xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: Por que artistas precisam da igreja (Parte 1)

terça-feira, 16 de maio de 2017

Por que artistas precisam da igreja (Parte 1)




Por que artistas precisam da igreja (Parte 1)



Esse é um artigo de um convidado, Mark Altrogge. Mark é um pastor na igreja Saving Grace, em Indiana, PA.***
Minha esposa Kristi e eu estivemos em um cruzeiro no Caribe, que ela ganhou em um concurso na Rede Cristã de Televisão de Pittsburgh. O cruzeiro tinha como atrações bandas cristãs que apresentaram shows todas as noites. Havia músicos cristãos bem conhecidos por toda parte durante o dia — no convés, no restaurante, na piscina, a maioria deles saindo juntos e tendo pouca relação com as pessoas comuns. Contudo, eu não os culpei. Eu imaginei que eles precisavam de um descanso de ter que conversar com os fãs o tempo todo.
O navio fez paradas em destinos da ilha ao longo do caminho e os passageiros embarcavam em pequenos ônibus de turismo para ver as atrações locais. Em San Juan, Kristi e eu fomos conduzidos a um ônibus com cerca de 8 músicos e um empresário de banda. Infelizmente, eles não tiveram muito interesse em falar conosco, mas minha esposa conseguiu envolver uma das jovens mulheres na conversa. Em um momento, Kristi perguntou a que igreja eles pertenciam, ao que ela respondeu: “Não vamos a uma igreja. A banda é nossa igreja”.
Não era o momento de explorar o que a jovem queria dizer com sua afirmação. Mas tenho pensado sobre isso ao longo dos anos. Eu acho que isso revela um posicionamento que muitos artistas têm — eles realmente não precisam da igreja.
Não tenho certeza de onde esse posicionamento vem. Talvez seja porque passar grande parte do tempo criando coisas é uma busca solitária. É claro que peças, sinfonias e filmes são realizados por grupos, mas foi um Shakespeare ou Tennessee Williams quem escreveu a peça ou um Beethoven quem escreveu a sinfonia. Van Gogh pintava sozinho nos campos. Michelangelo não tinha ninguém consigo no topo do andaime enquanto pintava a Capela Sistina por 4 anos. Uma fonte afirmou que ele escreveu para seu pai: “Eu não tenho amigos e não preciso de nenhum”.
Minha esposa tem dito que acredita que eu poderia ser feliz vivendo sozinho em uma ilha deserta, porque eu preencheria o meu tempo pintando e escrevendo canções, ao que eu respondo: “Quem cozinharia para mim?”. Ela nunca ri disso tão alto quanto eu.
Os artistas tendem a ser independentes. Eu pintarei o que quiser, obrigado, e realmente não preciso responder a ninguém. Eu tenho meu próprio estilo. E as bandas com frequência estão em viagem, de modo que se torna difícil se vincularem a uma igreja. “A banda é nossa igreja”.
Mas os artistas precisam da igreja. Assim como encanadores, atletas, banqueiros, cozinheiros, professores e agricultores. Talvez eu não precise da igreja para me dizer como misturar azul ftalo e branco titânio. Mas eu preciso da igreja para conhecer e amar melhor a Jesus, para que a palavra de Cristo habite em mim ricamente, enquanto meus irmãos e irmãs instruem e aconselham uns aos outros cantando salmos, hinos e cânticos espirituais juntos (Colossenses 3.16). Preciso da igreja para me ensinar e mostrar a verdadeira beleza. Preciso da igreja para me ajudar a evitar que meu trabalho se torne um ídolo.
Aqui estão alguns pensamentos de um pastor, pintor e compositor sobre por que nós artistas precisamos da igreja. (Mais no próximo artigo).

Os artistas precisam de pastores para ensiná-los e exemplificarem Cristo para eles 

 “Devem ser considerados merecedores de dobrados honorários os presbíteros que presidem bem, com especialidade os que se afadigam na palavra e no ensino” (1 Timóteo 5.17).
“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho” (1 Pedro 5.1-3).
Assim como todos os cristãos, os artistas precisam de pastores que preguem e ensinem a palavra de Deus para eles. Precisamos de pastores que cuidem das nossas almas; pastores que possam nos dar exemplos de como confiar na palavra de Deus, suportar, obedecer, ser humildes, amar os outros e muito mais.

Os artistas precisam ser encorajados e encorajar outros

“Tende cuidado, irmãos, jamais aconteça haver em qualquer de vós perverso coração de incredulidade que vos afaste do Deus vivo; pelo contrário, exortai-vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fim de que nenhum de vós seja endurecido pelo engano do pecado” (Hebreus 3.12-13).
Precisamos de irmãos e irmãs para nos exortarem e protegerem; para nos ajudarem a combater a incredulidade e o engano endurecedor do pecado. Uma vez, em meus primeiros dias como cristão, eu abandonei o estudo bíblico para o qual estava indo com meus amigos. Até que todos me exortaram e confrontaram amorosamente. “Mark, por que você não está vindo para o estudo bíblico?”, “Eu não gosto do estilo do novo professor”, eu disse, “eu gostava mais do professor anterior”. Meus amigos me disseram que eu precisava do ensino, mesmo que eu não gostasse de como ele era transmitido. Eles estavam certos. Voltei, comecei a apreciar o professor e ser muito beneficiado com o seu ensino. Eu precisava de amigos que me exortassem.

Os artistas precisam de comunhão com pessoas que não são como eles

É muito fácil querer sair com pessoas que são como nós; com outros que compartilham nosso amor pela arte abstrata, jazz ou atuação. Mas precisamos aprender a amar aqueles que não são como nós. Amar banqueiros e biólogos, amar aqueles com interesses diferentes. Nós realmente precisamos aprender a amar outros pecadores como nós. Amar aqueles que pecam contra nós. Amar o fraco e o imaturo.
“Portanto, acolhei-vos [ou, aceitai] uns aos outros, como também Cristo nos acolheu para a glória de Deus” (Romanos 15.7).
Na faculdade eu saía apenas com meus colegas de bacharelado em arte ou com os rapazes de minha banda de rock. Eu estava essencialmente cercado por pessoas como eu. Quando me tornei cristão, me inseri em meio a uma igreja de pessoas que eram muito diferentes de mim. O que foi especialmente diferente foi que eu comecei a sair com cristãos mais velhos, e também com pessoas da minha idade. E esses crentes mais velhos me aceitaram — embora eu tivesse barba, cabelos longos e geralmente usasse uma camiseta preta e jeans para a oração e reunião de adoração no domingo à noite.
Sou muito grato pela diversidade em nossa igreja. Colarinho azul, colarinho branco, estudantes universitários, pessoas idosas (nossa, agora eu sou um!) — bem, pessoal “mais velho”. Temos fazendeiros, administradores, donas de casa e cineastas em nossa igreja. Eu amo isso! Minha vida é muito mais rica por estar em comunhão com outros diferentes de mim.

Os artistas precisam olhar para os interesses dos outros

“Nada façais por partidarismo ou vanglória, mas por humildade, considerando cada um os outros superiores a si mesmo. Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros” (Filipenses 2.3-4).
As artes fornecem uma enorme tentação de fazer coisas a partir da ambição egoísta e presunção. Podemos desejar a atenção e admiração dos outros. Antes de Jesus me salvar, eu só queria promover a mim mesmo e ao meu trabalho. Mas na igreja somos chamados a sermos humildes e a considerarmos os outros mais importantes do que nós mesmos. Estamos em um lugar onde podemos olhar para os interesses dos outros. Somos chamados a valorizar os outros, abençoar os outros, alegrar-se com os outros, chorar com os outros.
Todos os crentes em Jesus precisam da igreja, incluindo os artistas. Podemos pensar que estamos bem em nossos estúdios e círculos de amigos artistas. Mas Jesus nos designou para sermos o início de uma família diversificada e bela, cuja maior parte dos membros difere grandemente de nós, para que sejamos beneficiados por eles e para abençoá-los também. Talvez você tenha tido a mesma mentalidade que a jovem no cruzeiro tinha: “Não vamos a uma igreja. A banda é nossa igreja”. Espero que este artigo incentive você a ver a importância e o valor de uma igreja local e a encontrar o seu lugar em uma. Haverá mais na próxima publicação…

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