O CRISTIANISMO E OS SIMBOLOS JUDAICOS
Creio que associar a fé cristã com símbolos é algo muito comum e até mesmo histórico na igreja. Infelizmente o comércio em torno desses símbolos se tornou um negócio rendoso, apoiado na debilidade humana da necessidade de ter algo que ver e tocar, para agregar a sua fé. Ter um símbolo de apoio a fé, é diferente de ter um símbolo como identificação da fé, como aconteceu na perseguição da igreja (64-90 D.C). Os cristãos para identificar-se, desenhavam no chão e nas paredes a figura representativa de um peixe. Até hoje colocamos um peixe estilizado em nossos logotipos, materiais gráficos e adesivos de autos, uma forma de identificação.
Mais tarde, na época de Constantino, a cruz tornou-se o emblema dos seguidores de Jesus. Embora o fato de uma pessoa carregar no peito uma cruz, não significa que seja nascido de novo, mas a usa apenas como uma identificação de uma fé que possivelmente não possua. É inerente ao ser humano buscar expressar sua fé através das coisas. Essa tendência idólatra envolveu inclusive o povo de Israel. Certa feita, Deus mandou Moisés construir uma serpente de bronze e colocá-la em um poste. O propósito era que o povo olhasse para ela e não morressem pela mordedura de serpentes venenosas enviadas por Deus a causa de sua murmuração.
“O SENHOR disse a Moisés:
“Faça uma serpente e coloque-a no alto de um poste; quem for mordido e olhar para ela viverá”.
Moisés fez então uma serpente de bronze e a colocou num poste. Quando alguém era mordido por uma serpente e olhava para a serpente de bronze, permanecia vivo”. Números 21: 8,9
Sabemos que essa imagem era apenas um símbolo e algo que o povo deveria apenas olhar, não tocar, nem dirigir orações ou sacrifícios. No entanto mais adiante Ezequias rei de Judá começou a reinar, a Bíblia menciona que ele fez o que o Senhor aprova, um dos seus atos foi despedaçar a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois o povo estava queimando incenso para ela. “Ele fez o que o SENHOR aprova, tal como tinha feito Davi, seu predecessor. Removeu os altares idólatras, quebrou as colunas sagradas e derrubou os postes sagrados. Despedaçou a serpente de bronze que Moisés havia feito, pois até aquela época os israelitas lhe queimavam incenso. Era chamada Neustã” (2Rs 18: 3,4).
VESTIMENTAS JUDAICAS
No desejo de se identificar com as raízes judias, muitos impõem à igreja evangélica símbolos, ritos, praticas e vestimentas relacionadas ao culto e a cultura judaica. É o caso, por exemplo, do uso do “kipá”, um pequeno gorro circular, usado no alto da cabeça. Nos tempos de hoje o “Kipá” é parte da identidade nacional dos Israelitas. O “kipá” foi uma imposição rabínica para simplificar o “Talit”. É usado como forma de cobrir a cabeça para esconder o pecado da presença de Deus. Para os Judeus entrar na presença de Deus com a cabeça descoberta é uma afronta. Ninguém pode orar ou ler a “Torá”, com a cabeça descoberta.
Os árabes também cobrem a cabeça para orar nas suas mesquitas. Nós, não nos cobrimos para orar, porque já não há pecado para esconder, Jesus Cristo nos libertou da maldição da lei e do pecado. “Cristo nos redimiu da maldição da Lei quando se tornou maldição em nosso lugar, pois está escrito: “Maldito todo aquele que for pendurado num madeiro”. Isso para que em Cristo Jesus a bênção de Abraão chegasse também aos gentios, para que recebêssemos a promessa do Espírito mediante a fé”. Gálatas 3: 13,14
Não devemos condenar tais costumes, que tem para os judeus seu valor simbólico, dentro da cultura hebraica, mas para os que não são judeus que significado teria? Existem outras práticas que são parte da cultura hebraica, são expressões típicas de sua herança cultural y expressam na sua fé. Cada povo tem sua identidade artística e cultural própria; o problema não está em conhecer, difundir e apresentar nas igrejas costumes judaicos, incorporar esses costumes no culto ao Senhor é o grande problema.
Em nossa cultura ocidental, na maioria, é falta de educação e desrespeito, não descobrir-se diante de um superior ou uma autoridade, ao contrário, um chapéu, um boné ou algo assim deve ser tirado em casos assim. Para os judeus o uso do “kipá”, é uma forma de respeito ao entrar na sinagoga e nos lugares sagrados e também é uma proclamação como servos de Deus. Esse é o argumento que alguns usam na igreja para usar o “kipá”, dizendo que só querem demonstrar respeito e que são servos de Deus. Os bispos e os cardiais da igreja católica fazem o mesmo com seus gorros e chapéus. A pergunta seria: é por acaso é um objeto que pode nos tornar servos de Deus, ou é minha obediência a Cristo e a sua palavra que me torna servo?
Bom, alguns diriam, na verdade só usamos simbolicamente, não existe mau nenhum nisso. Pode ser, mas para que perder tempo em usar algo que realmente não demonstra a realidade, se não sou judeu e uso um “kipa”, as pessoas pensarão que sou um judeu, quando não sou, será isso verdadeiro e sincero? Por tudo isso é imprescindível que os santos saibam que o Antigo Testamento foi escrito para nós também, claro, as verdades aplicadas ao Israel físico e natural, agora tem sua aplicação gloriosa no Israel celestial e espiritual, mas em um plano espiritual muito mais elevado e glorioso. Quando tratamos de voltar às certas praticas que já foram cumpridas na igreja, é renegar essa verdade. Mais adiante vamos ver alguma coisa sobre o uso do “Shofar” na igreja hoje, isso vai requerer muito material, pois até escola de “Shofar” existe e precisamos entender melhor o uso deste equipamento tão importante e sagrado para os judeus.
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