O assunto é bem polêmico, mas temos de abordá-lo com um coração pastoral. Sim, não ocupo o cargo de pastor e não sei se ocuparei um dia, mas como um cristão que sou não posso deixar de servir a igreja do meu Rei com uma palavra que possua este tipo de olhar, que não apenas dogmatiza nem fecha conceitos deterministas, mas que se compadece com o sofrimento de tantos filhos de Deus que possuem um ardente desejo de viver para Ele, mas estão tropeçando neste mal que, ao contrário do que muitos pensam, é gravíssimo aos olhos do Senhor e implica na vida ou na morte do que vive debaixo de tal jugo.
Precisamos fazer algumas pontuações. Primeiro, a igreja atual está lenta em tratar de questões que envolvem o pecado. O ensino em geral é raso, superficial e pouco claro. Muitos estão enganados por falta de conhecimento, por falta de um mero aprofundamento bíblico para lidar com algumas questões e isso acaba afetando o corpo como um todo, pois muitos não conseguem se livrar das obras da carne e não estão incomodados com isso, especialmente pelas razões apresentadas acima.
E segundo, estamos aqui falando de “conversão”. Se há um domínio do pecado e não há luta, então aí, neste sujeito, não há conversão. Não quero que você seja enganado. Ir ao altar após um apelo não te torna num salvo. Cumprir sacramentos, por si só, não te torna num salvo. É necessário uma verdadeira conversão, que te faz odiar o pecado que outrora amava. Você precisa entender que nenhuma escravidão coopera para o Reino de Deus em nós e que não serão as suas vitórias contra o pecado que te tornarão num crente legítimo, mas a consciência de que tal pecado, tal ídolo, tal escravidão deve ser combatida.
Como diz o meu pastor (Neil Barreto), “ter fraqueza não é pecado; pecado é se entregar a fraqueza sem luta”. É importante frisar que nós somos escravos de Cristo, não do pecado. Ainda que venhamos a cair, fraquejar e errar, o pecado tem sido enfrentado por nós quando estamos verdadeiramente em Cristo. Se você está de fato n’Ele, é assim que a sua vida tem de ser conduzida. Vejamos então o que a Escritura nos diz: “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela. Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.” (Mateus 5:27-29)
Veja isto: Fornicários e adúlteros não herdarão o reino dos céus. Quem está sob o poder destes pecados, está perdido. Esta é uma constatação bíblica, não uma emissão de opinião pessoal. Não podemos relativizar aquilo que a Escritura torna claro, evidente e absoluto sobre a nossa espiritualidade. Só há uma porta estreita para adentrarmos e só há um Senhor sobre nós. Quando Jesus fala do adultério, no contexto, afirma a seriedade do assunto, onde o discípulo tem de estar pronto para arrancar o seu olho, caso este o escandalize. Me parece que este nível de enfrentamento do pecado se perdeu nesta era pós-moderna.
E na mesma medida, avançam ideais antibíblicos que possuem no seu escopo um sofisma “inclusivo”. Entenda: eu vou aceitar qualquer homossexual no meu convívio, seja na igreja ou no trabalho ou na família, ele é responsável por suas decisões, mas jamais deixarei de considerar que a prática homossexual é pecaminosa e que tal pessoa que vive assim está na escravidão do pecado – ou seja, está perdida e precisa ser achada por meio da evangelização e do poder do Espírito Santo. Amar o próximo e condenar o pecado são dois conceitos e motivações excludentes na práxis cristã.
Jesus, no texto supracitado, não fala da consumação física do adultério, mas da sua prática ainda na mente. Eu quero que você perceba isso: é necessário uma genuína regeneração, um arrependimento profundo e uma conversão plena em cada cristão. E não se trata de ser salvo por obras, mas onde há a fé, deve haver uma mudança de vida. A presença de Deus no crente mortifica as obras da carne e o torna mais parecido com Jesus a cada dia em que com Ele se caminha. Vamos agora tratar do ato em si…
A grande problemática é a seguinte: ninguém chega a um orgasmo no próprio toque sem imagens na mente. A masturbação é uma prática sexual solitária, isolada, secreta, viciante e vergonhosa. Nenhum homem ou nenhuma mulher, já estando no casamento, tem a coragem de admitir ao companheiro que é viciado em masturbação. E fora do casamento, ninguém lida com isso de uma maneira pura, abdicando dos pensamentos e desejos imorais e iníquos. Esta que é a verdade.
Dizer que se masturba e que não pensa em ninguém é mentira e você deve concordar com isso. E pergunto: Como lidar com o objeto do seu desejo e pensamento? Será que você conseguirá a partir daí nutrir uma relação de respeito com o outro? Você usa a pessoa para uma satisfação própria e depois poderá tratá-la como alguém que deve ser amada por você? Só mais uma questão: é possível amar uma pessoa e usá-la ao mesmo tempo? Creio que, ou uma coisa, ou outra.
Tem pessoas que pensam que tal prática é um meio para fugir de tentações sexuais, de práticas mais degradantes como o ato sexual adúltero ou fornicário envolvendo outra pessoa. Mas o que a Escritura nos diz? 1 Coríntios 6:18 a: “Fuja da fornicação, ou da imoralidade sexual…”. Seja sincero: masturbação é uma fuga DA imoralidade ou uma fuga PARA A imoralidade? Se trata de uma luta ou um convite? A Escritura também nos diz: “Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos que se dão à prostituição, e aos adúlteros, Deus os julgará.” (Hebreus 13:4)
Veja isso! Jesus nos disse no evangelho que o fornicador e o adúltero serão lançados no inferno; agora, neste texto o escritor de Hebreus diz que Deus julgará os imorais sexualmente e os adúlteros. Isso não é uma questão de vida ou morte? E o contexto de 1 Coríntios 6:18 é este: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma. Os alimentos são para o estômago e o estômago para os alimentos; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a fornicação, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo. Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder. Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo?
Tomarei, pois, os membros de Cristo, e os farei membros de uma meretriz? Não, por certo. Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da fornicação. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que fornica peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” (1Coríntios 6:12-20)
Paulo, o mesmo que nos disse para imitarmos a ele porque ele mesmo imitava a Cristo, disse que não devemos ser dominados por NADA. E quando continua a argumentação contra qualquer outra escravidão que não seja a Cristo, trata do assunto “fornicação”. Para mim, não é de se espantar e nós como igreja precisamos falar sobre isso. E assim como a gula ou qualquer outra compulsividade, lidar com a masturbação – como quem quer exercer o domínio sobre e não permanecer escravizado a –, é uma questão de colocar o próprio corpo à servidão de Cristo, submetendo todo o ser a Ele, para que não haja uma reprovação futura. Pessoas estão se esforçando para serem usadas por Deus, mas isso até uma Mula já conseguiu, segundo as Escrituras. A questão não está na sua instrumentalidade, mas na sua piedade incorruptível e perseverante.
A última pontuação que faço é: o que você fará com estas palavras? Refletirá até que entre no seu coração e te mova em arrependimento para buscar a libertação e a paz em Jesus e no Seu Corpo, ou usará de desculpas para permanecer no erro, no engano?
Deus te abençoe.
fonte; gospel mais
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