A importância da leitura no ministério pastoral (Parte 1/2)
Dave Harvey
Agosto de 2016 - Igreja e Ministério
Agosto de 2016 - Igreja e Ministério
Se você é pastor, aspirante a pastor ou plantador de igrejas, isso quer dizer que você é ocupado. Não querendo falar como Kevin DeYoung, mas você é “super ocupado!”. Se você já está pastoreando, então você tem coisas para fazer, pessoas para ver, sermões para preparar, reuniões para comparecer, visitas no hospital para fazer e sessões de aconselhamento nas quais trabalhar. Aí, há a vida do lar – você tem filhos no futebol, uma casa que precisa seriamente de reparos, um gramado tão intimidador que o seu cortador de grama não quer pegar e um computador em greve. E sempre tem a implacável marcha de domingo. O domingo está sempre vindo, e você sempre tem que estar pronto.
A última coisa para a qual você tem tempo de fazer é ler. Certo?
Enquanto eu puder definitivamente relatar, quero compartilhar uma pequena ideia que tem feito uma enorme diferença na vitalidade ministerial de muitos pastores e pregadores: Você tem que ler para liderar.
Em outras palavras, você precisa estudar. Especificamente, você precisa ler e estudar livros escritos por outros sábios líderes, pensadores e teólogos. Agora, sem medo de errar, a Escritura deve permanecer no topo quando o assunto é a sua leitura e estudo. Entretanto, neste post, quero falar especificamente sobre a importância de ler e estudar livros bons. Muitos deles.
Então, por que estudar? Por várias razões.
O ESTUDO EXPRESSA
Quando lemos e estudamos, isso expressa nosso comprometimento com o discipulado piedoso. Uma das primeiras coisas que me lembro de ter aprendido como um novo convertido foi que a palavra grega para “discípulo” (mathetes) significa literalmente “aprendiz”. Ser chamado em Cristo é ser chamado para aprender, crescer e se desenvolver, para que possamos aprender a viver de modo digno do evangelho (Efésios 4.1).
O apóstolo Paulo era um cara com muito conhecimento. Ele estudou a lei mosaica aos pés de Gamaliel, o qual era o mais bem requisitado na escola farisaica de instrução (Atos 22.3). Ele também teve toda a revelação do Evangelho diretamente do próprio Jesus Cristo (Gálatas 1.12). Ele teve até mesmo visões do próprio paraíso (2Coríntios 12.2). Mas Paulo não se contentou em descansar no estudo ou no aprendizado do passado. Em Filipenses 3.12, Paulo diz: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição, mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”. Paulo foi um homem dedicado a crescer no conhecimento e na graça do Senhor Jesus. Da mesma forma, estudar e ler é uma expressão de nossa dedicação a crescer, a prosseguir adiante, para nos tornarmos o que fomos chamados a ser.
Se estivermos treinando outros homens e mulheres a prosseguir adiante no conhecimento de Jesus Cristo, nós temos que prosseguir adiante também. O estudo expressa esse compromisso.
O ESTUDO ALIMENTA
Nós não meramente lemos livros bons, nós os apoiamos. Abrimos nossas mentes a eles e lhes damos o dom da influência. Como amigos, os livros nos alimentam. É o que os torna potentes. É o que os torna valiosos. Justamente como eles o eram para Paulo.
Em 2Timóteo 4.13, Paulo transmite algumas instruções surpreendentes a Timóteo:
Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos.
Você sabe o que faz tão surpreendentes essas palavras? Paulo estava na prisão e estava à beira da morte! Se eu estivesse na prisão, encarando a morte certa, eu provavelmente estaria dizendo: “Ei, Timóteo! Traga-me alguma comida decente! Consiga um advogado melhor para mim! Dê um jeito e me tire daqui!”. Mas não é o que Paulo diz. Ele instrui Timóteo para que trouxesse a ele livros. Livros! Quando um cara que está no corredor da morte está pedindo livros, você sabe que eles alimentam a alma.
Não posso começar a recontar o quanto ler bons livros me afetou. Não é possível quantificar o quanto minha companhia com as mensagens de Charles Spurgeon me levantou em momentos negros de desencorajamento, como Thomas Watson me armou na luta pelo contentamento ou como John Piper me impulsionou a ter Deus como tesouro até meu último suspiro. Como boas companhias, os livros alimentam a alma e expandem a mente. Eles ajudam a prevenir o “ministério light”, o qual é discipulado baseado em impulsos, impressões, intuições e instintos. Spurgeon disse uma vez: “Você precisa ler. Renuncie toda literatura leve o máximo que você puder, mas estude o máximo possível os trabalhos teológicos sadios, especialmente os escritores puritanos e as exposições da Bíblia”.
O estudo alimenta o seu ministério. Aspirantes ao pastorado e plantadores de igrejas, escutem: o ministério consome! Todo dia nos derramamos na comunicação, aconselhamento, preparação de sermão e um monte de demandas diárias. À luz desse passo, devemos pensar estrategicamente sobre como e quando seremos reabastecidos. Estudar e ler pode encher um coração vazio.
A respeito de quando ler, é uma dança que cada líder tem que aprender a dançar. Alguns acham o tempo certo antes de dormir, outros separam um tempo a cada manhã. John Stott diz que “... uma hora por dia [de estudo] é o mínimo absoluto de tempo de estudo para pastores ocupados”. Talvez você não possa fazer isso agora, então precisa usar 15 minutos por dia. O ponto principal é abrir o livro e cultivar o hábito.
Se você vai liderar, tem que ler.
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Tradução: João Pedro Cavani Revisão: Yago Martins
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