xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: O Meu Reino não é Deste Mundo

sábado, 2 de julho de 2016

O Meu Reino não é Deste Mundo








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O Meu Reino não é Deste Mundo





Com estas palavras nosso Senhor Jesus Cristo definiu de modo muito claro que o reino de Deus, que já se encontra estabelecido por ele no coração de muitos e em muitas nações, desde que Ele o introduziu pelo evangelho, não possui em nada o caráter de todos os sistemas de governo deste mundo, sejam eles ditatoriais ou democráticos.
Uma das maiores razões para não ser como os reinos do mundo é a de que não é estabelecido por meio de disputas de partidos, de trocas de interesses, de favorecimento de poderosos para obtenção de apoio político para a manutenção do governo; do apoio das armas de militares para a segurança diante de ameaças externas ou internas, e enfim, por uma multiplicidade de razões que não encontram respaldo numa paz, justiça, verdade e amor perfeitos entre os súditos do reino e de todos os que os lideram, cujo exemplo, vigor e vida recebem diretamente do próprio Rei deles – Jesus o Senhor da glória.

A história de todos os governos deste mundo, desde a sua origem até os nossos dias, está cheia de conspirações, intrigas, trapaças, assassinatos, mesmo entre aqueles que são do mesmo partido.

O coração do homem irregenerado (não nascido do Espírito Santo) não se encontra em paz nem com ele mesmo, quanto mais com os outros. Seus interesses, em grande parte não conseguem ultrapassar a porta dos seus próprios desejos, quanto mais estaria de fato interessado no bem de outros.
Orgulho, vaidade, sede de poder, arrogância, e tantos outras coisas podem ser alinhadas na mesma direção de tudo aquilo que impede que os reinos deste mundo possam ter alguma semelhança com o de Jesus Cristo.

Sugerimos a leitura do livro de autoria de autoria de Laurentino Gomes, intitulado 1889, no qual todas estas coisas podem ser vistas de modo muito claro. Nele se destaca o quanto a noção de república brasileira ainda se baseia no positivismo de Auguste Comte, do qual é extraída a expressão “Ordem e Progresso” de nossa bandeira. Os que ignoram em que consistem as reais raízes do positivismo podem brindá-lo como uma verdade a ser seguida para o desenvolvimento da humanidade.

Mas, como tanto outros que impregnaram o mundo com as ideias humanistas e iluministas, antes e depois dele, trilharam pelo mesmo caminho de tentar arrancar do coração e mente das pessoas a verdade de que há um Deus que tudo criou e governa, e que enquanto se pensasse em termos de um governo divino nos corações e nas nações, a humanidade nunca chegaria à plenitude da sua maturidade científica, e à condição de ser a condutora do seu próprio destino.
Nós destacamos a seguir uma parte do livro de Laurentino Gomes, relativa a este assunto, e que é muito esclarecedora das coisas que estamos falando: “O positivismo de Comte baseia-se em um sistema filosófico chamado “Lei dos Três Estados”. Por ele, o ser humano passaria por três etapas distintas de evolução. A primeira seria a fase teológica, na qual as pessoas tentariam explicar os mistérios da natureza pela crença na ação de espíritos e elementos mágicos. Seria um estágio marcado pela confiança absoluta nos fenômenos sobrenaturais.

A imaginação se revelaria sempre mais forte do que a razão. Sociedades ainda presas à fase teológica tenderiam a aceitar a ideia de que a autoridade dos reis e o poder do Estado teriam uma origem divina, decorrentes de uma delegação sobrenatural e não de um pacto livre entre as pessoas. A monarquia, portanto, seria o regime de governo natural de um estágio ingênuo e primitivo na evolução humana, mais próximo da barbárie do que da racionalidade.
O segundo estado na evolução humana, segundo Comte, seria o metafísico. A imaginação daria lugar à argumentação abstrata. A ação do sobrenatural seria substituída pela força das ideias. Nesse patamar estariam, por exemplo, os filósofos gregos, que passaram a usar a razão para explicar os fenômenos naturais. Em decorrência dessa mudança de foco, a organização e o governo das nações passariam a basear-se na soberania popular, não mais em uma suposta origem divina.
Este seria, porém, um estágio evolutivo apenas intermediário, no qual os seres humanos ainda não teriam acesso ao instrumento mais fundamental na aquisição do conhecimento — o método científico. A ciência só passaria a orientar o entendimento e as ações humanas na fase seguinte, a terceira na escala de valores de Auguste Comte, que ele chamou de estado “científico” ou “positivo”.
No ponto de vista de Comte, era para esse terceiro estágio que boa parte dos seres humanos se encaminhava no século XIX — pelo menos nas sociedades que ele julgava mais educadas e desenvolvidas, caso dos países europeus. No estado “positivo”, a ciência assumiria, finalmente, o papel de orientadora do conhecimento e da evolução dos povos. Pela cuidadosa observação científica dos fenômenos seria possível, em primeiro lugar, tirar conclusões seguras a respeito do universo e também do comportamento humano. O passo seguinte seria o da ação transformadora no ambiente social. O correto entendimento das leis naturais e sociais tornaria possível não só explicar o presente, mas também prever e organizar o futuro.
Como se vê, o sistema de Comte resultava da aplicação pura e simples dos princípios das ciências exatas nas ciências humanas. Da mesma forma como, na matemática, dois mais dois são quatro, na história também haveria elementos concretos que, devidamente analisados e interpretados, poderiam levar a conclusões lógicas e desdobramentos previsíveis. Essa noção estaria na base da moderna sociologia, ciência da qual Comte é considerado o fundador. Dela resultou também a expressão “Ordem e Progresso”, que hoje figura no centro da bandeira nacional brasileira.
No entendimento de Comte, se existe uma ordem estática nas sociedades, possível de ser compreendida pela observação científica, haveria também uma dinâmica social, responsável pelas leis do seu desenvolvimento, ou seja, o progresso. Uma vez entendida a ordem da sociedade seria possível reformar as suas instituições de maneira a acelerar o seu progresso.
No pensamento do filósofo francês estava, igualmente, a gênese de outro conceito que moveu as paixões dos “científicos” da Escola Militar da Praia Vermelha — o da ditadura republicana. A tarefa de reformar a sociedade, segundo a proposta de Comte, deveria ser levada a cabo por uma elite científica e intelectual situada na vanguarda dos três estágios evolutivos. Orientado pela ciência, consciente de seu elevado papel na sociedade positiva, esse grupo seria capaz de estabelecer e executar planos rumo a um futuro de paz e prosperidade gerais.
A enorme massa da população, pobre, analfabeta e ignorante, teria de ser conduzida e controlada pela elite republicana, por ainda não estar pronta para participar ativamente do processo de transformação. A República, portanto, deveria ser implantada de cima para baixo, de maneira a prevenir insurreições e desordens populares que pudessem ameaçar a boa marcha dos acontecimentos.
Auguste Comte levou tão a sério o seu sistema que, nos anos finais de sua vida, havia plantado as sementes de uma nova religião baseada nos conceitos do positivismo. A “Religião da Humanidade” tinha templos decorados com símbolos e instrumentos científicos nos quais os fiéis se reuniam. No seu código doutrinário, a figura de um Deus cristão era substituída pela própria humanidade (o grifo é nosso).
Nos nichos até então ocupados pela enorme galeria de santos de devoção católica entravam os grandes vultos do pensamento humano. Desse modo, em lugar de são Paulo, são Pedro e santo Antônio, os fiéis eram orientados a cultuar Homero, Aristóteles, Dante, Gutenberg, Shakespeare, Descartes e outros grandes nomes das ciências e da filosofia.
Enquanto desenvolvia os fundamentos da “Religião da Humanidade”, Auguste Comte apaixonou-se por Clotilde de Vaux, dezessete anos mais nova do que ele. Vinham ambos de um primeiro casamento fracassado. Ele a definiu como sua “arrebatadora paixão crepuscular”. Sob inspiração dela, Comte escreveu uma de suas derradeiras obras, o Sistema de filosofia política, base doutrinária da religião positivista, em cujo panteão a própria Clotilde figuraria como santa e musa inspiradora de todos os discípulos.
Após a morte de Clotilde, Comte proclamou-se o primeiro Sumo Pontífice da nova religião, adotou o voto de castidade e recolheu-se em casa, onde passou a consumir um copo de leite pela manhã e um pedaço de carne com legumes à noite, às vezes acompanhado de pão seco, em “solidariedade aos que não dispunham sequer disso para saciar a fome”. Morreu em 1857, aos 59 anos.[180]
Na segunda metade do século XIX, o positivismo já estava em decadência na Europa, tanto como religião quanto como sistema filosófico. No Brasil, no entanto, chegaria ao apogeu nessa época e seria o germe da grande transformação ocorrida em 1889 — como demonstra o lema “Ordem e Progresso” inserido na bandeira nacional. “Para termos uma República estável, feliz e próspera, é necessário que o governo seja ditatorial, e não parlamentar”, defendeu em discurso de 14 de dezembro de 1889, um mês após a Proclamação da República, o ministro da Agricultura do novo governo provisório, o gaúcho Demétrio Nunes Ribeiro, fiel seguidor do ideário de Auguste Comte.[181]
A primeira agremiação positivista brasileira foi criada no Rio de Janeiro em abril de 1876 com o objetivo de “promover um curso científico” e construir uma biblioteca. Entre os sete fundadores estavam dois professores da Escola Militar da Praia Vermelha, o então major Benjamin Constant e o engenheiro militar Roberto Trompowsky Leitão de Almeida. Cinco anos mais tarde, a agremiação entraria em crise. Dois de seus membros, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes, ex-alunos da Escola Politécnica, insistiram em transformá-la em igreja Positivista do Brasil, subordinada à orientação de Pierre Laffite, sucessor espiritual de Comte na França.
Benjamin Constant e outros sócios pediram o afastamento alegando discordar dos desdobramentos religiosos das ideias do filósofo francês. Algum tempo mais tarde, ao tratar do tema com o futuro visconde de Taunay, Benjamin recomendou: “Não siga apertadamente o sistema todo (…); em não poucos pontos dele me aparto, nem pratico a religião da humanidade, mas estude os livros do mestre; discipline as suas ideias”.
A partir daí a história do positivismo no Brasil ficou dividida em duas vertentes. A primeira, religiosa, tornou-se irrelevante. Em 1890, primeiro ano da República, a “Igreja da Humanidade” contava com apenas 159 adeptos em todo o país.[182] Como ideologia política, no entanto, as ideias de Comte teriam um impacto enorme e duradouro na história republicana. Alguns estudiosos chegaram a estabelecer ligações entre elas e a Revolução de 1930, liderada pelo gaúcho Getúlio Vargas, ele próprio um ex-adepto do positivismo.
Da mesma forma, haveria no golpe militar de 1964 um eco positivista tardio, tão profundamente arraigado no pensamento militar estaria a ideia de um grupo iluminado capaz de conduzir de forma ditatorial os rumos da perigosamente instável República brasileira.”
Na verdade, nunca houve e jamais haverá em qualquer parte do mundo, um governo que seja realmente representante do povo que dirige, e que siga o lema que todos gostam de proclamar que o governo deve ser do povo e para o povo, pois, como sempre foi, será: os nobres no feudalismo, conduzindo os passos dos governantes; os barões do café conduzindo o rei e formando o seu gabinete, nos dias do Império no Brasil; os chamados coronéis regionais (coronelismo), sucessores dos barões do café até bem recentemente, senão até agora, conduzindo os passos dos governadores e presidentes.
Os agentes financeiros, os poderosos da indústria e do comércio, os oportunistas políticos travestidos de libertadores da pátria, e toda a sorte de influências e interesses que são os que conduzem de fato os passos daqueles que pensam estar governando em nome de todos e para todos.
O mundo é assim, Deus o sabe, e alguns sabem, e sábios são aqueles que a par de saberem tudo isso não se rebelam contra os que governam e não empunham armas para derrubá-los, pois lhes é determinado pelo Rei dos reis e Senhor dos senhores que se honre o rei terreno, que se respeite os que estão em posição de autoridade, sejam eles quem forem, pois fazem parte de um reino que não é deste mundo, e possui muitos súditos em todas as nações, e que em breve, será estabelecido para sempre com a volta do seu Soberano e Salvador.

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