xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: A INSPIRAÇÃO E INFALIBILIDADE DA ESCRITURA

segunda-feira, 31 de julho de 2017

A INSPIRAÇÃO E INFALIBILIDADE DA ESCRITURA







A INSPIRAÇÃO E INFALIBILIDADE DA ESCRITURA


Por Pr. Plínio Sousa.

A Bíblia é a revelação verbal ou proposicional de Deus. É Deus falando a nós. É a voz do próprio Deus. A própria natureza da Bíblia indica que a comunicação verbal é a melhor maneira de transmitir a revelação divina. Nenhum outro modo de se conhecer a Deus é superior ao estudo da Escritura, e nenhuma outra fonte de informação sobre Deus é mais precisa, acurada e compreensiva.

O apóstolo Paulo diz:

“Toda Escritura é soprada por Deus e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra” – 2 Timóteo 3:16, 17.

Todas as palavras da Bíblia foram sopradas por Deus. (2) Tudo que podemos chamar de Escritura foi inspirado por Deus. Que a Escritura é “soprada por Deus” refere-se a sua origem divina. Tudo da Escritura procede de Deus; portanto, podemos corretamente chamar a Bíblia de “a palavra de Deus”. Esta é a doutrina da INSPIRAÇÃO DIVINA.

O conteúdo da Escritura consiste de todo o Antigo e Novo Testamentos, sessenta e seis documentos no total, funcionando como um todo orgânico. O apóstolo Pedro dá endosso explícito aos escritos de Paulo, reconhecendo seu status como Escritura inspirada:

“Tende por salvação a longanimidade de nosso Senhor; como também o nosso amado irmão Paulo vos escreveu, segundo a sabedoria que lhe foi dada; como faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem, como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição” – 2 Pedro 3:15, 16.

Pedro explica que os homens que escreveram a Escritura foram “inspirados pelo Espírito Santo”, para que nenhuma parte dela fosse “produzida por vontade de homem algum” ou pela “interpretação particular do profeta” (2 Pedro 1:20, 21).

A Bíblia é uma revelação verbal exata de Deus, a ponto de Jesus dizer que “Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mateus 5:18). Deus exerceu tal controle preciso sobre a produção da Escritura para que o seu conteúdo, na própria letra, fosse o que Ele desejava colocar em escrito.

Esta visão alta da inspiração escriturística não implica ditação. Deus não ditou Sua palavra aos profetas e apóstolos como um patrão dita suas cartas para uma secretária. A princípio, alguém pode tender a pensar que a ditação seria a mais alta forma de inspiração, mas esta não o é. Um patrão pode ditar suas palavras à secretária, mas ele não pode ter controle sobre os detalhes diários da vida dela — seja passado, presente ou futuro — e tem ainda menos poder sobre os pensamentos da secretária.

Em contraste, a Bíblia ensina que Deus exercita controle total e preciso sobre cada detalhe de Sua criação, a tal extensão que até mesmo os pensamentos dos homens estão sob o Seu controle. (3)

Isto é verdade com respeito a todo indivíduo, incluindo os escritores bíblicos. Deus de uma tal forma ordenou, dirigiu e controlou as vidas e pensamentos (4) de Seus instrumentos escolhidos que, quando o tempo chegou, suas personalidades e os seus cenários eram perfeitamente adequados para escrever aquelas porções da Escritura que Deus tinha designado para eles: (5)

“E disse-lhe o SENHOR: Quem fez a boca do homem? Ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o SENHOR? Vai, pois, agora, e eu serei com a tua boca e te ensinarei o que hás de falar” – Êxodo 4:11, 12.

“Assim veio a mim a palavra do SENHOR, dizendo: Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta (...). E estendeu o SENHOR a sua mão, e tocou-me na boca; e disse-me o SENHOR: Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” – Jeremias 1:4, 5, 9.

“Mas faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi anunciado não é segundo os homens. Porque não o recebi, nem aprendi de homem algum, mas pela revelação de Jesus Cristo. Mas, quando aprouve a Deus, que desde o ventre de minha mãe me separou, e me chamou pela sua graça, revelar seu Filho em mim, para que o pregasse entre os gentios, não consultei a carne nem o sangue” – Gálatas 1:11, 12, 15, 16.

Então, no tempo da escrita, o Espírito de Deus supervisionou o processo para que o conteúdo da Escritura fosse além do que a inteligência natural dos escritores poderia conceber. (6) O produto foi a revelação verbal de Deus, e ela foi literalmente o que Ele desejava pôr em escrito. Deus não encontrou as pessoas certas para escrever a Escritura; Ele fez as pessoas certas para escrevê-las, e então, supervisionou o processo de escrita. (7)

Portanto, a inspiração da Escritura não se refere somente aos tempos quando o Espírito Santo exerceu controle especial sobre os escritores bíblicos, embora isto tenha deveras acontecido, mas a preparação começou antes da criação do mundo. A teoria da ditação, a qual a Bíblia não ensina, é, em comparação com a da inspiração, uma visão menor, atribuindo a Deus um controle menor sobre o processo.

Esta visão da inspiração, explica o assim-chamado e evidente “elemento humano” na Escritura. Os documentos bíblicos refletem vários cenários sociais, econômicos e intelectuais dos autores, suas diferentes possibilidades, e seu vocabulário e estilo literário único. Este fenômeno é o que alguém poderia esperar, dada a visão bíblica da inspiração, na qual Deus exerceu controle total sobre a vida dos escritores, e não somente sobre o processo de escrita. O “elemento humano” da Escritura, portanto, não danifica a doutrina da inspiração, mas é consistente com ela e explicado pela mesma.

A INFALIBILIDADE DA ESCRITURA

A infalibilidade bíblica acompanha necessariamente a inspiração e a unidade da Escritura. A Bíblia não contém erros; ela é correta em tudo o que declara. Visto que Deus não mente ou erra, e a Bíblia é a Sua palavra, segue-se que tudo escrito nela deve ser verdade. Jesus disse, “a Escritura não pode ser anulada” (João 10:35), e que “E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei” (Lucas 16:17).

A INFALIBILIDADE DA ESCRITURA SE REFERE A UMA INCAPACIDADE PARA ERRAR — a Bíblia não pode errar.

INERRÂNCIA, por outro lado, enfatiza que a Bíblia não erra. A primeira diz respeito ao potencial, enquanto a última mostra o estado real do assunto. Estritamente falando, infalibilidade é a palavra mais forte, e ela exige a inerrância, mas algumas vezes as duas são intercambiáveis no uso.

É possível para uma pessoa ser falível, mas produzir um texto que é livre de erro. Pessoas que são capazes de cometer enganos, apesar de tudo, não estão errando constantemente. Contudo, há aqueles que rejeitam a doutrina da inerrância, mas ao mesmo tempo desejam afirmar a perfeição de Deus e a Bíblia como a Sua palavra, e como resultado, mantém a impossível posição de que a Bíblia é deveras infalível, mas errante. Algumas vezes, o que eles querem dizer é que a Bíblia é infalível num sentido, talvez quando ela relata as coisas espirituais, enquanto que contém erros em outro sentido, talvez quando relata acontecimentos históricos.

Contudo, as declarações bíblicas sobre as coisas espirituais estarão inseparavelmente unidas às declarações bíblicas sobre a história, de forma que é impossível afirmar uma enquanto se rejeita a outra. Por exemplo, ninguém pode separar o que a Escritura diz sobre a ressurreição como um evento histórico e o que ela diz sobre seu significado espiritual. Se a ressurreição não aconteceu como a Bíblia diz, o que ela diz sobre seu significado espiritual não pode ser verdade.

O desafio para aqueles que rejeitam a infalibilidade e a inerrância bíblica é que eles não têm nenhum princípio epistemológico autoritativo, pelo qual possam julgar uma parte da Escritura ser acurada e a outra parte ser inacurada. Visto que a Escritura é a única fonte objetiva de informação a partir da qual todo o sistema cristão é construído, alguém que considera qualquer porção ou aspecto da Escritura como falível ou errante, deve rejeitar todo o Cristianismo. Novamente, este é o porquê não há um princípio epistemológico mais alto para julgar uma parte da Escritura como sendo correta e outra parte como sendo errada.

Alguém não pode questionar ou rejeitar a autoridade última de um sistema de pensamento e ainda reivindicar lealdade a ele, visto que a autoridade última em qualquer sistema define o sistema inteiro. Uma vez que uma pessoa questiona ou rejeita a autoridade última de um sistema, ele não é mais um aderente do sistema, mas, pelo contrário, é alguém que adere ao princípio ou autoridade pelo qual ele questiona ou rejeita a autoridade última do sistema, que ele simplesmente deixou para trás. Ter uma outra autoridade última além da Escritura, é rejeitar a Escritura, visto que a própria Bíblia reivindica infalibilidade e supremacia. Alguém que rejeita a infalibilidade e a inerrância bíblica, assume a posição intelectual de um incrédulo, e deve prosseguir para defender e justificar sua cosmovisão pessoal contra os argumentos dos crentes a favor da fé cristã.

A confusão permeia o presente clima teológico; portanto, é melhor afirmar tanto a infalibilidade como a inerrância bíblica, e explicar o que queremos dizer por estes termos. Deus é infalível, e visto que a Bíblia é a Sua palavra, ela não pode e não contém nenhum erro. Nós afirmamos que a Bíblia é infalível em todo sentido do termo, e, portanto, ela deve ser também inerrante em todo sentido do termo. A Bíblia não pode e não contém erros, seja quando falando de coisas espirituais, históricas ou outros assuntos. Ela é correta em tudo o que afirma.

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