xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: Religiosidade e Vida Cristã

quinta-feira, 1 de junho de 2017

Religiosidade e Vida Cristã



Religiosidade e Vida CristãVida cristã 

Um assunto que tem me preocupado muito dentro do meio evangélico, e que tem sido motivado por inúmeras pregações de líderes religiosos popularizando-a nesses últimos dias, tornando-se quase que uma “verdade incontestável”, é que a religiosidade (i.e, ser uma pessoa religiosa) é algo ruim, desproveitoso, inútil, ou, pior ainda, algo que supostamente vai “contra a Bíblia”. Me desculpem, irmãos, mas essa é uma mentira diabólica infiltrada dentro da maioria das Igrejas cristãs a fim de desviar o verdadeiro cristão da verdade que há em Cristo (Jo.14:6), e da comunhão com Deus mediante a oração, a leitura bíblica, a aproximação que temos que ter com Deus, como o nosso Pai amado, que ama aos seus filhos e quer ver o maior progresso espiritual deles.

Este progresso tem sido barrado por falsas pregações com aparência de espiritualidade, mas que nega profundamente os sentidos do evangelho sincero. Pastores têm pregado que ser religioso é algo ruim; líderes têm pregado que não precisa buscar a Deus “tanto assim”; e o povo que na sua maioria das vezes não tem discernimento espiritual (por culpa dessas pregações) acabam caindo na cilada do maligno. Temos que ter em mente aqui neste estudo que o principal objetivo de Satanás é esfriar a fé do cristão, reprimir a sua comunhão com Deus, e evitar ao máximo qualquer coisa que aproxime você dos Santos dos Santos, no caminho que ruma à vida eterna. Leiamos atentamente essa passagem do amado apóstolo João em sua primeira epístola:

"Nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos também nós neste mundo" (1 João 4:17)

Peço por um momento que você pare o que está fazendo e comece a pensar na cena do Juízo Final. Imagine ali colocadas milhares, milhões, bilhões de pessoas esperando aquilo que irá decidir o rumo eterno de suas vidas após dado o veredicto. Peço um pouquinho mais; peço que imagine você mesmo(a) nesta fila do juízo. Agora imagine que, enquanto você espera o seu julgamento, você vê o critério usado para com os próximos e começa a descobrir que a grande maioria era jogada em um lago de fogo:

“Aqueles cujos nomes não foram encontrados no livro da vida foram lançados no lago de fogo” (Apocalipse 20:15)

“Entrem pela porta estreita, pois larga é a porta e amplo o caminho que leva à perdição, e são muitos os que entram por ela” (Mateus 7:13)

“Esforcem-se para entrar pela porta estreita, porque eu lhes digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”
(Lucas 13:24)

A porta é estreita; poucos conseguirão entrar por ela. Mas continue imaginando a cena. Lembre-se que não estamos falando de uma simples perda de uma final de Copa do Mundo, ou de uma reprovação escolar, da perda de uma grande paixão e nem sequer de uma grande derrota que você possa ter passado por esta vida terrena. Lembre-se, estamos falando de destinos eternos, estamos falando do seu próprio destino, e são apenas duas as portas, e apenas um único caminho para entrar na porta estreita [Cristo].

As consequências são muito mais desastrosas (e irreversíveis) do que a pior situação que você já possa ter enfrentado nesta vida. Eu aposto que o que as pessoas mais desejariam naquele momento seria de voltar para esta vida; voltar para cá e fazer tudo – o máximo possível – para seguir a Deus, tentar agradá-Lo ao máximo, entrar em qualquer porta de Igreja e louvar ao Nome do Senhor Criador dos céus e da terra, orando sem cessar em todo o tempo. Infelizmente, isso não seria mais possível a partir daquele momento. Enquanto estamos nesta vida, “a misericórdia triunfa sobre o juízo”(Tg.2:13), quando, porém, aquele dia chegar, será exercido juízo sem misericórdia, “já não haverá sacrifício para expiar este pecado, só teremos que esperar um juízo tremendo de fogo ardente que há de devorar os rebeldes"(Hebreus 10,26-27).

Para o espanto de muitos, não apenas os ateus ou os maiores crápulas, mas a grande maioria entra pela porta ampla, que leva a perdição. Afinal, não basta nem sequer ser justo. Ser justo não significa nem sequer alguma coisa. Devemos ser muito mais do que justos, porque até ao justo é difícil ser salvo:

“E, se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?” (1 Pedro 4:18)

Pense bem nisso: Já é quase impossível ser considerado “justo”. Afinal, “não há nenhum justo, nem um sequer; não há ninguém que entenda, ninguém que busque a Deus. Todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis; não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer. Suas gargantas são um túmulo aberto; com suas línguas enganam. Veneno de serpentes está em seus lábios. Suas bocas estão cheias de maldição e amargura. Seus pés são ágeis para derramar sangue; ruína e desgraça marcamos seus caminhos, e não conhecem o cainho da paz. Aos seus olhos é inútil temer a Deus”(Romanos 3:10-18). Para ser considerado “justo”, não basta apenas ter uma convicção mental de fé em Cristo, mas deve-se demonstrar isso pelas obras:
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“De que adianta, meus irmãos, alguém dizer que tem fé, se não tem obras? Acaso tal fé poderá salvá-lo?” (Tiago 2:14)

“Assim também a fé, por si só, se não for acompanhada de obras, está morta” (Tiago 2:17)

“Mas alguém dirá: ‘Você tem fé; eu tenho obras’. Mostre-me a sua fé sem obras, e eu lhe mostrarei a minha fé pelas obras” (Tiago 2:18)

Veja que, para você ter a fé genuína salvífica, você tem que demonstrar isso pelas obras. Se as suas obras desmentem isso, então ela é inútil (Tg.2:20), demoníaca (Tg.2:19) e está morta (Tg.2:26). Não adianta apenas dizer “ah, eu amo a Deus, ele não vai me punir”. Irmão, não pense desta maneira, o pior que pode existir é alguém começar a pensar desta maneira. Eu mesmo em tempos atrás vivendo uma vida de pecado, pensava que Deus sabia que lá no fundo eu era uma “boa pessoa” e que eu “amava” ele, e por isso talvez poderia ser salvo.

Hoje, eu vejo que eu não precisava nem de um juízo para ser mandado para o inferno. Essa mentira Satanás coloca na mente de muitas pessoas, que vivem uma vida de pecado, de vícios, de maledicência, de falta de honestidade, e pensam que no último dia poderá ser salvo porque “lá no fundo era uma boa pessoa”. Essa é uma das principais armas que o diabo usa para convencer o pecador de continuar no pecado. Ele conhece a Bíblia, e sabe muito bem que se alguma pessoa realmente amasse a Deus, então demonstraria isso pelas obras, pois é assim que revelamos o nosso verdadeiro amor por Ele: “Porque nisto consiste o amor a Deus: em obedecer aos seus mandamentos” (1 João 5:3)

“Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos” (1 João 5:2)

“Aquele que diz: ‘Eu o conheço’, mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele” (1 João 2:4)

Portanto, não adianta apenas ter uma disposição intelectual de amor a Deus, tem que demonstrar isso com atos, com ações! É muito interessante o paralelismo bíblico entreamor obras“Contra você, porém, tenho isto: você abandonou o seu primeiro amor. Lembre-se de onde caiu! Arrependa-se e pratique as obras que praticava no princípio. Se não se arrepender, virei a você e tirarei o seu candelabro do seu lugar” (Ap.2:4,5). Após afirmar que lhes faltavam o amor, Deus diz a eles a pratiquem obras, pois é desta forma que demonstramos o nosso verdadeiro amor para com Ele. Aquele que está em Cristo e não dá frutos [obras, resultados], ele simplesmente corta:

“Todo ramo que, estando em mim, não dá fruto, ele corta; e todo que dá fruto ele poda, para que dê mais fruto ainda” (João 15:2)

E não pense que o “cortar” aqui é uma figura de alguma coisa não tão ruim assim; veja para onde vão aqueles que são cortados por não produzirem as obras que demonstram o seu arrependimento:

“O machado já está posto à raiz das árvores, e toda árvore que não der bom fruto será cortada e lançada ao fogo” (Mateus 3:10)

“Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e lançada ao fogo” (Mateus 7:19)

A convicção intelectual de ser um “seguidor de Jesus”, por si só, não vale nada. Um excelente pregador norte-americano, Paul David Washer, falou em suas palavras aquilo que significa quando você vai na frente da Igreja aceitar o coração para Jesus repetindo algumas palavras que o pastor fala para você: “Absolutamente nada”!

Irmão, não fique assustado e nem pare de ler este texto. A convicção intelectual de seguir a Cristo, por si só, não vale absolutamente nada se não for precedida de um profundo arrependimento. Seguir a Cristo implica, inclusive, a tomar a sua própria cruz (Mt.10:38; Mt.16:24). De fato, dos doze apóstolos, onze morreram martirizados – e muitos deles em uma cruz! Jesus nunca pregou em momento nenhum que quem quisesse segui-lo “venha e faça uma oração”. NÃO!!! O que Jesus verdadeiramente disse? Que demonstrassem o seu genuíno arrependimento:

“Daí em diante Jesus começou a pregar: arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Marcos 4:17)

“Ele dizia: arrependam-se, pois o Reino dos céus está próximo” (Mateus 3:2)

“O Reino de Deus está próximo, arrependam-se e creiam nas boas novas” (Marcos 1:15)

“E que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão de pecados a todas as nações, começando por Jerusalém” (Lucas 24:47)

Por isso, muitas pessoas que vão na frente da Igreja e aceitam a Jesus voltam para as suas casas praticando os mesmo atos de pecado achando que já estão salvas. Não, você não está salvo. Na verdade, você está muito, muito longe de estar salvo. Mas certamente que é um salto importante, um primeiro passo necessário, pois “aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus” (Mt.10:33). Mas isso – por si só – não produzirá salvação nenhuma, que tem que ser precedida necessariamente de um arrependimento (Mc.4:17; Mt.3:2; Mc.1:15; Lc.24:47; Jo.3:2). Se você acha que isso já é o bastante, está muito enganado. Não apenas precisa ter uma convicção intelectual (confessar Jesus), e ter arrependimento, como também tem que dar os frutos [obras] que demonstram o arrependimento.

“Dêem frutos que mostrem o arrependimento. E não comecem a dizer a si mesmos: ‘Abraão é nosso pai’. Pois eu lhes digo que destas pedras Deus pode fazer surgir filhos a Abraão” (Lucas 3:8)

“Toda árvore é reconhecida por seus frutos. Ninguém colhe figos de espinheiros, nem uvas de ervas daninhas” (Lucas 6:44)

“Dêem fruto que mostre o arrependimento!” (Mateus 3:8)

Novamente, as obras entram em cena. Confesso que já ouvi pregações que diziam que “não precisa ser religioso e buscar a Deus; o que importa é o arrependimento; se você tiver arrependimento então não importa as suas obras ou se você é religioso ou não”! Em outras palavras, para eles, o que importa é o tanto que você se arrepende e não o tanto que você busca a Deus e, sendo assim, tanto faz você buscar pouco ou bastante – o que importa é ser “uma pessoa arrependida”!

Gente, não precisa nem falar que essa é uma arma de Satanás usada para esfriar o verdadeiro cristão na fé. É mais do que ÓBVIO que você tem que ter arrependimento; contudo, o verdadeiro arrependimento é precedido de frutos, obras, ações que revelam se o seu arrependimento foi verdadeiro ou não! (Lc.3:8; Mt.3:8; Lc.6:44; Mc.4:17; Mt.3:2; Mc.1:15; Lc.24:47; Jo.3:2; Tg.2:14; Tg.2:17; Tg.2:18, etc). Em outras palavras, se você vive afastado de Deus ou acha que não é tão necessário assim ser uma pessoa religiosa, então o seu arrependimento é falso e a sua conversão é inútil! O arrependimento só é verdadeiro quando produz frutos.

O arrependimento verdadeiro te traz um amor e uma paixão por Cristo inseparáveis, que resultam em ações, sacrifícios e “loucuras” por pura e espontânea vontade de agradá-Lo e de amá-Lo, em uma entrega total àquele que você ama. E essa paixão não sai como qualquer paixão, pelo contrário, é algo que você leva para sempre – ou, pelo menos, enquanto o Espírito Santo ainda for realidade no seu coração! O arrependimento não se limita apenas a um “choro” ou a um momento de quebrantamento (embora isso também seja importante e necessário), mas implica em uma total mudança radical de postura e de vida, das trevas para a luz de Cristo, literalmente. Não é algo que entra em você e não pode mais sair. Pelo contrário, é algo que tem que ser desenvolvido com temor e tremor:

“Assim, pois, amados meus, como sempre obedecestes, não só na minha presença, porém, muito mais agora, na minha ausência, desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor” (Filipenses 2:12)

O arrependimento é algo diário, constante na vida do cristão, não é simplesmente um momento bonito que você teve há alguns meses ou anos atrás [ou mais!]. O arrependimento é muito mais do que isso, é algo que alguém que te vê (a mudança na postura, caráter e personalidade) parece que está vendo uma nova criatura. De fato, é exatamente isso que a Bíblia nos ensina:

“E , assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura, as coisas antigas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2 Coríntios 5:17)

“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade” (Efésios 4:22-24)

Portanto, se você já confessou publicamente Jesus como o seu Senhor e Salvador pessoal, único e suficiente (At.4:12) que veio em carne (1Jo.4;2), tem um genuíno arrependimento conseqüente da conversão (Mt.3:2), produz frutos (obras) que demonstram o seu arrependimento (Mt.3:8), não vive uma vida de pecado pois as coisas velhas já se passaram e “sem santidade ninguém verá ao Senhor” (Hb.12:14), e desenvolve diariamente a salvação “com temor e tremor” (Fp.2:12), parabéns, você –provavelmente – é uma justa. Não pelos seus próprios méritos, mas pelo sangue de Jesus que agora nos purifica (1Jo.1:7) e que nos torna filhos de Deus para a prática de boas obras (Tito 3:5-8; Efésios 2:8-10). Mas – lembre-se – ser justo somente não basta.Ao justo é difícil ser salvo:

“E, se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?” (1 Pedro 4:18)

A imensa maioria das pessoas não se enquadra nem perto no primeiro quadro (de ser uma pessoa justa), quanto menos no segundo! A pergunta que não quer calar é: “Se ao justo é difícil ser salvo e já é extremamente difícil ser justo, então como ser salvo”? E é aí que nós começamos o nosso estudo. Será que ser “religioso demais” é algum problema? Isso é o que nós veremos pelo apóstolo Paulo:

“Sabendo isto, que a lei não é feita para o justo, mas para os injustos e obstinados, para os ímpios e pecadores, para os profanos e irreligiosos, para os parricidas e matricidas, para os homicidas” (1 Timóteo 1:9)

Veja aqui, meu caro irmão, os irreligiosos sendo colocados no mesmo grupo dos injustos, dos obstinados, dos ímpios, dos pecadores, dos profanos, dos parricidas [filhos que matam o pai], dos matricidas [filho que mata a própria mãe] e dos homicidas. Certamente, não deve ser um grupo dos mais agradáveis!

Embora algumas versões não tragam a palavra “irreligiosos”, a considerada melhor versão do mundo (Version King James) traduz desta maneira, além de muitas outras boas traduções, como a versão italiana de Giovanni Diodati Bible, a versão francesa de Louis Segond, a versão espanhola da Bíblia de Jerusalém, as versões francesa e inglesa da Bíblia de Jerusalém, as versões norte-americanas Basic English Bible, a World English Bible, a American Standard Version, a Webter's Bible, a Revised Standard Version, entre muitas outras versões, traduzem a palavra grega bebêlois por “irreligiosos”, uma vez que é um dos principais adjetivos da palavra e que os demais adjetivos (ex: ímpios; profanos) já haviam sido utilizados na mesma passagem.

Enquanto em muitas pregações as pessoas tentam colocar os religiosos no inferno, o que o apóstolo Paulo afirma é justamente o contrário – quem vai para lá são os i-religiosos(não-religiosos), junto com os ímpios, os assassinos e os homicidas! Outra passagem interessante encontra-se na epístola de Tiago, o irmão do Senhor: “Se alguém se considera religioso, mas não refreia a sua língua, engana-se a si mesmo. Sua religião não tem valor algum!” (Tiago 1:26).

Aqui é muito claro que ser religioso é uma coisa boa e essencial; contudo, se não refreiar a sua língua, tal não valerá nada. Se “religioso” fosse aqui algo ruim, então o texto em pauta perderia completamente o nexo e o sentido (tente, por exemplo, trocar a palavra “religioso” e “religião” por algum adjetivo ruim; “pecador” e “pecado”, por exemplo, e veja como o texto perde completamente o sentido!). A religiosidade é claramente indicada como um fator positivo.

A religiosidade nunca foi problema nenhum, o contrário dela é que sempre foi o problema, condenado por Paulo e pelos demais. As pessoas que pregam contra a religiosidade amam deturpar as passagens bíblicas em um show de péssimas interpretações manipuladas e fora de contexto. Por exemplo, a maioria gosta de citar a religiosidade dos fariseus como uma “prova” que a religiosidade do cristão é algo ruim. Na verdade, quem usa tal argumento mostra um desconhecimento bíblico gritante.

Os fariseus nunca foram criticados pela sua religiosidade (“tradição” é uma coisa; “religiosidade” é outra, basta procurar em um dicionário Aurélio se quiser). Os fariseus eram extremamente zelosos e religiosos, mas não foi pela religiosidade que eles foram criticados por Cristo, mas sim pela sua hipocrisia. Os fariseus eram extremamente zelosos em pagar o dízimo, por exemplo, mas esqueciam dos preceitos mais importantes da lei. Jesus não os critica por darem o dízimo, mas sim pela hipocrisia deles em negligenciar os preceitos mais importantes. Jesus diz para eles começarem a praticar a justiça e a misericórdia, mas alerta para não omitirem o dízimo:

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho e tendes negligenciado os preceitos mais importantes da Lei: a justiça, a misericórdia e a fé; devíeis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas!” (Mateus 23:23)

A religiosidade dos fariseus em darem o dízimo nunca foi o problema; pelo contrário, ele os incentiva a continuar sem omitir tal prática. O problema deles era a hipocrisia em negligenciar os preceitos mais importantes da Lei. Muitas pessoas pensam: “ah, o dízimo é coisa da Lei ultrapassada, então eu não vou dar o dízimo”; na verdade, você deveria era se sentir envergonhado em ver que até os fariseus que eram “hipócritas” (Mt.15:7), “serpentes” (Mt.23:33) e “uma raça de víboras” (Lc.3:7), pagavam o dízimo (incentivados pelo próprio Cristo – Mt.23:23; Lc.11:42), mas você não! É por isso que Cristo afirma em Mateus 5:20:

“Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder em muito a dos escribas e fariseus, jamais entrareis no reino dos céus” (Mateus 5:20)

Os fariseus, em sua religiosidade, jejuavam duas vezes por semana (Lc.18:12). Jesus novamente não os critica pela sua religiosidade, mas sim pelo fato de que, quando jejuavam, mostravam uma aparência triste a fim de que os outros vissem que eles estavam jejuando (Mt.6:16). Jesus nunca condenou a religiosidade dos fariseus em jejuarem, mas sim a sua hipocrisia.

O próprio Jesus afirmou que depois que ele fosse retirado, os seus seguidores jejuariam (Mc.2:20; Lc.5:35; Mt.9:15). Jesus também não criticou os fariseus por orarem regularmente, mas sim porque, quando oravam, o faziam com orgulho próprio (Lc.18:11). Em outras palavras Jesus nunca, jamais e em circunstância nenhuma criticou qualquer fariseu ou qualquer ser humano por ser religioso (pelo contrário, sempre incentivou ser religioso), o que ele criticou foi a hipocrisia, e nunca a religiosidade!

Em Mateus 23:3, Cristo deixa isso bem claro para os seus discípulos:

“Todas as coisas, pois, que vos disserem que observeis, observai-as e fazei-as; mas não procedais em conformidade com as suas obras, porque dizem e não fazem” (Mateus 23:3)

A Nova Versão Internacional traz:

“Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam” (Mateus 23:3)

Em outras palavras, “seguí a sua religiosidade, mas não seguí a sua hipocrisia”! Os fariseus eram extremamente religiosos, e Cristo diz para “observá-las e fazer tudo aquilo”, mas não como eles fazem (i.e, não da maneira hipócrita)! Essa e outras passagens detonam com a tese popular de que a religiosidade é algo ruim. Quem diz isso se põe contra Cristo que praticava, incentivava e ensinava tudo isso.

O próprio Jesus era muitíssimo mais religioso do que qualquer pessoa da face da terra. Mesmo não tendo pecado nenhum (Hb.4:15), sendo, portanto, a pessoa mais justa de toda a história (ele teria todos os motivos para “orar pouco” se ele quisesse!), ainda assim lemos que Jesus depositava muitíssimas oras em oração diretamente com o Pai. Em Lucas 6:12, lemos que Jesus saiu para o monte a fim de orar, e passou a noite inteira orando a Deus; só saiu de lá para chamar os discípulos “ao amanhecer” (Lc.6:12,13). Também lemos outro relato que nos revela como a prática de oração era algo constante na vida de Jesus Cristo:

“Tendo-a despedido [a multidão], subiu a um monte para orar. Ao anoitecer, o barco estava no meio do mar, e Jesus se achava sozinho em terra. Ele viu os seus discípulos remando com dificuldade, porque o vento soprava contra eles. Por volta da quarta vigília da noite, Jesus dirigiu-se a eles andando por sobre o mar (...)” (Marcos 6:46-48)

Para os hebreus da época de Cristo, o dia acabava quando ao pôr-do-sol e começava ao amanhecer. Prova disso é que as horas começavam a contar a partir do amanhecer (ex: 13h nossa = “hora sétima” deles, etc). Em outras palavras, levando em consideração que o pôr-do-sol ocorre aproximadamente às seis horas da tarde (momento e que ele despediu a multidão para ir orar) e Jesus ainda ali se encontrava “na quarta vigília da noite” (que corresponde entre as 3 e 6 horas da manhã), o tempo aproximado em que ele passou em oração é entre 9 e 12 horas por dia! E isso porque ele só foi interrompido porque viu que os seus discípulos (que não deveriam “orar tanto assim”...) estavam passando por sérias dificuldades no arco!

Devemos lembrar que Jesus Cristo era um homem santo, inculpável, sem pecados, o Filho do Deus vivo. Mesmo assim, ele tinha que depositar inúmeras oras em oração no Monte das Oliveiras! A unção recebida por ele [Cristo] durante tantas oras de oração, foi que o capacitou a poder ter a fé suficiente de andar por sobre as águas, de curar os enfermos, de ressuscitar os mortos e de não cometer pecado algum.

O tempo em que ele passava em oração com Deus era o “combustível”, por assim dizer, da caminhada de Cristo na terra. O resultado de tanta oração foi um ministério de sucesso, com grandes operações de milagres e multiplicações, curas e vitórias. Nem ele estava isento da batalha espiritual e das tentações do maligno. Ele teve que jejuar quarenta dias e quarenta noites para vencer a tentação no deserto (Mt.4:2), e o diabo o deixou “até ocasião oportuna” (Lc.4:13), ou seja, ele passaria por mais tentações e provações e sabia disso; por isso dedicava o máximo de tempo recarregando as forças, em jejuns e orações no monte.

Outro exemplo é o do grande profeta bíblico do AT, Daniel:

“Quando Daniel soube que o decreto tinha sido publicado, foi para casa, para o seu quarto, no andar de cima, onde as janelas davam para Jerusalém. Três vezes por dia ele se ajoelhava e orava, agradecendo ao seu Deus, como costumava fazer” (Daniel 6:10)

Daniel era um dos principais supervisores do Reino da Pérsia, ele comandava junto com mais duas pessoas um total de cento e vinte províncias, ou seja, era alguém muito – muito ocupado! Ele tinha responsabilidades sociais para o reino terrestre, tendo que prestar contas ao rei, mas ele jamais se esqueceu que tinha um verdadeiro Reino pelo qual teria que prestar contas ao Rei dos reis, e, sabendo disso, orava três vezes ao dia, grandes e longas orações como a encontrada em Daniel cap.9 (a segunda maior oração de todo o AT) e que ainda só foi parar porque o anjo veio falar com ele (v.21)!

Daniel colocava o Reino de Deus em primeiro lugar e orava constantemente, o que resultou na inveja dos outros dois supervisores e, se aproveitando da religiosidade de Daniel, arrumaram uma “brecha” para o jogarem em uma cova dos leões! E, mesmo assim, ele continuava orando as três vezes ao dia, sem abrir mão de nem um minuto na presença de Deus!

“Então disseram ao rei: Daniel, um dos exilados de Judá, não te dá ouvidos, ó rei, nem ao decreto que assinaste. Ele continua orando três vezes por dia” (Daniel 6:13)

Bom, o final dessa história todo mundo conhece. Daniel foi liberto da boca dos leões, porque os leões buscavam a carne, e Daniel não era carne, Daniel era espírito! Aleluia! O que capacitou Daniel a ser tão espiritual ao ponto dos leões não encontrarem carne para devorar, foi a sua religiosidade mesmo em meio às adversidades! Qual foi o resultado disso? O fruto de tudo isso foi que, além do livramento, Daniel se fez especial para com Deus, agradável a Ele, que não à toa o chamava de o “muito amado”:

“Assim que você começou a orar, houve uma resposta, que eu lhe trouxe porque você émuito amado (Daniel 9:23)

“E ele disse: "Daniel, você é muito amado. Preste bem atenção ao que vou lhe falar; levante-se, pois eu fui enviado a você” (Daniel 10:11)

“Ele disse: Não tenha medo, você, que é muito amado. Que a paz seja com você! Seja forte! Seja forte! Ditas essas palavras, senti-me fortalecido e disse: Fala, meu senhor, visto que me deste forças” (Daniel 10:19)

Aí também reside o problema de muitas pessoas, que dizem que “Deus te ama do jeito que você é mesmo sem fazer nada”. É óbvio que Deus te ama do jeito que você é (assim também como Deus ama os assassinos, as prostitutas, etc), o que não o impede de ser lançado para o inferno, pois Deus é amor, mas ele também é justiça! Daniel conseguiu ser “muito amado” por Deus porque ele fazia coisas para merecer tal título, tal amor, tal atenção de Deus. Deus pode amar a todas as pessoas, mas ele se agrada muito mais de algumas pessoas do que de outros. Foi Deus quem disse a Moisés:

“O Senhor disse a Moisés: Farei o que me pede, porque tenho me agradado de você e o conheço pelo nome” (Êxodo 33:17)

É óbvio que Deus conhece a todas as pessoas, mas Moisés se fazia mais perto dele, mais conhecido, mais íntimo, mais agradável, pelo que Deus se agradava tanto dele ao ponto de dizer que o “conhecia pelo nome”! O amor de Deus é imutável, mas Ele se agrada daquele que mostram o seu verdadeiro amor por ele mediante a prática de boas obras (Lc.3:8; Mt.3:8; Lc.6:44; Mc.4:17; Mt.3:2; Mc.1:15; Lc.24:47; Jo.3:2; Tg.2:14; Tg.2:17; Tg.2:18; Tito 3:5-8; Efésios 2:8-10). Se você quer ser muito amado como Daniel, então seja como ele, mas, lembre-se, a Bíblia não nos mostra sequer um único pecado de Daniel, que certamente pecou, mas era um homem justo e íntegro diante de Deus, que o tornou muito amado.

O apóstolo Paulo também não é nem um pouco bobo. Ele também sabia que para ser vitorioso na caminhada deveria depositar grande parte de seu tempo buscando direto na fonte (Jesus) o “combustível” para continuar prevalecendo. Ele afirma aos Coríntios:

“Dou graças a Deus por falar em línguas mais do que todos vocês” (1 Coríntios 14:18)

Paulo dava graças a Deus por orar em línguas mais do que todos os Coríntios. E olha que eles falavam mesmo em línguas! O uso frequente do falar em línguas dentro daquela igreja era tão grande, que o apóstolo teve que regular o uso na igreja de lá para que ficasse de maneira organizada (1Co.14). Os coríntios tinham o costume de falar em línguas constantemente, e Paulo afirma que falava mais do que todos eles!

É evidente que Paulo não era orgulhoso, nem soberbo, e nem prepotente. Ele também não conhecia todos os coríntios para saber o quanto que cada um falava em línguas. A conclusão que nós chegamos é que o tempo que Paulo depositava orando em línguas era tão grande, mas tão grande, que ele já dava como certo que ele falava “mas em línguas do que todos vós” (1Co.14:18).

Paulo não era perfeito como Jesus; ele, como humano, tinha falhas, e até mesmo já chegou a perder batalha espiritual contra Satanás:

“Pelo que fizemos o possível de ir visitar-vos, ao menos eu, Paulo, em diversas ocasiões, mas Satanás nos impediu” (1Tessalonicenses 2:18)

Veja que não é nos dito que Deus “mudou de idéia” com relação ao que aconteceria com Paulo; ele diz claramente que “Satanás nos impediu”. Sabemos que Paulo ganhou muito mais lutas do que perdeu, mas ele era humano e, às vezes, Satanás obtinha êxito em frustrar seus planos. Se nem sequer Paulo esteve isento da batalha espiritual, de suas vitórias e de suas frustrações; quanto mais um crente na caminhada contra o pecado, contra a carne e contra o diabo! O que Paulo fazia para obter mais sucesso do que derrotas? Orava em línguas incessantemente (1Co.14:18)! De fato, ele resumiu a caminhada cristã da seguinte maneira:

“Orai sem cessar” (1 Tessalonicenses 5:17)

Meu amado irmão, o evangelho não é algo complicado, não é algo “misteriosíssimo”, não existe uma forma de descobrir o “elo perdido” do evangelho de como obter sucesso e vitórias. O mistério que existia já foi revelado, o mistério é Cristo (Ef.3:4). Tudo o que existe de suficiente para a caminhada cristã já nos foi revelado; o evangelho é algo realmente simples, “aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra: e, ao que bate, a porta lhe será aberta” (Mateus 7:8). Não existe uma “fórmula mágica”; a única fórmula mágica que existe é essa:

Quanto mais você busca, mais você encontra!

Eis aí todo o “mistério” do cristianismo. Você quer “romper no sobrenatural”? Então busque! Você quer vencer o pecado? Então busque! Você quer ter certeza de que é realmente salvo? Então busque! Você quer vencer espiritualmente? Então busque! Você quer ir a Jesus? Então busque!

“Buscar-me-eis, e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração” (Jeremias 29:1)

Quais são as maneiras que alguém tem de buscar a Deus? E o que você ganha com isso? Muito, em todos os sentidos. Em primeiro lugar, ganha a adoção como filho de Deus. Em segundo lugar, ganha a salvação. Estes dois pontos são por si só mais do que suficientes para buscar a Deus o máximo que você conseguir. Na verdade, todo o tempo em que nós não buscamos a Deus, é tempo perdido.

Não estou falando para ficar 24h por dia só orando, afinal, todos temos uma vida normal e temos obrigações e deveres para cumprirmos com a sociedade. O que eu estou dizendo é que, no dia do Juízo, Deus não vai nos julgar com base no quanto que nós trabalhamos no serviço social e nem nos retribuirá baseando-se em quanto tempo que você passou estudando ciências deste mundo. Isso, na verdade, não vale absolutamente nada. É por isso que Paulo disse:

“Entretanto, falamos de sabedoria entre os maduros, mas não da sabedoria desta era ou dos poderosos desta era, que estão sendo reduzidos a nada” (1 Coríntios 2:6)

Porque a sabedoria deste mundo é loucura aos olhos de Deus. Pois está escrito: Ele apanha os sábios na astúcia deles, e também: O Senhor conhece os pensamentos dos sábios e sabe como são futeis” (1 Coríntios 3:19,20)

Tudo o que é coisa do mundo (seja trabalho, serviço, ou colégio, livros, ou qualquer coisa que pareça “valer a pena” para o mundo) é futilidade para Deus, é loucura. Ao que Paulo compara todo o conhecimento e sabedoria que ele adquiriu antes de ser cristão? Ao esterco!

“Mais do que isso, considero tudo como perda, comparado com a suprema grandeza do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, por cuja causa perdi todas as coisas. Eu as considero como esterco para poder ganhar a Cristo” (Filipenses 3:8)

Por isso, no dia do Juízo não haverá recompensa para quem trabalhou para o mundo, mas sim para quem trabalhou para Deus! A nossa maior obrigação é colocar o Reino de Deus em primeiríssimo lugar, acima de todas as demais coisas (seja trabalho, seja carnalidades, seja diversão), todas as coisas devem estar subordinadas a Cristo.

“Busquem, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas lhes serão acrescentadas” (Mateus 6:33)

Existe muita, muita gente que busca as coisas acrescentadas, e depois querem “o Reino de Deus”. Não estou falando de descrentes, que nem o Reino de Deus busca. Estou falando de pessoas dentro da Igreja, “coluna e sustentáculo da verdade” (1Tm.3:15), que colocam em primeiro lugar a televisão, o trabalho, a satisfação da carne, o pecado, os vícios, e depois querem o Reino de Deus! Aquilo que está escrito é uma promessa, ou seja, nunca – em circunstância nenhuma – lhe faltará alguma coisa se você colocar o Reino de Deus em primeiro lugar, e “é impossível que Deus minta” (Hb.6:18).

Existem pessoas que acham que existe “vida para Deus e vida para o mundo”, mas eu quero dizer que NÃO; não existe vida se não for em Cristo, as nossas vidas não valeem absolutamente se não estiver completamente com “olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé” (Hb.12:2), pois “nele vivemos, nos movemos e existimos”(At.17:28), a sua existência é completamente dependente Dele, a sua vida é completamente dependente Dele, voltada para Ele; “Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida” (1Jo.5:12); cada momento da sua vida tem que e deve ser voltado Àquele pelo qual nos dá a razão de nossa existência!

Somente aquele que realmente entende que Deus é a vida e que a nossa vida não pertence a nós mesmos, mas sim àquele que nos criou parar sermos conforme a sua semelhança, entende que vida sem Deus, na verdade, significa morte. No texto de Lucas 12:22-31, Cristo ilustra bem essa ideia:

“Dirigindo-se aos seus discípulos, Jesus acrescentou: Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. A vida é mais importante do que a comida, e o corpo, mais do que as roupas. Observem os corvos: não semeiam nem colhem, não têm armazéns nem celeiros; contudo, Deus os alimenta. E vocês têm muito mais valor do que as aves! Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida? Visto que vocês não podem sequer fazer uma coisa tão pequena,por que se preocupar com o restante? Observem como crescem os lírios. Eles não trabalham nem tecem. Contudo, eu lhes digo que nem Salomão, em todo o seu esplendor, vestiu-se como um deles. Se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada ao fogo, quanto mais vestirá vocês, homens de pequena fé!Não busquem ansiosamente o que hão de comer ou beber; não se preocupem com isso. Pois o mundo pagão é que corre atrás dessas coisas; mas o Pai sabe que vocês precisam delas. Busquem, pois, o Reino de Deus, e essas coisas lhes serão acrescentadas (Lucas 12:22-31)

Amado, não seja como “o mundo pagão”; viva uma vida voltada para Deus, e Ele, como o seu Pai, jamais deixará na mão um filho seu que o busca em espírito e em verdade! Escolha a boa parte, a não a que a não importa:

Lucas 10
38 E aconteceu que, indo eles de caminho, entrou Jesus numa aldeia; e certa mulher, por nome Marta, o recebeu em sua casa;
39 E tinha esta uma irmã chamada Maria, a qual, assentando-se também aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra.
40 Marta, porém andava distraída em muitos serviços; e, aproximando-se, disse: Senhor, não se te dá de que minha irmã me deixe servir só? Dize-lhe que me ajude.
41 E respondendo Jesus, disse-lhe: Marta, Marta, estás ansiosa e afadigada com muitas coisas, mas uma só é necessária;
42 E Maria escolheu a boa parte, a qual não lhe será tirada.

Existem muitas que nesta vida são como Marta; se preocupam com os serviços, com o trabalho terreno, se matam de trabalhar e vivem uma vida para o trabalho do mundo e não para Deus. Quando vêem alguma pessoa que só passa tempo com Deus, criticam e ainda discriminam do por quê de não se unir aos serviços terrenos! O próprio Cristo nos dá o exemplo de como deve ser a nossa vida; uma só coisa é necessária, e essa coisa foi a que Maria escolheu; ficar aos pés de Cristo é a única coisa que realmente importa nesta vida, e isso jamais nos pode ser tirado! Aleluia!!! Amados,“não trabalhem pela comida que se estraga, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem lhes dará” (João 6:27).

Pense bem nisso. Quanto tempo você passa fazendo as coisas de Deus e quanto tempo você passa fazendo as coisas do mundo? Quanto tempo ovcê passa adquirindo a sabedoria deste mundo, que está sendo reduzida a nada, e quanto tempo você passa querendo conhecer cada vez mais a Deus? O que está verdadeiramente em primeiro lugar na sua vida? Conhecê-Lo e prosseguir em Conhecê-Lo é a principal meta de sua vida?

“E conhecerão a verdade, e a verdade os libertará” (João 8:32)

Mais do que a salvação (que já é o maior dom de Deus em nosso favor), Deus ainda nos oferece vivenciarmos (nesta presente vida) uma vida cheia de alegria, bênçãos, rompimentos no reino espiritual tanto no aspecto interior como no exterior. “Lucas, você está pregando a teologia da prosperidade”? Não, orgulhosamente eu não estou! O que eu estou dizendo é que, mesmo nas perseguições, você será feliz:

“Todavia, mesmo que venham a sofrer porque praticam a justiça, vocês serão felizes. "Não temam aquilo que eles temem, não fiquem amedrontados" (1 Pedro 3:14)

O principal objetivo de Deus é levar o verdadeiro cristão a maturidade de Paulo:

“Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado, mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus” (Filipenses 3:13,14)

Paulo, apesar de ter passado por duras e terríveis tribulações, aprendeu com elas a viver bem em todas as situações:

“Não estou dizendo isso porque esteja necessitado, pois aprendi a adaptar-me a toda e qualquer circunstância. Sei o que é passar necessidade e sei o que é ter fartura. Aprendi o segredo de viver contente em toda e qualquer situação, seja bem alimentado, seja com fome, tendo muito, ou passando necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece”(Filipenses 4:11-13)

Paulo havia chegado a um nível tão alto de maturidade espiritual, que conseguiu conviver a toda e qualquer circunstância! E olha que Paulo passou mesmo por tribulações!

“São eles servos de Cristo? — estou fora de mim para falar desta forma — eu ainda mais: trabalhei muito mais, fui encarcerado mais vezes, fui açoitado mais severamente e exposto à morte repetidas vezes. Cinco vezes recebi dos judeus trinta e nove açoites. Três vezes fui golpeado com varas, uma vez apedrejado, três vezes sofri naufrágio, passei uma noite e um dia exposto à fúria do mar. Estive continuamente viajando de uma parte a outra, enfrentei perigos nos rios, perigos de assaltantes, perigos dos meus compatriotas, perigos dos gentios; perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos. Trabalhei arduamente; muitas vezes fiquei sem dormir, passei fome e sede, e muitas vezes fiquei em jejum; suportei frio e nudez. Além disso, enfrento diariamente uma pressão interior, a saber, a minha preocupação com todas as igrejas” (2 Coríntios 11:23-28)

Pense bem nisso: juntando todos os pontos, vemos que Paulo:

1. Trabalhou muito mais vezes do que qualquer outro apóstolo.
2. Foi encarcerado muito mais vezes.
3. Foi açoitado mais severamente.
4. Foi exposto a morte repetidas vezes.
5. Cinco vezes recebeu dos judeus trinta e nove açoites.
6. Três vezes foi golpeado com varas.
7. Uma vez foi apedrejado.
8. Três vezes sofreu naufrágio.
9. Passou uma noite e um dia exposto à fúria do mar.
10. Enfrentou perigos nos rios, perigos dos assaltantes, perigos dos judeus e dos gentios, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, e perigos dos falsos irmãos.
11. Trabalhou arduamente sem dormir.
12. Passou fome e sede.
13. Muitas vezes ficou em jejum suportando o frio e a nudez
14. Tem a pressão interior da responsabilidade para com todas as Igrejas; etc...

E – mesmo sofrendo tanto assim – Paulo dizia que “tudo posso naquele que me fortalece”(Fp.4:13)! Só de levar as cento e noventa e cinco chibatadas, a grande maioria dos cristãos já estariam resmungando com Deus e murmurando: “Cadê o livramento”?; “onde está Deus nessa hora”?; ou então: “Deus não me ama”; etc. Isso é o comum de qualquer pessoa, e não estou dizendo que se você já falou alguma coisa assim você ficou “em pecado”, pois isso é comum em meio as tribulações que passamos (eu já falei coisas assim umas cinqüenta mil vezes...!).

O que não podemos é blasfemar o pecar contra Ele; devemos sim continuar sempre com Ele independentemente das circunstâncias sabendo que “todas as coisas cooperam juntamente para o bem daqueles que amam a Deus” (Rm.8:28), mesmo quando aparentemente nada possa estar cooperando! A maioria de crentes fracos na fé, nem sequer chegam a levar alguma chibatada e já estão largando Deus e voltando para o mundo. Mas, se você realmente quer ter o dom da vida eterna, você tem que se deixar ser moldado e aperfeiçoado por Deus, da maneira dele e de acordo com a vontade dele, pois é dessa forma que alcançamos a maturidade espiritual – nem que tenha que sofrer todas aquelas 195 (5x39) chibatadas!

“De fato, todos os que desejam viver piedosamente em Cristo Jesus serão perseguidos”(2 Timóteo 3:2)

“Fortalecendo os discípulos e encorajando-os a permanecer na fé, dizendo: "É necessário que passemos por muitas tribulações para entrarmos no Reino de Deus” (Atos 14:22)

Somente passando pelas tribulações nós somos considerados dignas de tomar parte no Reino:

“Os apóstolos saíram do Sinédrio, alegres por terem sido considerados dignos de serem humilhados por causa do Nome” (Atos 5:41)

“Por esta causa nos gloriamos em vocês entre as igrejas de Deus pela perseverança e fé que mostram em todas as perseguições e tribulações que vocês estão suportando. Elas dão prova do justo juízo de Deus, que deseja que vocês sejam considerados dignos do seu Reino, pelo qual vocês também estão sofrendo” (2ª Tessalonicenses 1:4,5)

Sofrer por fazer o bem por amor a Cristo é, na verdade, um grande privilégio, pois mostra que a nossa fé não é falsa e o nosso amor não é fingido:

“Pois a vocês foi dado o privilégio de, não apenas crer em Cristo, mas também de sofrer por ele” (Filipenses 1:29)

O objetivo disso tudo não é fazer você fraquejar na fé, mas sim te fazer sair do “leite espiritual” caminhando para o “alimento sólido”:

“De fato, embora a esta altura já devessem ser mestres, vocês precisam de alguém que lhes ensine novamente os princípios elementares da palavra de Deus. Estão precisando de leite, e não de alimento sólido! Quem se alimenta de leite ainda é criança, e não tem experiência no ensino da justiça. Mas o alimento sólido é para os adultos, os quais, pelo exercício constante, tornaram-se aptos para discernir tanto o bem quanto o mal”(Hebreus 5:12-14)

Para não escaparmos muito do assunto, irei deixar um estudo mais aprofundado sobre aperfeiçoamento e maturidade espiritual em uma outra oportunidade. O meu objetivo, aqui, é lhe mostrar como que, se não conseguimos suportar as leves e momentâneas tribulações desta vida, é certeza de que não estamos maduros o suficiente para alcançarmos a vida eterna; precisamos de leite e não de alimento sólido! Até mesmo o apóstolo Paulo, que tanto sofreu (como vimos acima), comparou suas tribulações como “leves e momentâneas” em comparação com aquilo que espera por nós:

“Pois os nossos sofrimentos leves e momentâneos estão produzindo para nós uma glória eterna que pesa mais do que todos eles” (2ª Coríntios 4:17)

Mas não é “apenas” a glória da vida eterna que é alcançada por aqueles seguem tudo aquilo que já passamos até aqui, a saber:

1. Confessaram a Cristo publicamente (Mt.10:32)
2. Demonstraram um genuíno arrependimento (Mc.14:17)
3. Mostraram frutos do arrependimento (Mt.3:8)
4. São cheios de boas obras (Ef.2:10)
5. É uma nova criatura (2Co.15:17)
6. Desenvolvem a salvação com temor e tremor (Fp.2:12)
7. Andam em santidade (Hb.12:14)
8. São religiosos (Mt.23:3)
9. Tem uma justiça muito superior a dos fariseus e dos saduceus (Mt.5:20)
10. Oram incessantemente (1Ts.5:17)
11. Permanecem firmes em meio as tribulações (Ef.6:13)
12. Estão com alimento sólido, e não com leite! (Hb.5:12-14)

Muito mais ainda está esperando por você. Muitas pessoas pensam que quando a Bíblia diz que sem santidade ninguém verá ao Senhor, está se referindo apenas ao dia do Juízo Final. Na verdade, este é um conceito extremamente equivocado e errado. Sem santidade ninguém poderá ver ao Senhor nesta presente forma de vida – de maneira nenhuma. “Quem é dominado pela carne não pode agradar a Deus” (Rm.8:8).

Existem pessoas que não conseguem desfrutar de experiências com Deus, que não conseguem ver a intervenção Dele nas suas vidas, que não conseguem alcançar coisa alguma por lamentavelmente não verem nenhuma manifestação de Deus na sua vida. Mas se você buscar fazer as coisas que escrevi rapidamente neste pequeno estudo (resumidos nas doze premissas acima), você não desfrutará apenas de uma vida eterna com Deus (o que certamente já é por si só um prêmio mais que maravilhoso), mas também desfrutará de todas essas outras coisas, que são o fruto de um relacionamento com Deus. Irei enumerar algumas delas:

Fatores externos da graça – Considere por este ponto tudo aquilo que é de manifestação externa da graça de Deus na sua vida, isto é, qualquer ganho material (terreno) ou, principalmente, qualquer visão de anjos, ouvir voz de Deus, ou qualquer manifestação que venha da parte em fatores externos. Sim, os anjos não apareciam apenas para o pessoal da Bíblia e você também pode ouvir a voz de Deus como Samuel! Eu não estou falando de querer alguma coisa extraordinária demais por pura ganância ou cobiça (e nem pregando que “quanto melhor você for mais dinheiro terá”...) mas sim que Deus irá lhe suprir em tudo, e dará coisas boas que você pede a ele, pois é isso que um Pai amoroso faz com aqueles que verdadeiramente são os seus filhos (obs: lembre-se de ver se você é mesmo um filho legítimo dele!)

“Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai de vocês, que está nos céus, dará coisas boas aos que lhe pedirem” (Mateus 7:11)

Vejo constantemente relatos de pessoas que já ouviram (ou ouvem) voz audível, ou Deus a usa de alguma maneira especial em algum dom específico, seja de profecia, cura, revelação, línguas, operações de milagres, etc, todos fatores externos da graça de Deus para a sua vida. Mas – lembre-se sempre – isso só acontecerá (se vier da parte de Deus) se você for realmente um filho dele. Digo assim para pensar da seguinte maneira: além de dar uma olhada novamente nos critérios estabelecidos pela Bíblia neste estudo, analise você mesmo e veja se, caso Deus não lhe desse isso que você mais deseja, se você continuaria com ele mesmo assim. Porque Deus não é mau para lhe ficar negando alguma bênção (se vier do propósito dele), mas também não é bobo para ser feito de “palhaço” e dar alguma coisa para você sabendo que você só está “usando” ele!

“Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6:7)

Ele dá bens para quem ama ele, para quem deseja ele, para quem está apaixonado porele, e não para quem usa ele para conseguir alguma outra coisa. Se o seu propósito é de continuar com Deus sempre, independente das circunstâncias, e se você ama ele de verdade, então é certo também que ele honrará o seu amor demonstrado para com ele e atenderá aos pedidos do seu coração – segundo o próprio propósito de Deus. Afinal,“Deus não é injusto; ele não se esquecerá do trabalho de vocês e do amor que demonstraram por ele” (Hb.6:10)!

Fatores internos da graça – Considere por este ponto tudo aquilo que é de manifestação interna da graça de Deus na sua vida, isto é, crescimento espiritual através de maior força e resistência de vencer as vontades da carne; domínio próprio e humildade, amor até para com os inimigos, maior tempo depositado para com Deus em leitura da Bíblia, idas à casa do Senhor, entregas totais a ele, maior volume de orações ou cânticos (“normais” ou pelo Espírito), enfim, tudo o que é resultado do arrependimento verdadeiro que deve ser realidade na vida de qualquer cristão (pelo menos na realidade de qualquer cristão verdadeiro), que resultam em crescimento e maturidade espiritual.

Quando falamos em maturidade espiritual, cabe aqui desligar completamente qualquer ligação que isso possa ter com maturidade natural, isto é, maturidade terrena. Esta maturidade não tem valor algum para com Deus, e nem implica em maior ou menor maturidade espiritual. Quando falamos em verdades espirituais, cabe aqui desligarmos absolutamente qualquer ligação com verdades terrenas. A mentalidade terrena produz morte, a mentalidade espiritual produz alegria e vida no Senhor. É por isso que Paulo disse que o conhecimento material deste presente mundo é loucura para Deus, porque elas realmente não têm ligação nenhuma com as verdades espirituais, que realmente valem. Sumariando, iremos a partir daqui falarmos de conceitos espirituais acerca da vida cristã, e não de verdades terrenas.

O Novo Nascimento - Enquanto um pecador está no pecado, ele nem sequer existe para o Reino espiritual. Não estou aqui falando que ele não está sujeito à guerra e batalha (o que todos – cristãos ou não-cristãos – estão sujeitos, querendo ou não), o que eu estou dizendo é que ele ainda não vive para Cristo, ou seja, é um morto espiritual:

“Nós sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos” (João 3:14)

“Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo, mas passou da morte para a vida(João 5:24)

Em outras palavras, enquanto você vivia no pecado, você estava morto, ou seja, você nem mesmo existia! (lembre-se, estamos falando de verdades espirituais!). Quando você aceita a Jesus e tem um arrependimento genuíno que revela o seu verdadeiro arrependimento, você passa a ficar vivo. Mas não fique tão feliz assim (apesar de isso já ser uma boa notícia), porque você agora é um bebezinho (lembre-se sempre, sempre, sempre, que estamos falando de verdades espirituais para pessoas espirituais!). Você agora é como um bebezinho, que acabou de nascer:

“Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo” (João 3:7)

“Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3)

Quando você se converte mostrando um arrependimento verdadeiro, passando da morte para a vida (passou a estar vivo), não pense que você já nasce bem adulto ou velho. A nossa idade natural não tem absolutamente nada a ver com verdades espirituais. Você nasce no Espírito da mesma maneira que você nasce pelo mundo: bebê! Você agora é uma “nova criatura” (2Co.5:17), que “nasceu de novo” (Jo.3:3; Jo.3:7). Agora pense: o que é que um bebê precisa? R= De mamadeira, de leite! É exatamente isso o que a Bíblia nos mostra quando nascemos de novo:

“Porque qualquer que ainda se alimenta de leite não está experimentado na palavra da justiça, porque é menino” (Hebreus 5:13)

“Com leite vos criei, e não com alimento sólido, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis” (1 Coríntios 3:2)

“Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus; e vos haveis feito tais que necessitais de leite, e não de alimento sólido” (Hebreus 5:12)

Infelizmente, tem muitos “nascidos de novo” que se contentam apenas com isso: com o leite! Não querem ou não conseguem crescer, permanecem como bebês para sempre! De fato, é exatamente isso o que veio a acontecer com a Igreja de Corinto (1Co.3:2), e com os hebreus (Hb.5:12). Pelo tempo, o autor diz que eles já deveriam serem mestres, mas eles ainda não tinham deixados de serem bebês que precisavam de leite! Mas é bom também declarar que este “leite” não é algo ruim, pelo contrário, é algo necessário, é algo útil, afinal, é algo que todo nascido de novo precisa, porque é desta maneira que se cresce para um alimento sólido.

Desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo” (1 Pedro 2:2)

O problema não é ter leite, pois ele é necessário para crescermos a fim de possuirmos o alimento sólido; o problema é se contentar com o leite e não querer (ou não conseguir) crescer para o alimento sólido, se tornar um adulto, um forte na fé. Se você crescer bastante, você pode até vir a se tornar um gigante da fé! (ver Hebreus cap.11,12). Mas, como todas as crianças naturais tem que saírem do leite, assim também todas as crianças espirituais tem que se libertar dele e crescer – afinal, esse é o objetivo de todas as pessoas, tanto das naturais como das espirituais! Como você pode saber se você é uma pessoa morta, uma criança, ou um gigante da fé?

Simples, basta olhar para a sua própria vida. Você coloca o Reino de Deus acima de todas as demais coisas, ora, jejua, canta, vai na igreja, e lê a Bíblia, todas essas coisas regularmente? Parabéns, você já pode considerar-se um adulto da fé, “sem ter que se comparar com ninguém (Gl.6:4). Se você tem um verdadeiro amor para com Cristo e transborda este amor em obras [ações, frutos] de justiça por você praticados, vivendo em amor e santidade, tendo domínio próprio, humildade, e forças para vencer o pecado e as tentações, estes são sérios sinais de que você já é um adulto (ou até um gigante) da fé!
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Mas se você não ora regularmente, não abre a Bíblia diariamente, tenta viver uma vida de santidade (mas não consegue), acha que ir uma vez por semana na Igreja é motivo de soltar rojões, e coloca o Reino de Deus em segundo, terceiro, ou quarto lugar na sua vida, então tenha em vista que você ainda não passa de uma criança na fé e que precisa de aperfeiçoamento e maturidade espiritual; não fique tão triste por isso, mas tenha em mente que a sua negação de mudança tem por consequência a morte. E se você dá lugar ao diabo, vive em ira e discussões, está tão preocupado com as coisas da vida que acha que Deus tem que dar um tempo pra você, não tem uma vida diária de constante oração, e coloca o Reino de Deus perto da zona do rebaixamento, então você não tem que se preocupar com a sua salvação, porque você nem salvo é – está morto!

E infelizmente o diabo consegue fazer com que MUITAS PESSOAS fiquem satisfeitas e felizes com o leite espiritual, e não crescem, e depois fica muito mais fácil depois para matá-las e tirá-las do Reino. Pessoas assim não perseveram, “ouvem a mensagem do Reino e não a entende, o Maligno vem e lhe arranca o que foi semeado em seu coração”(Mt.13:19), reclamam e murmuram contra Deus a tal ponto que o povo israelita no deserto são heróis da fé perto deles, “não tem raiz em si mesmo, permanecem por pouco tempo; quando surge alguma tribulação ou perseguição por causa da palavra, logo a abandonam” (Mt.13:21), não tem um verdadeiro e legítimo amor para com Deus e “a preocupação desta vida e o engano das riquezas a sufocam, tornando-a infrutífera”(Mt.13:22) , se Deus acabar poupando esta geração ele terá que se desculpar pelo o que ele fez com Sodoma e Gomora!

É necessário, pois, que sejamos maduros, íntegros, crescidos, gigantes da fé, que já saíram do leite e foram para o alimento sólido. Se você se acostumar com o leite, você não terá forças para resistir as tentações da vida e, querendo ou não, gostando ou não, será presa fácil dos “dardos inflamados do maligno” (Ef.6:16). Você terá bases pouco consistentes, e será como o homem que construiu a sua casa sobre a areia, “desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda” (Mt.7:27).

Sair do leite implica em crescer para a salvação:

“Como crianças recém-nascidas, desejem de coração o leite espiritual puro, para que por meio dele cresçam para a salvação (1 Pedro 2:2)

Ou seja, são as pessoas maduras que são salvas, são pessoas maduras que Deus escolhe, “aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho” (Rm.8:29), e o Filho não era uma pessoa imatura, pelo contrário, é o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap.19:16), que foi igual a nós em todos os aspectos (Hb.2:17), contudo, não cometeu pecados (Hb.4:15).

É com relação a este Jesus, o Cristo, a quem devemos ser comparados, devemos ser a imagem dele e, se não formos a imagem dele, então segue-se que nós não fomos de antemão conhecidos por Ele (pré-ciência), e segue-se que não somos filhos, mas apenas criaturas, dignas da ira de Deus que há de se consumar do final dos séculos, pois “aquele que afirma que permanece nele, deve andar como ele andou” (1Jo.2:6). Não devemos nos comparar com nós mesmos, pois “quando eles se medem e se comparam consigo mesmos, agem sem entendimento” (2Co.12:10).

Devemos que nos comparar com Jesus, “crescendo em tudo naquele que é a cabeça, Cristo” (Ef.4:15). Se nós ainda não chegamos na plenitudade de Cristo, ainda que temos que crescer, é simples! Isso explica o por quê da oração de Paulo: “nossa oração é que vocês sejam aperfeiçoados” (2Co.13:9). Paulo não se contentava que os seus discípulos ficassem apenas com o leite; ele queria que eles crescessem – crescessem para a salvação!
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Amados, não estou tentando assustá-los (mas talvez esteja conseguindo um pouquinho), mas quero apenas revelar biblicamente essas realidades que a grande maioria dos pastores desprezam para pregarem a prosperidade e a riqueza, e o povo que na sua maioria das vezes não tem discernimento espiritual (porque ainda precisam de leite) não desencorajam estes pastores, porque eles pregam o que eles vivem e o povo também não quer ouvir o que não gosta.

Está faltando pessoas que preguem a verdade da salvação alertando que junto com ela seremos perseguidos, passaremos por tribulações, provações, aflições, lutas, adversidades, enfermidades, fatos que não gostaríamos que se consumassem, mas todo o verdadeiro cristão que toma a sua cruz abandona a sua antiga vida e vive para Cristo, de modo que não sou eu mais quem vive, mas Cristo que vive em mim! Aleluia!!!

A importância da religiosidade para o crescimento – Já observamos aqui neste estudo que a religiosidade não é nem de perto algo ruim; ao invés disso, o contrário de religiosidade que é condenável e leva para o inferno (1Tm.1:9) e, além disso, já vimos também que tanto Cristo, como Paulo, como praticamente todas as pessoas justas na Bíblia – se observarmos atentamente – veremos que eram pessoas bem religiosas, muito mais do que eu ou você. O fato, porém, ainda mais relevante do que isso, é que “religiosidade” e seus derivados são encontrados em mais de 48 citações na Bíblia Sagrada, mas nunca é mencionado em um contexto que condene tal prática!

Isso é muito relevante, ainda mais para os adeptos da Sola Scriptura. Se eles vão pregar contra a religiosidade, então pelo menos eles tem que abrir a Bíblia para provar tal coisa. A verdade é que o que Satanás mais quer é distorcer os claros ensinamentos bíblicos e manipular a Bíblia a fim de dizer que a religiosidade é algo ruim, colocando e propagando esta mentira em todas as igrejas, e de tanto o povo ouvir acaba caindo nessa e achando que isso é verdade. Se você for fazer uma pequena busca na internet, verá que todos os sites que são contrários a isso fazem afirmações super-ultra-categóricas (dá até vontade de chorar de emoção), mas não abrem a Bíblia Sagrada, ou, se abrem, adulteram e manipulam completamente os textos bíblicos.

Ora, se a religiosidade fosse algo tão ruim assim como é pregado para o povo do século XXI, então por que absolutamente nenhum apóstolo ou Jesus pregou contra tal prática? Por que as pessoas gostam de jogar os religiosos no inferno se Paulo disse que são osirreligiosos que irão para o lago de fogo? Essas perguntam atormentam aqueles que pregam aquilo que vivem – ou seja, pregam contra a religiosidade porque não querem ter um comprometimento verdadeiro com Deus. Pessoas assim vivem sem sabedoria, sem instrução, sem conhecimento, e o povo que não tem conhecimento acaba caindo nas ciladas do maligno:

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos”(Oséias 4:6)

O povo está perecendo por falta de conhecimento; acham que o evangelho “só no amor” já é mais do que o suficiente e aqueles que fazem mais do que isso são fanáticos religiosos do cão. Não estou aqui tentando desmerecer a qualidade do amor (quem leu este artigo desde o início sabe como eu o considero extremamente importante e mais do que fundamental), mas sim dizer que aqueles que não buscam o conhecimento acabam sendo completamente destruídos – “o meu povo perece por falta de conhecimento”.

É por isso que inúmeras mentiras tem entrado constantemente dentro das portas da Igreja, heresias e doutrinas falsas, e são abraçadas pelo povo, pelo pastor e pelos líderes, e todos os crentes ficam feliz em verem o evangelho sendo pregado da maneira completamente distorcida e totalmente longe daquilo que era no princípio – porque não tem conhecimento bíblico para discernir entre o certo e o que é errado; e não estou falando apenas daqueles que são “bebês espirituais”, mas também de muitos adultos e talvez até mesmo “gigantes” na fé, que aceitam qualquer coisa que são pregada para eles; qualquer mentira diabólica vira uma verdade incontestável, porque não tem como contestar mesmo!

Aquele que é religioso busca o conhecimento, não perece por causa disso, porque o conhecimento é a melhor coisa que nós podemos adquirir:

“O conselho da sabedoria é: procure obter sabedoria; use tudo que você possui para adquirir conhecimento” (Provérbios 4:7)

Não estou dizendo que devemos ficar toda hora apenas adquirindo conhecimento atrás de conhecimento, decorando a Bíblia de traz para frente, mas sim que devemos ter um equilíbrio em nossa vida cristã. Não podemos chegar a extremos, e o problema de muitas pessoas é que ou elas fazem um monte de coisas para Deus com sinceridade e amor, mas sem nenhum conhecimento bíblico; ou então é o inverso, ou seja, as pessoas passam horas e mais horas debatendo ou apenas lendo, lendo, e lendo mais coisas... e esquecem o principal que é buscar a Deus direto na fonte que é Cristo.

Estes dois extremos são perigosos e podem causar derrotas na caminhada de um cristão. As vezes você passa por alguma situação e não entende, buscando explicações, e depois percebe que, na verdade, você nunca buscou a Deus de verdade, mas sempre se preocupou em ser inteligente para os outros ou em ter conhecimento atrás de conhecimento e “não teve tempo” para fazer o mais importante que é a oração, a busca e a comunhão com Deus. Outras pessoas podem passar pelo inverso, ou seja, elas tem um verdadeiro amor para com Deus e fazem de tudo; porém, elas não tem nem sequer um mínimo de conhecimento acerca das coisas de Deus, não tem uma leitura diária da Bíblia, e acabam perecendo por causa disso, como Deus diz em Oséias.

Alguém ainda poderia perguntar “como é que uma pessoa tão íntima com Deus pode ser enganada e acabar perecendo”, mas essa questão é facilmente resolvida pelo fato de que não é a obrigação de Deus te passar todas as verdades cristãs por revelação a você; Ele já te deu uma Bíblia e se você não aproveita para abrí-La e começar a ler, quem será enganado é você mesmo e a culpa é sua, pois Deus não vai dar alguma revelação ou algum discernimento a alguém que não busca isso! Portanto, devemos equilibrar a nossa caminhada crista entre buscá-Lo mediante a oração e a leitura bíblica, e desta forma cumpriremos a palavra que está escrita: “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséias 6:3)

Irmãos, digo isso porque a maioria das pessoas não passam um tempo diário de leitura bíblica. Não leem nem sequer UM ÚNICO VERSÍCULO no dia todo! E ainda querem ir para o Céu! Perdoe-me se você não tem como ler por ser analfabeto ou por estar em uma região isolada onde não tem Bíblias (ou em alguma ilha perdida, ou no Triângulo das Bermudas), mas se você tem uma Bíblia em casa então comece a lê-la! (aliás, se você está lendo este artigo, então é presumível que você possa também ler a “Bíblia falada” ou a “Bíblia Online”, fique a vontade...). O que eu estou tentando dizer aqui é quecomo é que Deus vai anotar no “livro da vida” o nome de alguém que não lê o seu próprio livro???

Ainda alguém poderia alegar que não tem tanto utilidade assim ler a Bíblia e que basta ouvir o que o pastor prega no Domingo. Na verdade, deve ser por isso que tanta doutrina estranha chegou à igreja. E não estou falando apenas da perda do evangelho Cristocêntrico na Idade Média (“idade das trevas”, literalmente!) em que houve uma completa derrota em termos de cristianismo (pois o “cristianismo” virou “marianismo”) e os “santos” dividiram o lugar de Jesus no coração das pessoas; estou falando também de algo que acontece até os dias de hoje, com tantas doutrinas falsas infiltradas no meio da Igreja (e o “povão” seguindo, é claro) e o evangelho bíblico sendo cada vez mais largado das portas para fora da Igreja.

Em algumas Igrejas as ordenanças de Paulo parecem não ter tanta importância assim, afinal, para que fazer tudo “com ordem e descência” (1Co.14:40). Eu imagino o apóstolo Paulo entrando dentro de determinadas igrejas que temos “por aí” e ver onde foram parar as suas ordenanças, de que “o espírito dos profetas está sujeito aos profetas, porque Deus não é Deus de confusão, mas sim de paz” (1Co.14:32,33)!

Em outras igrejas, parece que para haver algum tipo de avivamento é necessário que o Espírito Santo caia no meio da Igreja, porque são igrejas mortas (desculpe-me ter que falar assim, mas são igrejas espiritualmente mortas, em que as pessoas entram e saem do mesmo jeito e o mesmo fato repete-se em todas as outras semanas...). Algumas igrejas estão vendendo o evangelho de Cristo que é pela graça, comerciando artigos para te dar a devida “proteção espiritual contra as forças do mal”; e se você pensa que eu me refiro ao sangue de Jesus você está muito enganado, eu estou falando é mesmo de “água benta”, do “lenço da unção”, da “pedra consagrada”, que dão uma “forcinha” para o sangue de Cristo nos proteger...

Tudo isso poderia ser perfeitamente removido e o evangelho puro e sincero restaurado em caso que houvesse entre o povo uma leitura bíblica séria, diária, de acordo com cada texto bíblico em pauta. Inúmeras heresias seriam facilmente desmascaradas, mas não o são, porque o povo (entre eles até muitos crentes sinceros) são enganados, perecem, por falta de conhecimento. Foi o próprio Jesus Cristo que disse: “Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna; e são elas que dão testemunho de mim” (João 5:39).

Os cristãos de Beréia eram nobres por fazerem aquilo que muitos “cristãos” se omitem em fazer: “Ora, estes eram mais nobres do que os de Tessalônica, porque receberam a palavra com toda avidez, examinando diariamente as Escrituras para ver se estas coisas eram assim” (Atos 17:11). Infelizmente estão faltando bereanos nos dias de hoje (e sobrando “tessalonicensses”), o que traz a Igreja para outros rumos que fogem da simplicidade que há em Cristo, o que poderia ser perfeitamente evitado.

2 Coríntios 11
2 O mesmo zelo que Deus tem por vocês eu também tenho. Porque vocês são como uma virgem pura que eu prometi dar em casamento somente a um homem, que é Cristo.
Pois, assim como Eva foi enganada pelas mentiras da cobra, eu tenho medo de que a mente de vocês seja corrompida e vocês abandonem a devoção sincera e pura a Cristo.
Porque vocês suportam com alegria qualquer um que chega e anuncia um Jesus diferente daquele que anunciamos. E aceitam um espírito e um evangelho completamente diferentes do Espírito de Deus e do evangelho que receberam de nós.

O apóstolo Paulo resumo tal questão nas seguintes palavras:

Efésios 4
13 Até que todos alcancemos a unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, echeguemos à maturidade, atingindo a medida da plenitude de Cristo.
14 O propósito é que não sejamos mais como crianças, levados de um lado para outro pelas ondas, nem jogados para cá e para lá por todo vento de doutrina e pela astúcia e esperteza de homens que induzem ao erro.
15 Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo.

Uma tática que Satanás mais usa a fim de fazer com que os cristãos não leiam a Bíblia (o que na verdade não pode nem mesmo ser chamado de “tática”) é fazer com que as pessoas tenham “nojo” da Bíblia. Não estou dizendo que você vai achar a Bíblia uma coisa odiosa, pelo contrário, você pode até amar a Bíblia (a capa, e tudo mais...), mas quando você vai abrir a fim de lê-la, algo vai contra você de forma que você não tem a mínima vontade, força ou motivação para continuar lendo. Isso acontece com absolutamente todos os cristãos que tem a intenção de ler a Bíblia pela primeira vez (ou daqueles que tentaram ler a Bíblia “uma primeira vez” mas não tiveram tanto sucesso).

Lembro-me que, no início, eu lia sete capítulos da Bíblia (enquanto estava no culto, é claro), mas depois que saia da igreja eu não tinha mais a mínima vontade ou moral para ler coisa nenhuma! Na verdade, não era porque o culto era ruim (tinha igrejas em que o culto era péssimo e era mais divertido ler o livro de Levítico e no original hebraico do que tentar prestar atenção no culto), mas o culto na determinada igreja em que eu estava era realmente muito bom. Eu me sentia a vontade em ler a Bíblia naquele lugar, provavelmente porque a presença do ES era maior ali (eu não sei, isso é apenas uma probabilidade), mas de qualquer forma dentro daquele lugar eu lia a Bíblia durante o culto inteiro, mas depois que saia em perdia absolutamente qualquer vontade de ler qualquer versículo da Bíblia.

Foi ao longo de muito tempo em que eu comecei a [tomar vergonha na cara e] ler dois, três, seis, nove capítulos por dia e, mais tarde, passei a começar a fazer a leitura do NT inteiro nas segundas. Não estou dizendo de forma alguma que seja alguma obrigação sua ler o Novo Testamente num só dia, mas apenas chamar a sua atenção para o quanto de leitura diária que você deposita na Bíblia, pois isso também é uma forma de revelar o quanto que você preza por Deus. Se você não lê o livro Dele (ou lê “bem pouquinho”) é praticamente uma forma de falar que você não se interessa por ele, preferindo ler outras coisas mais agradáveis do que aquilo que Ele oferece a você.

Se, por exemplo, você passar uma única hora por dia lendo o NT, você terminará de ler o NT inteiro em duas semanas e dois dias! Pense bem nisso, você será um dos maiores mestres neotestamentários que o mundo já viu (ou pelo menos um dos mais consideráveis do seu bairro...), e terá mais profundas revelações dos planos de Deus e da Sua Palavra que vem do alto, crescendo espiritualmente e ganhando cada vez mais maturidade no Espírito (além de não cair na palhaçada que alguém estiver pregando em qualquer lugar, e você antes admitia como “verdade” por não ter discernimento espiritual).

Irmão, me perdoe o amigo cético, mas a Bíblia é uma coisa mágica, tem alguma coisa nela. Pelo menos comigo, quanto mais eu lia a Bíblia, mais conhecimento e revelação e discernimento espiritual eu ia ganhando. Mesmo se estivesse lendo algum livro de guerra (eu amo ler os livros de guerra e de matança) a minha mente ficava cada vez mais aberta, e parecia que eu tinha cada vez maior revelação de todas as coisas espirituais (não apenas das guerras...). Isso é logicamente explicável quando vemos a explicação do apóstolo Paulo para tal acontecimento:

“Na verdade as mentes deles se fecharam, pois até hoje o mesmo véu permanece... Não foi retirado, porque é somente em Cristo que ele é removido (...) O deus desta era cegou o entendimento dos descrentes, para que não vejam a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus” (2 Coríntios 3:14; 4:4)

Há um véu espiritual que primeiramente cobre todas as pessoas, mas que é removido em Cristo. Por que ele não resolve logo tirar o véu espiritual de todo mundo? Não sei exatamente, mas provavelmente ele honra e respeita a vontade e a dedicação daquele que sinceramente deseja ter esse véu removido, buscando isso através das Escrituras, que são fonte de vida eterna (Jo.5:39), e o conhecimento espiritual vai aumentando regularmente de acordo com o que você busca. E o que acontece enquanto isso? O véu vai sendo removido, e você vai contemplar a face do Senhor com glória cada vez maior:

“E todos nós, que com a face descoberta contemplamos a glória do Senhor, segundo a sua imagem estamos sendo transformados com glória cada vez maior, a qual vem do Senhor, que é o Espírito” (2 Coríntios 3:18)

O diabo conhece muito bem o poder que reside na Palavra do Deus Vivo, ele sabe que se as pessoas lerem o véu vai ser removido, ele sabe que se as pessoas lerem elas irão começar a serem transformadas com glória cada vez maior, e o que ele mais quer impedir é que tais fatos se concretizem, de modo que até mesmo ao crente forte na fé ele faz de tudo para impedir absolutamente qualquer progresso neste sentido, pois desta forma é mais fácil manter as pessoas com o leite, com a falta de conhecimento, com a falta de revelação e com os ensinos estranhos e contrários ao Senhor Jesus Cristo. A verdade é que quanto mais você lê a Bíblia, mais revelação e progresso espiritual você ganha, e cada vez mais o véu vai sendo removido e você, de fato, não terá mais vontade de parar de ler a Bíblia – se não for para orar, ou buscar ainda mais a Deus!

Alguém ainda poderia falar que passar uma hora por dia lendo a Bíblia é muito cansativo; mas quem pensa assim – me desculpe – mas é muito hipócrita mesmo, pois milhões de pessoas no mundo todo passam horas e mais horas estudando para fins terrenos matérias que não tem absoltamente valor nenhum para o Reino, que não vão te trazer salvação, que não vão te trazer galardão, que não vão te fazer crescer espiritualmente em nada, pelo contrário, só vão tirar seu tempo de buscar a Deus, e estou plenamente convicto em minha mente de que cada hora, cada minuto, cada segundo que você passa sem buscar a Deus é um tempo perdido.

Pessoas assim passam horas estudando cuidadosamente coisas legais tais como álgebra, logaritmo, bháscara, o teorema dos teoremas... e outras coisas que são loucuras para Deus... e diz que não tem tempo para passar nem sequer uma única horinha do dia lendo o Livro de Deus!!! Não estou dizendo que pessoas assim não levam o Reino de Deus em primeiro lugar, porque, na verdade, pessoas assim não levam o Reino de Deus nem para a repescagem, o Reino tem que dividir lugar com todas as coisas e são praticadas “se sobrar tempo” (porque a preferência não é Deus para essas pessoas, é claro!).

Amado, coloque o Reino de Deus em primeiro lugar, isso implica em mais tempo, mais vontade, e mais desejo para Deus do que para qualquer outra coisa no céu, na terra ou debaixo da terra. Mesmo se você trabalha igual ao Julius (pai do Chris daquele episódio legal da TV), tendo dois empregos e trabalhando que nem um cão, você tem que primeiramente colocar um tempo para Deus; o tempo para Deus é prioridade, não ter tempo para Deus significa perder tempo e, portanto, ao invés de tentar “encaixar” algum tempo para Deus no seu tempo, você tem que viver para Deus de modo com que o resto seja encaixado.

Escute atentamente isso que eu digo (ou melhor, o que eu escrevo...rsrs), se você não coloca o Reino de Deus acima absolutamente de todas as demais coisas, você não terá parte no Reino de Deus e de Cristo. Pessoas acham suficientemente bom ir para o culto uma vez por semana e já acham que estão fazendo coisa demais, sendo que não passam nem sequer um dia por semana na casa de Deus e depois querem ficar nas Suas moradas celestiais dia após dia durante toda a eternidade!

Escute isso (leia isso), eu já afirmei isso agora há pouco mas vale a pena reiterar: Deus não é bobo, você não pode enganar a Deus e nem manipulá-lo (foi exatamente isso a primeira profecia que eu já recebi...); você pode até ter sucesso em “passar a perna” ou em enganar pessoas aqui nesta terra e receber algo muito melhor em cima dela, mas com Deus não é assim, Ele nunca pode ser enganado, ele nunca pode ser feito de “trouxa” por qualquer pessoa que, não fazendo nada, pensa que já faz o suficiente, porque não tem o devido respeito para com o Reino de Deus nem mesmo para colocá-lo acima das demais coisas que conduzem à morte!

Pense em quanto tempo você gasta para o mundo, em quanto tempo você dá lucro para o mundo, em quanto tempo você se diverte à custa do mundo, em quanto tempo você usufrui das coisas do mundo, em quanto tempo você se deleita pelas coisas do mundo e em quanto tempo você age na obra de Deus. Você o busca acima das demais coisas? O Reino de Deus é – realmente – o primeiro lugar (P-R-I-M-E-I-R-O L-U-G-A-R) na sua vida? Você se faz inimigo do mundo para agradar ao Espírito? Você morre todos os dias para o mundo para viver para Deus? Você já está crucificado com Cristo?

“Infiéis, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tiago 4:4)

“Eu vos declaro, irmãos, pela glória que de vós tenho em Cristo Jesus nosso Senhor, que dia após dia morro” (1Coríntios 15:31)

“Os que pertencem a Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e os seus desejos” (Gálatas 5:24)

“Mas longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo” (Gálatas 6:14)

“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim” (Gálatas 2:20)

Irmão, novamente repito que não estou dizendo todas essas coisas para te assustar (embora fique bem feliz se consegui obter algum sucesso até aqui), mas apenas alertar àquilo que a Bíblia afirma, em detrimento daquilo que lobos devoradores em peles de “cordeiro” estão disseminando “por aí” e enganando a muitos! Renunciar ao mundo e estar crucificado com Cristo não significa apenas viver um a vida sem nenhum pecado muito escabroso, mas significa ter uma vida totalmente focada e centralizada Nele, o Cabeça de todas as coisas, uma vida voltada para Ele, vivendo uma vida em que as coisas do mundo já não fazem sentido – são loucura – a vida só faz sentido se for vivendo em Cristo, por Cristo e para Cristo.

Se você pensa desta maneira, então coloque em prática isso que você está lendo. Eu não estou dizendo isso para colocar “cargas” sobre as pessoas, pelo o contrário, eu estou é retirando as cargas que Satanás colocou em cima de muitas pessoas da Igreja mediante as pregações que vão contra o evangelho bíblico verdadeiro – essa carga pode não parecer ter tanto peso agora, mas você sentirá o peso dela no dia do Juízo Final.

Já afirmei aqui neste estudo que Deus está buscando pessoas que são realmente apaixonadas por Ele, e estou plenamente convicto de que apenas aquele que é apaixonado por Deus com amor incorruptível tem parte no Reino dos céus. O Espírito Santo é apaixonado por nós. De fato, ele é tão apaixonado que sente até ciúmes:“Ou vocês acham que é sem razão que a Escritura diz que o Espírito que ele fez habitar em nós tem fortes ciúmes?” (Tiago 4:5). O que é que uma pessoa que é apaixonada mais quer? Ela quer ser correspondida pela outra pessoa.

A coisa mais horrível que existe é ficar apaixonado por uma pessoa que não gosta de você; que não retribui. O Espírito Santo é realmente apaixonado por todos os seus filhos, e, como todo apaixonado, busca desesperadamente ser correspondido. Mas quando é que nós “traímos” a Deus? Quando cometemos uma “coisinha” denominada de “pecado”. De fato, o Espírito sonda até aos pensamentos e sabe tudo aquilo que tem de impureza lá dentro, não apenas no interior como também no exterior, e tudo aquilo que é impuro é odiável, é desprezível, Deus repudia a isso e o Espírito Santo fica profundamente entristecido, assim como qualquer pessoa se sente desprezado por quem verdadeiramente ama:

“Não entristeçam o Espírito Santo de Deus, com o qual vocês foram selados para o dia da redenção” (Efésios 4:30)

Essa é uma grande verdade espiritual. O Espírito Santo, que é apaixonado por nós, se sente entristecido quando é “traído”. A Bíblia usa exatamente essa linguagem para retratar a nossa comunhão com Deus; nós somos a “noiva” do Cordeiro, Jesus Cristo:

“Um dos sete anjos que tinham as sete taças cheias das últimas sete pragas aproximou-se e me disse: "Venha, eu lhe mostrarei a noiva, a esposa do Cordeiro" (Apocalipse 21:9)

“Regozijemo-nos! Vamos nos alegrar e dar-lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou” (Apocalipse 19:7)

Nós somos representados como “virgens” dadas em casamento ao noivo (Cristo):

“O Reino dos céus, pois, será semelhante a dez virgens que pegaram suas candeias e saíram para encontrar-se com o noivo” (Mateus 25:1)

O capítulo inteiro faz a antítese entre as virgens prudentes e as virgens loucas. Tem gente que é como as virgens loucas, acha que o Espírito Santo, que mora aqui dentro de nós, vai ficar aqui dentro de qualquer jeito; mesmo sem ser correspondido, mesmo sem ser amado também, mesmo sem nós sermos apaixonados por ele, mesmo cometendo tudo o que é tipo de imundície e de impureza. Não, o Espírito Santo não vai continuar morando dentro de um coração no qual só sai pensamentos impuros e atos de indecência!

O Espírito Santo foge disso, ele só fica dentro do coração daquele que é realmente apaixonado por ele, pois toda e qualquer pessoa busca ser retribuída por quem é apaixonado, e se não é correspondido busca uma saída, e o Espírito Santo pode facilmente deixar o coração de alguém que não corresponde à paixão Dele por nós. O resultado disso é que, sem ser correspondido, o próximo passo que acontece é ele abandonar tal paixão – pois não é correspondido. Isso é o que acontece com quem vive uma vida de pecado ou de pouco compromisso com Deus.

Quem é apaixonado por alguém, busca ao máximo que a outra pessoa não apenas corresponda a tal paixão, como também quer ficar o tempo todo junto com ela, ou pelo menos o máximo tempo possível. Com o Espírito Santo é exatamente a mesma coisa; quanto mais tempo você O busca, mais ele se alegra de você; quanto mais tempo você fica com ele, mediante oração, louvores, leituras da Bíblia e idas à Sua casa (afinal, todo e qualquer apaixonado de verdade quer que a outra pessoa vá na sua casa, e tem “cristão” que vai na casa de Deus uma vez por semana ou nem isso e acha que já está bom!), quando você busca corresponder ao Espírito Santo desta maneira, zelando por santificação e total pureza à Ele, ele não fica entristecido, pelo contrário, fica feliz, e derrama o amor dele no seu coração também!

Irmãos, o tempo que resta é pouco, sejamos como Cristo, que “não procurou agradar a mim mesmo, mas àquele que me enviou” (Jo.5:30), e corresponda ao Espírito Santo voltando-se completamente Àquele por quem você ama “com o amor incorruptível”(Ef.6:24). Vivamos voltados para Ele, buscando a Ele, passando tempo com Ele, correspondendo ao amor Dele derramado liberalmente em nossos corações!

Você já tem a vantagem de estar vivo, por favor não desperdice tal opurtunidade, “não recebam em vão a graça de Deus” (1Co.6:1), corresponda ao Espírito Santo enquanto ainda há tempo, pois nós somos a noiva de Cristo, que há de resgatar a Sua Igreja, mas para o Seu reino “jamais entrará algo impuro, nem ninguém que pratique o que é vergonhoso ou enganoso, mas unicamente aqueles cujos nomes estão escritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap.21:27). Deus te amou muito, e tal amor Dele por você foi demonstrado sobretudo na paixão de Cristo, ao dar a sua própria vida “por livre e espontânea vontade” (Jo.10:18) a fim de salvar tão pobre pecador. Alguém que é apaixonado chega à extremos, e Deus chegou ao extremo de dar o seu único Filho por amor a nós – não desperdice tão tamanho amor!

Deus nos “resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado” (Cl.1:13). Essa é uma grande verdade espiritual; embora nós materialmentecontinuarmos nesta terra no mesmo lugar antes e depois de recebermos a Cristo em nossos corações, nós espiritualmente estávamos no Reino das Trevas, no poderío de Satanás, estávamos naquele lugar, presos, no fundo de um poço, de um lamaçal, coberto pelos nossos pecados, sem o sangue de Cristo, sem vida em nós mesmos, sem Jesus nas nossas vidas.

material destino dos ímpios e pecadores é onde eles espiritualmente já estão agora, neste exato momento. Contudo, Deus nos escolheu, nos ungiu, nos capacitou, nos renovou, nos regenerou, derramou o seu eterno amor em nós pelo Espírito da Promessa; ele veio até onde estávamos no domínio das trevas e com a sua poderosa mão nos resgatou de lá, pagando um altíssimo preço, preço de cruz, preço de sangue, o sangue do Cordeiro que hoje nos purifica de todo o pecado.

Ele nos resgatou daquele lugar, das trevas, e nos transportou para o seu eterno Reino de justiça, para a luz do evangelho da glória de Cristo, de modo que hoje nós já chegamos ao monte Sião, à Jerusalém celestial, à cidade do Deus vivo, aos milhares de milhares de anjos em alegre reunião, chegamos a Deus, o juiz de todos os homens e a Jesus, o mediador de uma nova aliança, chegamos à vida eterna que Ele nos concedeu! O quematerialmente só alcançaremos no Juízo daquele Dia, nós espiritualmente já alcançamos agora! Nós já fomos resgatados, pense no quanto custou o seu resgate, em tudo o que Ele fez por você! Não deveria o Cordeiro receber a total recompensa pelo seu sofrimento?

Lembro-me há não muito tempo atrás (não mesmo, porque ainda estou lutando contra tais pensamentos...), que quanto eu mais visse as pessoas [da Igreja] tudo acabadas, “melhor”, porque na minha mentalidade seria melhor para mim mesmo (i.e, pensava que chamaria mais a atenção de Deus, seria ainda mais especial para Ele, seria parte de um “remanescente fiel”, etc.), mas hoje eu vejo que essa é uma mentalidade infantil que tem que ser retirada por todos os meios possíveis.

Já vi pastor pregando que quanto menos pessoas forem salvas melhor pra ele, porque sobraria mais lugar para ele no Céu (eu não achei a piada tão engraçada e por isso estou criticando aqui neste espaço). Esses pensamentos não são nem de perto aquilo que Deus espera de seus servos, o próprio Moisés mostrou o quanto feliz que ele ficaria caso fosse retirado parte de seu espírito para os outros profetas:

“Disse então o Senhor a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem os anciãos do povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da revelação, para que estejam ali contigo. Então descerei e ali falarei contigo, e tirarei do espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão eles o peso do povo para que tu não o leves só (...)Saiu, pois, Moisés, e relatou ao povo as palavras do Senhor; e ajuntou setenta homens dentre os anciãos do povo e os colocou ao redor da tenda. Então o Senhor desceu: na nuvem, e lhe falou; e, tirando do espírito que estava sobre ele, pô-lo sobre aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles profetizaram, mas depois nunca mais o fizeram (...) Então Josué, filho de Num, servidor de Moisés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu e disse: Meu Senhor Moisés, proíbe-lho. Moisés, porém, lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que do povo do Senhor todos fossem profetas, que o Senhor pusesse o seu espírito sobre eles!” (Números 11:16,17,24,25,28,29)

Parte do espírito que habitava sobre Moisés seria retirado a fim de descer para setenta dos anciãos de Israel, e Josué julgou que isso seria ruim para Moisés e queria defendê-lo, ele fez uso de um pensamento matemático (ou seja, foi carnal), que se o espírito de Moisés fosse dividido com os outros, ficaria menos com ele; contudo, observem atentamente a resposta de Moisés à ele: “Moisés, porém, lhe disse: Tens tu ciúmes por mim? Oxalá que do povo do Senhor todos fossem profetas, que o Senhor pusesse o seu espírito sobre eles!” (v.29).

Moisés estava perdendo parte de seu espírito, mas mesmo assim queria não apenas os setenta, mas todo o povo inteiro, tivesse parte no espírito que Deus havia concedido à ele. Se eu pregar a Palavra do jeito que ela verdadeiramente o é, o meu espírito não vai ser retirado de maneira nenhuma como seria com Moisés, eu vou continuar do mesmo jeito que eu estava antes, e ainda todo o povo será edificado. Por isso, não quero e nem pretendo pregar e anunciar o “evangelho fácil” como é pregado “por aí”, pois alguns até pregam a porta estreita, mas esquecem que o CAMINHO também é estreito:

“Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram” (Mateus 7:13,14)

Veja que não apenas a porta, mas também o caminho, é apertado. Quero lhe falar (escrever...) algo que poderá mudar a sua vida: ninguém entra pela porta estreita se não trilher o caminho estreito! Eu já ouvi não poucas vezes sermões sobre a porta estreita, mas eles se esquecem de dizer que o caminho também é estreito. Existem pessoas que vivem nesta vida como se o Senhor Jesus não fosse voltar, acreditam em Deus mas o negam pelas suas obras, que “amam mais a glória dos homens do que a glória de Deus” (Jo.12:43), que perdem grande parte de seu tempo numa tela de televisão, que vivem como pessoas do mundo (ou “crentes em missão secreta”), que querem satisfazer seus desejos carnais e pecaminosos e que trilham esta vida como se não existisse outra; “dizendo-se sábios, tornaram-se loucos” (Rm.1:22), e buscam conciliar uma “vida com Deus” com uma “vida para o mundo”.

Contudo, se você quer entrar pela porta estreita, saiba que estreito também é o caminho: seguir a Cristo pode não parecer tão fácil ou divertido no começo, tendo que sacrificar os desejos da carne, crucificá-la, esmagá-la, vencê-la, pelo sangue do Cordeiro que nos purifica de todo pecado (1Jo.1:7), desenvolvendo a salvação com “salmos, hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração”(Ef.5:19), vivendo uma vida totalmente e completamente voltada para o Senhor, é por isso que Paulo dizia que o mundo estava crucificado para ele – e ele para o mundo!

O mundo que brilhava não brilha mais para o cristão; o pecado perdeu o seu brilho, o mundo perdeu as cores, diante do eterno brilho do Seu Amor! E embora posso parecer difícil no começo, “tal esperança não nos decepciona, porque Deus derramou seu amor em nossos corações, por meio do Espírito Santo que ele nos concedeu” (Romanos 5:5). Aleluia!!! Amados, o alerta é geral e vale para com todas as pessoas; ninguém está isento do julgamento diante de Deus, pois “todos havemos de comparecer ante o tribunal de Deus” (Rm.10:14). Lembro-me agora de uma pregação de um pastor (apóstolo Coraiola, para os mais íntimos), que tocou nesta seguinte passagem:

“Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: ‘Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios e não realizamos muitos milagres?’ Então eu lhes direi claramente: ‘Nunca os conheci. Apartem-se de mim vocês, que praticam o mal!’” (Mateus 7:21-23)

As pessoas relatadas em tal menção de Cristo eram pessoas que tinham relativamente um bom exercício dos fatores externos do agir do Espírito, elas profetizavam, expulsavam demônios e operavam milagres – e em nome de Cristo! E veja que ele não diz que eles fizeram isso falsamente ou que não foi por ele; certamente eles tinham algum nível de relacionamento exterior, mas não tinham um convívio diário com Ele; em outras palavras, eram pessoas que rompiam no sobrenatural exterior mais não rompiam no sobrenatural interior, que é o que realmente vale para a salvação pessoal.

O que lhes é dito em seguida? “Apartai-vos de mim – vós que praticam o mal”! Isso é muito forte. Aquelas pessoas que expulsavam demônios, operavam milagres e profetizavam em nome de Cristo nesta vida, acabaram indo para a condenação, perdendo a salvação eterna oferecida por Deus. O pastor mencionado anteriormente, então, diz algo que chocou talvez ainda mais do que o versículo: Deus lhe falou que se essas pessoas que tinham autoridade sobre demônios e operavam maravilhas tiveram esse fim, quanto mais ainda crentes de finais de semana!

Isso é realmente chocante, pelo menos para mim, mas é mais do que normal para aqueles que lêem a Bíblia. A Bíblia toda ressalta o fato da dificuldade da salvação, do justo que é difícil ser salvo, da porta que é estreita, do caminho que é apertado, dos muitos que entram pela porta larga, que leva à perdição. Portanto, irmãos, lembrai-vos daquela passagem citada no início deste estudo:

"Nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos também nós neste mundo" (1 João 4:17)

Bilhões estarão ali permanecendo à espera do dia do juízo para saber se se salvarão ou não; imagine a expectativa, imagine como seria você estando ali! Certamente veríamos, todos nós, o quanto que poderíamos fazer melhor por Deus nesta vida, o quanto que poderíamos assegurar a nossa salvação, o quanto de recompensa que poderíamos ganhar a mais. Lembre-se que estamos falando de um estado eterno, ou seja, esta presente vida em que passamos “debaixo do sol” não significa nada, nadica de nada, absolutamente nada mesmo, se compararmos com uma infinidade, e tudo isso é baseado no que fizemos nesta presente vida! Todas aquelas pessoas que tanto quiseram satisfazer as suas “vontades naturais” desta vida chorarão desesperadas, afinal, é exatamente isso o que a Bíblia nos mostra:

“Ali haverá o choro e o ranger de dentes, quando virdes no reino de Deus Abraão, Isaque, Jacó e todos os profetas, e vós excluídos dele” (Lucas 13:28)

Irmãos, eu acredito que o “choro e ranger de dentes” seja não somente por causa do inferno, mas principalmente pelo fato apresentado no fim do verso: eles verão os justos dentro do Reino, e eles mesmos excluídos, rejeitados, tiveram todas as oportunidades de fazer o bem nesta vida mas não fizeram; não quiseram renunciar a este mundo, não quiseram crucificar a carne, não quiseram buscar a Deus de todas as forças e com todo o entendimento, só vieram a pensar seriamente nas coisas de Deus quando já era tarde demais.

Tomara, sinceramente, a minha plena e sincera vontade, é que você não seja uma dessas pessoas, que pense que poderia fazer mais e melhor do que fez. Tomara que você (e eu) não fiquemos de fora, excluídos, mas, ao contrário, participemos das bodas do Cordeiro (Ap.19:9), exultando juntos por tão grande graça da salvação!

Portanto, ser religioso não é problema nenhum, muito pelo contrário, o que o diabo mas quer e tenta fazer é manipular a mente das pessoas a fim de pregar aquilo que a Bíblia jamais falou em lugar nenhum: que a religiosidade é algum “problema”. De fato, Satanás conseguiu tanto êxito em sua tentativa em realizar tal obra, que hoje em dia quando ouvimos falar em tal palavra já classificamos como alguma coisa ruim que tem que ser evitada.

Isso decorre do desconhecimento escriturístico de grande parte das pessoas, mas, para o nosso bem, Deus (que sempre preza em esconder doutrinas falsas de entrarem na sua palavra) jamais deixou que qualquer apóstolo ou qualquer profeta escrevesse alguma letra contra a religiosidade. Quanto mais lemos a Bíblia, mais vemos que existe uma regra no campo espiritual, que regia e rege até os dias de hoje e sempre regerá até a consumação dos séculos, de que quanto mais você busca, mais você encontra:

“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede, recebe; o que busca, acha; e a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mateus 7:7,8)

Essa é a maior de todas as regras espirituais e é a regra que Satanás mais tentou combater até os dias de hoje: que quanto mais você busca, mais você encontra, você recebe na medida daquilo que você busca; Deus te faz ser exatamente aquilo que você faz merecer pelo que faz por ele. A regra é realmente muito, muito simples: quanto mais você busca, mais você encontra; quanto mais você bate, mais a porta lhe será aberta; quanto mais você pede, mais você recebe; quanto mais você quer Ele, mas ele irá te querer também; quanto mais você demonstra o seu amor por ele mediante os frutos do arrependimento, mais ele irá abrir as janelas do Céu para te abençoar, mais portas irão se abrir, mais desenvolvimento espiritual você vai ganhar, mais forças para crucificar a carne, mais rompimento nas forças sobrenaturais, mais envolvimento com o Espírito Santo, mais intimidade com o Pai, e mais comunhão com o Filho, Cristo Jesus, que é o mesmo ontem, hoje e eternamente. Amém!

A oração é exatamente aquele momento em que chegamos no Trono do Pai e recebemos dele o que pedimos de acordo com a Sua Vontade. Imagine se eu te visitasse todos os dias, indo aí em sua casa para te visitar; o que você me consideraria? Um conhecido. Você estaria falando comigo e eu estaria falando com você; é exatamente isso o que é a oração. Se você ora para Deus mediante Jesus Cristo, você se faz conhecido dele, e no Dia do Juízo ele irá abrir as portas para você. Com certeza irá lhe dizer: “Ah, esse filho eu conheço, ele vinha aqui em casa todos os dias conversa comigo”! Mas aquele servo que não ora (ou ora pouco) são como as virgens loucas – o que acontecerá? O próprio Cristo responde essa:

“E ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não conheço” (Mt.25:12)

Se você não tem uma prática constante de oração, não adianta você bater na porta e esperar que ele a abra só porque você você conhece ele. O fato de você conhecer ele de nada adianta se ele não conhecer você. Se eu fosse na Casa Branca para falar com o Obama, eles me taxariam de louco e eu não poderia chegar nem perto de lá, não importa o quanto que eu o conhecesse. Mas se o Obama me conhecesse, aí sim ele abirria as portas da Casa Branca e nós “ceiremos juntos” (modo figurado e espiritualizado, é claro). Da mesma forma é com Deus. Não adianta você bater na porta dizendo conhecê-LO; de fato, quase todas as pessoas o conhecem de alguma forma.

O que realmente vale é o tanto de tempo em que você passa em oração com Ele, entrando no Santo dos Santos, na presença de Deus Pai mediante seu Filho amado (1Tm.2:5; Jo.14:6), aí se você se torna conhecido dele e dessa maneira ele te conhece.

Quando você entra em oração, você materialmente continua no seu quarto, masespiritualmente está diretamente na presença de Deus:

“Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade” (Hebreus 4:16)

Se você muito ora, Deus muito te conhece, pois você muitas vezes esteve na sua presença, você espiritualmente estava sempre lá no Céu orando ao Pai mediante o seu Filho amado, você estava lá todos os dias, as vezes até sob lágrimas, se derramando na presença do Espírito Santo. Naquele dia, você perceberá ainda mais claramente que ele te conhece, que você é verdadeiro filho Dele, amado por Ele, porque entrava constantemente na Sua presença! E sucederá que “naquele dia vocês não me perguntarão mais nada. Eu lhes asseguro que meu Pai lhes dará tudo o que pedirem em meu nome” (Jo.16:23).

Mas, se você não ora, ele irá dizer que nunca te conheceu. Você chegará para Ele mas ele responderá: “Eu nunca vi você por aqui”; e, mesmo que você diga que já falou com ele “algumas vezes”, Ele lhe responderá: “Ah... será que é esse mesmo? Não, deve ser algum outro parecido.... não tenho tanta certeza – fechem as portas”! Irmãos, não estou limitando a onisciência de Deus, pelo contrário, estou metaforizando aquilo que a própria Bíblia afirma que acontecerá Naquele Dia, o dia em que uma infinidade de pessoas verão quanto tempo que perderam nesta vida, quanto lixo que fizeram, quanta oportunidade que desperdiçaram.

Irmãos, quanto mais eu vejo alguns dos maiores pregadores (não estou falando de qualquer pregador, estou falando de pregador cheio do Espírito mesmo!), vejo que eles não eram “pessoas normais”. Pelo o contrário, eles eram exatamente aquilo que o mundo consideraria como “loucura”, como “loucos”. Um famoso pregador dos EUA, Dave Roberson, orava oito horas por dia. Passados três meses, diz ele que conseguir “encontrar a chave do sobrenatural”, e foi usado por Deus em curas extraordinárias além de ser um pregador da Palavra de Deus reconhecido mundialmente.

Eu realmente não creio que ele já era para ser assim e pronto; eu acredito com toda a sinceridade que ele (e muitíssimos outros que eu já vi em minha vida) só se tornaram aquilo que eles chegaram a ser porque oravam quatro, cinco, seis, sete, oito horas por dia ou mais em comunhão com Deus. Deus retribui a nós na medida daquilo que fazemos para Ele e, se o fizermos, desfrutaremos de não apenas a segurança da nossa própria salvação, como também curas, milagres, visões, sonhos, anjos, e tudo aquilo que a Bíblia nos mostra, que permanece firme até os dias de hoje e sempre permanecerá.

George Muller só chegou a ter mais de 50 mil orações respondidas (só contando a partir de quando ele começou a contar!) porque ele orava mais de 50 mil orações! Você pode até dizer que tal compromisso de viver uma vida com Deus é apenas para “uns poucos loucos”, mas se você mesmo não se tornar “louco para o mundo”, inimigo dele, jamais poderá tomar parte naquilo que Deus tem preparado para a sua vida; isso vale para você também, afinal, temos que nos tornar loucos para o mundo para vivermos para aquele que nos criou segundo o seu eterno propósito! A batalha espiritual é para todos, a oração é para todos, a leitura da Palavra é para todos, o compromisso é para todos, é para você!

Não importa o quão mal você já possa ter chegado, Deus sempre vai estar com os braços abertos para te receber de volta, mas aproveite as oportunidades enquanto ainda há tempo, torne-se louco para ser sábio, seja valioso para Deus e não cobiçoso pelo mundo. Lembre-se, Deus dá a cada um segundo a sua capacidade, mas a sua capacidade depende de você mesmo e, no final, Deus irá cobrar mais ainda de todos – seja de quem foi muito depositado, ou de quem foi confiado pouco – todos deverão prestar contas àquele que está preparado para julgar os vivos e os mortos por ocasião da Sua Vinda, e, aquele que esconder o seu talento na terra e não der frutos, será cortado do Reino:

“Mas, chegando também o que recebera um talento, disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabias que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros. Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali haverá pranto e ranger de dentes” (Mateus 25:24-30)

Isso é uma coisa muito séria. Não vamos brincar mais com as coisas de Deus, “pois em breve, muito em breve Aquele que vem virá, e não demorará. Mas o meu justo viverá pela fé. E, se retroceder, não me agradarei dele" (Hb.10:37,38); “Nós, porém, não somos dos que retrocedem e são destruídos, mas dos que crêem e são salvos”(Hb.10:39)

Aleluia !!!

“E, se ao justo é difícil ser salvo, que será do ímpio e pecador?” (1 Pedro 4:18)

Paz a todos vocês que estão em Cristo.

Por Cristo e por Seu Reino,

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