerdotes da religião zoroástrica da Pérsia ou conselheiros. Como não diz quantos eram, diz-se três pela quantia dos presentes oferecidos. Segundo a escritora Elle White, "Os magos do Oriente eram filósofos. Faziam parte de uma grande e influente classe que incluía homens de nobre nascimento, bem como muitos dos ricos e sábios de sua nação. Entre estes se achavam muitos que abusavam da credulidade do povo. Outros eram homens justos, que estudavam as indicações da Providência na Natureza, sendo honrados por sua integridade e sabedoria. Desses eram os magos que foram em busca de Jesus."
Talvez fossem astrólogos ou astrônomos, pois, segundo consta, viram uma estrela e foram, por isso, até a região onde nascera Jesus, dito o Cristo. Ao estudarem esses magos o céu estrelado, procurando sondar os mistérios ocultos em seus luminosos caminhos, viram a glória do Criador. Buscando mais claro entendimento, voltaram-se para as Escrituras dos hebreus. Guardados como tesouro havia, em sua própria terra, escritos proféticos, que prediziam a vinda de um mestre divino.
A estrela, conta o evangelho, os precedia e parou por sobre onde estava o menino Jesus. "E vendo a estrela, alegraram-se eles com grande e intenso júbilo" (Mt 2:10). "Os Magos ofereceram três presentes ao menino Jesus: ouro, incenso e mirra, cujo significado e simbolismo espiritual é, juntamente com a própria visitação dos magos, um resumo do evangelho e da fé cristã, embora existam outras especulações a respeito do significado das dádivas dadas por eles. O ouro pode representar a realeza (além de providência divina para sua futura fuga ao Egito, quando Herodes mandaria matar todos os meninos até dois anos de idade de Belém). O incenso pode representar a fé, pois o incenso é usado nos templos para simbolizar a oração que chega a Deus assim como a fumaça sobe ao céu (Salmos 141:2). A mirra, resina antiséptica usada em embalsamamentos desde o Egito antigo, nos remete ao gênero da morte de Jesus, o martírio, sendo que um composto de mirra e aloés foi usado no embalsamamento de Jesus (João 19:39 e 40), sendo que estudos no Sudário de Turim encontraram estes produtos.
"Entrando na casa, viram o menino (Jesus), com Maria sua mãe. Prostando-se, o adoraram; e abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra." (Mt 2:11).
"Sendo por divina advertência prevenidos em sonho a não voltarem à presença de Herodes, regressaram por outro caminho a sua terra" (Mt 2:12). Nada mais a Escritura diz sobre essa história cheia de poesia, não havendo também quaisquer outros documentos históricos sobre eles.
Devemos aos Magos a tradição de trocar presentes no Natal. Dos seus presentes surgiu essa tradição em celebração do nascimento de Jesus. Em diversos países a principal troca de presentes é feita não no Natal, mas no dia 6 de janeiro, e os pais muitas vezes se fantasiam de reis magos.
A melhor descrição dos reis magos foi feita por São Beda, o Venerável (673-735), que no seu tratado “Excerpta et Colletanea” assim relata: “Melquior era velho de setenta anos, de cabelos e barbas brancas, tendo partido de Ur, terra dos Caldeus. Gaspar era moço, de vinte anos, robusto e partira de uma distante região montanhosa, perto do Mar Cáspio. E Baltasar era mouro, de barba cerrada e com quarenta anos, partira do Golfo Pérsico, na Arábia Feliz”. Quanto a seus nomes, Gaspar significa “Aquele que vai inspecionar”, Melquior quer dizer: “Meu Rei é Luz”, e Baltasar se traduz por “Deus manifesta o Rei”. Como se pretendia dizer que representavam os reis de todo o mundo, representando as três raças humanas existentes, em idades diferentes. Assim, Melquior entregou-Lhe ouro em reconhecimento da realeza; Gaspar, incenso em reconhecimento da divindade; e Baltasar, mirra em reconhecimento da humanidade. A exegese vê na chegada dos reis magos o cumprimento a profecia contida no livro dos Salmos (Sl. 71:11): “Os reis de toda a terra hão de adorá-Lo”.
Na antigüidade, o ouro era um presente para um rei, o olíbano (incenso) para um sacerdote, representando a espiritualidade e a mirra, para um profeta (a mirra era usada para embalsamar corpos e, simbolicamente, representava a imortalidade). Quem hoje for visitar a catedral de Colônia, na Alemanha, será informado de que ali repousam os restos dos reis magos. De acordo com uma tradição medieval, os magos teriam se reencontrado quase 50 anos depois do primeiro Natal, em Sewa, uma cidade da Turquia, onde viriam a falecer. Mais tarde, seus corpos teriam sido levados para Milão, na Itália, onde permaneceram até o século 12 (ano 1164), quando o imperador germânico Frederico dominou a cidade e trasladou as urnas mortuárias para Colônia. Com os três já a serem venerados como santos, as relíquias foram colocadas na Catedral de Colônia (Alemanha), onde supostamente ainda se encontram. "Não sei quem está enterrado lá, mas com certeza não são eles", diz o teólogo Jaldemir Vitório, do Centro de Estudo Superiores da Companhia de Jesus, em Belo Horizonte. Mas isso não diminui a beleza da simbologia do Evangelho de Mateus ao narrar o nascimento de Cristo. Afinal, devemos aos magos até a tradição de dar presentes no Natal. Em várias partes do mundo, há festas e celebrações em honra aos Magos. Há importantes manifestações culturais e folclóricas no Brasil com o nome de Festa de Santos Reis.
Diferentes opiniões quanto a quando o menino Jesus foi visitado
A tradicional crença de que Jesus foi visitado quando do seu nascimento não é consensual entre todas as pessoas. Há pessoas que acreditam que Jesus já possuia uma certa idade. Segundo seus defensores há quatro linhas de evidência para acreditar que Jesus já não era mais um bebé quando recebeu a visita: a tradução para o texto de Mt. 2:11 usa a expressão "uma criancinha", "um menino", e não um bebê de diversas traduções, como a de Almeida; Mt. 2:11 também cita que quando Jesus foi encontrado estava em uma casa e não em uma manjedoura; o fato de Herodes mandar matar as crianças de até dois anos e, por último, o fato de Maria ter dado apenas dois pássaros no templo como contribuição pelo nascimento do menino, o que a identificava como muito pobre, e não parte dos presentes que supostamente já teria ganho, já que na visita ela, através de seu filho, ganhou ouro e outros ítens valiosos.
Diferentes opiniões quanto a quando o menino Jesus foi visitado
Fontes: Wikipedia, Revista Superinteressante,
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