A Importância da Apologética Cristã na Evangelização (Parte III)
Esta defesa pode se dividir em quatro funções, segundo Kenneth D. Boa (Bíblia de Estudos Defesa da Fé):
1) Justificativa ou Prova: É a junção de argumentos filosóficos, históricos, e/ou evidências científicas favoráveis ao cristianismo. É a partir destes argumentos que se mostram as bases bem fundamentadas do cristianismo e da fé cristã.
1) Justificativa ou Prova: É a junção de argumentos filosóficos, históricos, e/ou evidências científicas favoráveis ao cristianismo. É a partir destes argumentos que se mostram as bases bem fundamentadas do cristianismo e da fé cristã.
2) Defesa: é aqui que se responde às objeções ao cristianismo, críticas ou perguntas dos que não são cristãos.
3) Refutação de crenças opostas: Esta função, quando colocada em prática, mesmo não mostrando que o cristianismo é verdadeiro (pois não é este o intuito desta função), ela mostra, com base nos argumentos filosóficos, históricos e até mesmo evidências científicas que outras religiões possuem erros e contradições.
4) Persuasão: Não se trata de vencer a discussão/debate ou meramente convencer as pessoas de que o cristianismo é correto, mas persuadir as pessoas a aplicarem a verdade cristã em suas vidas. É semelhante a um desafio que se faz à pessoa para confiar sua vida e seu futuro ao Filho de Deus e comprovar os resultados dessa confiança depositada Nele.
Segundo William Lane Craig, no livro Apologética Contemporânea – A Veracidade da Fé Cristã, a apologética tem três papéis vitais hoje:
1) Formar cultura: Pois o evangelho nunca é ouvido isoladamente. Sempre é ouvido contra um pano de fundo do ambiente cultural em que a pessoa vive, ou seja, em lugares onde o cristianismo é ouvido como uma opção intelectual viável, há mais chances das pessoas estarem propensas a se tornarem cristãs do que em lugares onde a secularização fez com que as pessoas vissem a crença em Jesus Cristo semelhante a uma crença em fadas e duendes.A apologética é fundamental para fomentar um ambiente cultural onde o evangelho seja visto e ouvido como opção viável para pessoas pensantes.
2) Fortalecimento dos cristãos: Atualmente se vive em meio a conceitos não cristãos, afirmações e estilos de vida que contrariam a Bíblia. Nas escolas e universidades, visões não cristãs são ensinadas como um caminho viável e intelectual de se viver. “Não podemos arriscar enviá-los aos colégios e universidades armados com espadas e armaduras de plástico. O tempo para brincadeiras já acabou.” (William Lane Craig)
O fortalecimento dos cristãos na apologética servirá para minar qualquer objeção não cristã, bem como trazer a Cristo pessoas bem informadas, inteligentes e geralmente as mais influentes na sociedade como médicos, jornalistas, advogados, engenheiros e etc. Junto a isso, a apologética gera perseverança na fé fortalecimento na fé cristã. Nada inspira mais confiança e ousadia do que ter bases sólidas na fé cristã, podendo compartilhar dessa fé sem medo de críticas ou objeções levantadas pelos incrédulos.
3) Evangelização de incrédulos: Isso é visto na Bíblia em Atos 14.17, Atos 2.22-32, Atos 7.2-3, Atos 19.8, Atos 28.23-24 onde os apóstolos recorriam aos fatos (profecias cumpridas, natureza complexa, testemunhas oculares e etc) para mostrar que a cosmovisão cristã é verdadeira. “Quando a apologética é apresentada de forma persuasiva e combinada de forma perceptiva com a apresentação do evangelho e o testemunho pessoal, o Espírito de Deus se digna a usá-la para atrair e trazer certas pessoas a Ele.” (William Lane Craig)
Qual o Papel do Espírito Santo neste caso?
O Espírito Santo usará nossos argumentos para convencer o incrédulo da veracidade do cristianismo. Quando um incrédulo faz perguntas a respeito do cristianismo, não é sábio nem bíblico, responder-lhe, por exemplo, “Porque Deus quis assim.” ou falar que a pessoa vai se acertar com Deus por causa das perguntas. Frente às perguntas de um incrédulo, o cristão tem o dever de apresentar argumentos racionais, mesmo já tendo feito uma pregação ao incrédulo.
É claro que a conversão se dá pelo Espírito Santo, mas ele pode usar seus argumentos para tal conversão. Por isso a ação do Espírito Santo junto à apologética e a pregação é muito mais eficaz do que apenas respostas desinteressadas ou ignorantes como “Porque Deus quis assim” ou “Você tem que crer e ponto final.”
Embora muitos cristãos mal informados achem que a apologética é ineficaz ou é uma maneira de perder de tempo se achando algum tipo de intelectual teológico/filosófico/científico, centenas de pessoas que hoje são cristãs, se interessaram pelo evangelho quando viram alguma palestra ou leram assuntos relacionados à apologética cristã, como Dinesh D’Souza que era hindu, como Lee Strobel que era um ateu convicto, ou talvez Antony Flew que também era ateu convicto, ou o cientista Francis Colin (Projeto Genoma) que teve como base de conversão e interesse no cristianismo a leitura que fez do livro “Cristianismo Puro e Simples” de C.S. Lewis.
Lembrando que não é pecado, não é errado raciocinar com o incrédulo para entender o porquê de ele concluir isso ou aquilo acerca do cristianismo. Também não é sábio, frente a uma pergunta, como por exemplo, “Deus poderia criar uma pedra pesada que ele não pudesse carregar?” (Já li esta pergunta em centenas de sites religiosos e ateístas), responder apenas “Deus é Deus e Ele cria se quiser” ou sair citando versículos da Bíblia fora de contexto e que não tem quaisquer relações com a pergunta, primeiro porque tal pergunta tem a intenção de ser um paradoxo, ou seja, se Deus cria uma pedra que não pode carregar, logo Ele não é onipotente, mas se Ele não cria, também não é onipotente.
Segundo, que sair citando versículos fora de contexto e que não respondem a pergunta só mostra a ignorância do cristão acerca da fé que diz ter. Dependendo de quem faz, a pergunta pode ser realmente uma dúvida ou até mesmo uma afronta ao cristão, com o intuito de minar a fé do cristão. Independente do intuito de quem fez tal pergunta, o cristão deve estar preparado para respondê-la de forma amável e sensata. E é ai que entra a apologética refutando qualquer objeção ao cristianismo.
É bom lembrar ou até mesmo aprender que os incrédulos de hoje, aqueles que são ateístas de fato, em sua maioria, mesmo vivendo em sociedades construídas com bases cristãs, como o Brasil, por exemplo, onde há leis e conceitos morais cristãos que perduram até hoje em muitos aspectos da sociedade, não se “contentam” mais com respostas simples como “Olhe os pássaros, as árvores e todo o universo e veja Deus”, pois com os conceitos anticristãos que invadem a sociedade atual, ele pode atribuir os pássaros, as árvores e toda complexidade do universo ao acaso ou outro agente causador disso.
O incrédulo só irá concordar com esta afirmação quando ele for um cristão. Tudo o que foi escrito baseiam-se em leituras e experiências do dia-a-dia, pois não é tão difícil quanto antes encontrar ateístas, agnósticos e afins que moram perto, que estudam conosco, ou que até mesmo podem estar entre nossos amigos e familiares como eu estive entre meus familiares, amigos, colegas de curso e praticamente era uma agnóstica teísta, ou seja, acreditava que havia um deus, mas que não se podia provar que ele existe ou muito menos ter a plena convicção (mesmo que pessoal – é a convicção que o cristão tem através do Espírito Santo) de que este deus existia logo eu mesma poderia estar crendo em algo que nem existe, ou seja, a “fé” era “meia-boca”, pela metade.
A apologética mudou minha visão e a forma como eu “manifestava” minha fé e acredito que possa ajudar a converter muitas outras pessoas juntamente com a pregação, basta os cristãos quererem usá-la.
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