xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: Por vezes os hinos me confundem.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Por vezes os hinos me confundem.

cultura


Por vezes os hinos me confundem. Eu me lembro bem, quando garoto, de ficar confuso com dois hinos populares que me pareciam totalmente contraditórios. O primeiro era “Aqui não é meu lar, um viajante sou”, e o outro era “O mundo é do meu Pai”. Se o mundo é do meu Pai, eu pensava, porque estou apenas passando por ele como viajante? Mas os hinos não eram a única coisa a confundir no negócio de relacionar-me como cristão no mundo. Esperava-se dos cristãos que justificassem tudo nas suas vidas pela sua utilidade espiritual ou evangelística. No máximo, a educação, atividades, vocações ou buscas “seculares” eram um mal necessário — para se ganhar a vida, para ter com que dar o dízimo e dar para missões. Na pior das hipóteses, distraíam da vida cristã. Agiam como a canção da Sirene seduzindo “mundaninhos” insuspeitos aos recifes da incredulidade e do afastamento de Deus. Assim, os que queriam ser empresários procuravam empregos em organizações e agências cristãs. Se descobríssemos um pequeno “Rembrandt” num jovem artista da Igreja, nós o colocávamos como responsável pelo quadro de avisos e (se ele fosse realmente bom) deixávamos que pintasse o batistério. Esperava-se dos nossos cientistas que promulgassem a causa do criacionismo — mesmo que a cosmologia ou as ciências biológicas e antropológicas não fossem suas especialidades. Dos músicos esperava-se que entrassem (ou formassem) na banda de louvor ou fizesse uma turnê pelas Igrejas do país — o tamanho da Igreja, claro, dependia do grau de talento do artista. Através dos anos, temos criado os nossos próprios guetos de artistas, super estrelas e apresentadores, com versões cristãs de tudo que há no mundo. Essas experiências, porém, não se limitam ao nosso tempo e lugar.
Evidencia-se diante esta introdução, que a Igreja, misturou-se com a cultura secular (na Bíblia consta que o Cristianismo jamais aceitou tal mistura – cf. Romanos 12:1, 2), aceitando em todo âmbito religioso e devoto a influência de um mundo caído e vazio de significados, um mundo de engano regido pelo “pai do engano” – o diabo. Deveríamos imitar o mundo? A cultura? Os costumes? Não!, temos a nossa regra de fé e prática, e esta, ordena a todos os cristãos, em todo mundo que: —  “Não ameis o mundo nem o que nele existe. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” – 1 João 2:15 — cf. 1 João 4:5; 5:4, 5, 10; João 15:19; Gálatas 1:10; Efésios 2:2.

A Renascença (ou Renascimento), um período de grandes mudanças e conquistas culturais que ocorreram na Europa, entre o século XIV e o século XVI. Este período marca a transição entre a Idade Média e a Idade Moderna. Para a Igreja medieval, filosofia, arte, música e ciência confundiram-se tanto com a religião que não dava para distinguir uma da outra.

Na Renascença são representadas, mais ou menos, todas as escolas filosóficas antigas: — “o platonismo, o aristotelismo, o estoicismo, o epicurismo, o ceticismo e o ecletismo”.

1 – O platonismo.
O ídolo da Renascença é Platão (427 – 347 a.C.): — artista e dialético, iniciador da ciência matemática da natureza. Ele criou um método de dividir, classificar e organizar o mundo das idéias em uma hierarquia. Ele pensava o que existe realmente é idéias, e o mundo físico é constituído das sombras de idéias, que desenvolvem em entidade substanciais. “A idéia do “Bem” está no lugar mais alto em vez de Deus”. O desenvolvimento do universo tem um propósito que é de alcançar a bondade. Note que a idéia platônica é ainda evidenciada de forma vivaz em nosso tempo, uma idéia cultural que fere a Palavra de Deus onde eleva os termos, sendo que, todas as definições de bondade procedem de Deus –, fonte de toda bondade e amor (cf. Êxodo 20; 33:19; 1 João 4:8; Salmos 23:6; 31:39; 1 Coríntios 13:14; Gálatas 5:22, 23).

Em 1404 Leonardo Bruni publicava a primeira tradução de Platão, iniciando a Renascença Platônica. Entretanto foi o Concílio de Florença (1439) que deu um impulso aos estudos platônicos e dos filósofos clássicos em geral. Vários doutores vieram para a Itália devido à queda de Constantinopla (1453). Na segunda metade do século XV surge o platonismo italiano em Florença, Marsílio Ficino era animador da academia platônica, sua atividade principal foi traduzir para o latim, Platão (1477) e Plotino (1485). Depois de Marsílio Ficino, o mais famoso platônico foi Giovanni Pico della Mirandola (1463 – 1494), autor de “De hominis dignitate oratio”.

2 – O aristotelismo.
O aristotelismo da Renascença se distingue em duas correntes principais: — a naturalista inspirando-se da escola alexandrina, cujo imanentismo é conforme o espírito renascentista e a panteísta-neoplatônica. O método dedutivo de Aristóteles era a referência durante dois mil anos. Começando para uma verdade universal, e então tenta chegar a uma conclusão concreta através da analisa desta verdade. Na idade média o pensamento geral era: — “Deus criou todas as coisas, todos os seres eram criados”, este pensamento universal não mudou desde Aristóteles até a Renascença. O mais famoso aristotélico é Pedro Pomponazzi, celebra por causa da publicação do seu opúsculo: — Sobre a Imortalidade da Alma, em Bologna (1516), onde finaliza admitindo a mortalidade da alma. Note que o pensamento aristotélico influencia uma doutrina herética, chamada de “Aniquilacionismo”, doutrina esta que contraria a sã doutrina. O Aniquilacionismo é uma doutrina escatológica minoritária que diz que as almas dos pecadores serão aniquiladas após a morte (morte da alma) de seus corpos físicos. É seguida entre outras denominações, como Adventistas (assim como eram os anabatistas) com o fundamento de que a tortura eterna aos pecadores, defendidas por outras doutrinas, é incompatível com o caráter amoroso do Deus cristão. No entanto, os aniquilacionistas afirmam que a palavra “eterno” não possui o sentido que conhecemos, mas eles nunca oferecem uma explicação realmente plausível para tal alegação. De fato, F. LaGard Smith, um advogado cristão, comentou a palavra “eterno”, dizendo: — “Em todas as suas numerosas associações, não existe uma única sugestão de tempo” (After Life, Nashville, TN: Cotswold Publishing, 2003, p. 162 – 163). A Bíblia afirma a imortalidade da alma e o castigo eterno, são doutrinas ortodoxas (cf. Mateus 25:41; Mateus 3:12; Marcos 9:43; Mateus 25:46; Daniel 12:2; Apocalipse 14:10 — Sem qualquer sombra de dúvidas a alma humana é imortal. Esse conceito é ensinado claramente em passagens do Antigo e do Novo Testamentos: — Salmos 22:26; Salmos 23:6; Salmos 49:7 – 9; Eclesiastes 12:7; Daniel 12:2, 3; Mateus 25:46; 1 Coríntios 15:12 – 19. Daniel 12:2 diz: — “E muitos dos que dormem (eufemismo – acepção mais agradável) no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno” — Grifo meu.

Semelhantemente, Jesus disse que os perversos “irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna”(Mateus 25:46). Com a mesma palavra grega usada para se referir a “tormento” e “vida”, é bem claro que os perversos e os justos têm uma alma eterna –, imortal.

“O Homem é uma alma que faz uso de um corpo. A alma se mantém em atividade e ultrapassa o corpo” – Santo Agostinho.

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3 – O estoicismo.
O estoicismo renascentista enaltece o homem, a vida, o mundo, contra a concepção transcendente e ascética, pensamento cristão. O estóico mais notável da Renascença foi o Belga Justo Lípsio (1547 – 1606), autor de “De Constantia, e de Manuductio ad stoicam philosophiam”. Note o antropocentrismo, hedonismo e uma perspectiva ateísta.

4 – O epicurismo.
O epicurismo condizia com o espírito humanista, imanentista [1] e mundano da Renascença, voluptuosa, artística e também na literatura e no pensamento. O mais notável dessa tendência espicurista é Lourenço Valla (1407 – 1759), autor do livro “De Voluptate ac de vero bono”.

O imanentismo é a doutrina metafísica segundo a qual a presença do divino é pressentida pelo homem, mas não pode ser objeto de qualquer conhecimento claro; este pensamento contraria a Bíblia (cf. João 5:39; 2 Timóteo 3:16, 17; Mateus 22:29; Romanos 12:1).

“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento (razão), e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento” – Marcos 12:30 — Grifo meu.

5 – O ceticismo.
O ceticismo renascentista surgiu mais por fins práticos do que por motivos teoréticos. A sede do individual, da concretidade, a paixão pela observação detalhada própria do pensamento moderno, em oposição ao pensamento antigo, voltado para o universo e o abstrato. O maior expoente do ceticismo da Renascença é Michel de Montaigne (1533 – 1592), francês, é autor dos famosos lemas: — “Que sais-je?”. Note que o conceito de individualidade é negado pela Bíblia; devemos sempre nos envolver com o coletivo, a oração do Senhor, Pai Nosso, nos ensina exatamente isso; a ideia de um corpo nos ensina isso, a ideia de amar o próximo como a nós mesmos, ensina-nos isso, uma congregação de santos, nos ensina isso, um sacerdócio universal nos ensina isso, uma nação santa nos ensina isso, Cristo morrendo por “muitos”, nos ensina isso.

“Ao dizer-se “Pai nosso”, significa que Ele é o Pai de todos, razão pela qual devemos orar afetuosamente, porém, de modo especial, pelos da família da fé”.

A Reforma Protestante libertou homens e mulheres cristãos para seguir com dignidade e respeito os seus chamados divinos no mundo, sem ter que justificar a utilidade desses chamados à Igreja ou ao empreendimento missionário. A vocação era dom da criação. Até mesmo os não cristãos, como quem carrega a imagem de Deus, possuíam este chamado divino. Crente e incrédulo eram igualmente responsáveis por desenvolver seu trabalho com excelência — um reconhecendo a Deus como autor e alvo dessa excelência, e o outro servindo a Deus com seus talentos apesar de sua recusa em reconhecê-lo como doador e alvo de tudo.

CONCLUSÃO
Notamos que a cultura em todos os tempos nega de alguma forma o fundamento de toda a vida – Cristo Jesus, por esta razão devemos negar a cultura; destarte, devemos influenciá-la com o Evangelho transformador de nosso Senhor, o qual sujeitou em todos os tempos a sabedoria humana à pó. Respondendo aquilo que nenhum homem conseguiu responder e dar sentido em toda a sua sabedoria — o significado da vida e o porquê de o homem existir.

Eu sou a verdade, o caminho e a vida eterna, diz Jesus! — E o fim supremo e principal do homem e glorificar a Deus e gozá-lo para sempre” – cf. Romanos 11:36; 1 Coríntios 10:31; Salmos 73:24 – 26; João 17:22 – 24
[2] - O Cristão e a Cultura,, Ed. Cultura Cristã
[2] – Catecismo Maior de Westminster, pergunta 1.
[3] – João Calvino, As Institutas, Livro III, ed. Clássica (Latim), p. 363 – 366.
[4] – LEE, Sang Hun. Explaining Unification thought – New York: Unification Thought Institute, 1981


Salvação?
O que você pensa, quando se depara com essa palavra?
Você sabia que ela possui um peso muito maior do que aparenta ter?
A Bíblia explica! 
Leia mais, em mais um artigo do blog

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