SAUL E A PITONISA DE EN-DOR

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SAUL E A PITONISA DE EN-DOR

– (PERGUNTA: “Gostaria de saber como a pitonisa de En-Dor conseguiu imitar a voz do profeta Samuel e profetizar? O Diabo jamais ouviu a voz do profeta Samuel, de Elias, de Davi e dos profetas e reis. Como esta pitonisa conseguiu enganar o rei Saul? No Novo Testamento se vê Jesus dizer a Pedro: “Arreda-te de Mim, Satanás...”) (M.C.L.)

RESPOSTA: Sua colocação do problema foi bastante feliz. A pitonisa de En-Dor produziu uma grotesca imitação do profeta Samuel. Mas dizer que o Diabo jamais ouviu a voz do profeta ou de quem quer que seja é muito arriscado, uma vez que ele e seus agentes continuam se manifestando ainda em nossos dias, imitando vozes de pessoas falecidas há pouco ou há muito tempo.

O relato bíblico não diz que Saul viu a Samuel, mas que ele perguntou à mulher: “Como é a sua figura?” (I Samuel 28:14). E o rei se satisfez com a descrição que lhe foi dada. A propósito, Saul já fora rejeitado (verso 16); já havia tentado os meios normais de comunicação com Deus (verso 6); o próprio Saul havia “eliminado da terra os médiuns e adivinhos” (verso 9); certamente ele mesmo reconhecia estar-se valendo de um meio ilícito. 

“Ademais, o ato de Saul ao consultar uma pitonisa é citado nas Escrituras como um motivo por que ele foi rejeitado por Deus e abandonado à destruição: ‘Morreu Saul por causa da sua transgressão com que transgrediu contra o Senhor, por causa da palavra do Senhor, a qual não havia guardado; e também porque buscou a adivinhadoria para a consultar. E não buscou ao Senhor, pelo que o matou, e transferiu o reino a Davi, filho de Jessé’ (I Crônicas 10:13, 14). Aqui declara-se distintamente que Saul consultou o espírito de adivinhação, e não ao Senhor. Ele não se comunicou com Samuel, o profeta de Deus, mas, mediante a feiticeira, entreteve comunicação com Satanás. Este não podia apresentar o verdadeiro Samuel, mas apresentou um falsificado, que serviu ao seu objetivo de enganar” (Patriarcas e Profetas, págs. 731, 732). 

“Era o maligno o inspirador das atividades da feiticeira, e o maligno é o embusteiro por excelência. Concluímos pois, que essa mulher estava enganando a Saul. Ela, iludida também pelo diabo, provavelmente pensou que via Samuel. Saul, por sua vez, aceitou a explicação” (Objeções Refutadas, pág. 70).

“Quase todas as formas da antiga feitiçaria e sortilégios se baseavam na crença da comunicação com os mortos. Aqueles que praticavam as artes da necromancia pretendiam ter relações com os espíritos dos finados, e obter por meio deles conhecimento de acontecimentos futuros. A este costume de consultar os mortos se faz referência na profecia de Isaías: ‘Quando vos disserem: consultai os que têm espíritos familiares e os adivinhos, que chilreiam e murmuram entre dentes; não recorrerá um povo ao seu Deus? A favor dos vivos interrogar-se-ão os mortos?’ Isaías 8:19” (Patriarcas e Profetas, pág. 732). 

Quanto ao incidente entre o Mestre e Pedro, não havia muito tempo que o discípulo confessara ser Jesus “o Cristo, o Filho do Deus vivo” (S. Mateus 16:16). Pedro expressou, assim, uma verdade divina concernente ao Messias, a qual, segundo Jesus, havia sido revelada pelo Pai (verso 17). Agora, entretanto, o discípulo tentava dissuadir o Mestre da tarefa que Se propusera, necessária e essencial para salvação da humanidade pecadora. Desse modo, conquanto pensasse estar agindo corretamente, Pedro servia aos propósitos do inimigo. E Jesus reagiu à altura, repreendendo a Satanás e não propriamente a Pedro, no caso, o inocente útil.

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