O perdão
“E o Senhor daquele servo, teve compaixão dele, perdoou-lhe a dívida e o deixou ir embora livre” (Mateus 18.27).
Perdoar não é o mesmo que esquecer. Sempre escuto frases do tipo “se você perdoou, você precisa esquecer.” Mas isso é impossível, gente! Existe algo no ser humano chamado “memória”. A menos que aconteça algum problema conosco (amnésia, por exemplo) não dá para simplesmente esquecermos as coisas; especialmente aquelas que, por algumas razões, deixaram marcas em nós.
Gosto de uma definição de perdão que aprendi no curso de Aconselhamento Bíblico da ABCB (Associação Brasileira de Conselheiros Bíblicos) – “perdoar é assumir o ônus”. E é bem assim. Jamais vamos esquecer, mas podemos assumir o prejuízo no lugar de quem realmente deveria pagar por ele. Obviamente, exercer isso não é tão simples quanto dizer; até porque existem dívidas impagáveis. Mas perdoar é isto.
Às vezes, e muitas vezes por sinal, não há como restaurar o que foi quebrado, nem há como restituir o que foi tirado. Sim, existem caminhos sem volta. Mas podemos saber se somos capazes de perdoar alguém nesta situação específica, quando conseguimos conviver com o ofensor, sem lhe cobrar o estrago irreparável que ele causou. Nas tentativas, você pode conseguir ou não. Ninguém é perfeito, mas certamente vale a pena tentar.
Jesus, ensinando sobre o perdão, disse que o Reino dos céus é como certo rei, que decidiu acertar as contas com seus servos. Porém, ao ouvir o pedido de compaixão do devedor, que não tinha como pagar sua dívida, o rei se compadeceu daquele servo e decidiu assumir o ônus ao perdoá-lo.
Já imaginou como seria se Deus exigisse que cada um de nós pagasse a nossa própria dívida de pecado para com Ele? Como bem sabemos, se Jesus não tivesse assumido o prejuízo da dívida em nosso lugar, jamais teríamos como pagar.
Não foi à toa que Jesus nos orientou orar pedindo a Deus que perdoasse as nossas dívidas “assim como nós perdoamos aos nossos devedores”. Por mais que seja difícil assumir o prejuízo que o outro nos causou, certamente vale a pena tentar.
Tiago Rocha
COMPARTILHE:
Nenhum comentário:
Postar um comentário