xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: QUANDO UM REI VIROU UM DEMÔNIO

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

QUANDO UM REI VIROU UM DEMÔNIO








QUANDO UM REI VIROU UM DEMÔNIO


O texto abaixo é um pouquinho extenso (por citar um trecho grande da Bíblia Hebraica), mas vale à pena ser lido atentamente. Segundo o profeta Isaías, em um dado momento da história, Lúcifer caiu dos céus, certo? Afinal, o texto bíblico diz: “Como caíste desde o céu, ó Lúcifer, filho da alva! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!” (Is. 14:12)

Será que é isso mesmo que o texto diz? E se eu te dissesse que esse é mais um caso de tradução malfeita, juntamente com falta de atenção ao contexto, e que mentiram para você? E mais: Que na Bíblia Hebraica, Lúcifer não existe, e o texto diz outra coisa?

Observe primeiramente o texto original da primeira parte do versículo: אֵיךְ נָפַלְתָּ מִשָּׁמַיִם, הֵילֵל בֶּן-שָׁחַר

Como (êkh) nafalta (você caiu) mishamayim (dos céus) helêl (brilhante) ben (filho) shaHar (alva/amanhecer)
Ou seja, o texto na verdade diz: “Como caíste dos céus, brilhante filho da manhã!” Não há nome próprio aqui indicado. A ideia de transformar ‘brilhante’ em nome próprio (Lúcifer) vem de uma leitura equivocada a partir da Vulgata latina. Esse nome não está presente no hebraico original!


O ‘brilhante filho da alva’ é uma referência ao planeta Vênus, que os antigos chamavam de ‘estrela d’alva’, por ser mais visível próximo ao amanhecer, e por parecer ser uma estrela enorme, e portanto a mais visível no céu. As traduções mais recentes corrigem esse erro, geralmente traduzindo como ‘estrela da manhã’, ou algo parecido.



Diante disso, observe agora o texto, em contexto:


“Então proferirás esta parábola contra O REI DA BABILÔNIA, e dirás: Como já cessou o opressor, como já cessou a cidade dourada! Já quebrantou o ETERNO o bastão dos ímpios e o cetro dos dominadores. Aquele que feria aos povos com furor, com golpes incessantes, e que com ira dominava sobre as nações agora é perseguido, sem que alguém o possa impedir. Já descansa, já está sossegada toda a terra; rompem cantando. Até as faias se alegram sobre ti, e os cedros do Líbano, dizendo: Desde que tu caíste ninguém sobe contra nós para nos cortar. A sepultura desde o profundo se turbou por ti, para te sair ao encontro na tua vinda; despertou por ti os mortos, e todos os chefes da terra, e fez levantar dos seus tronos a todos os reis das nações. Estes todos responderão, e te dirão: Tu também adoeceste como nós, e foste semelhante a nós. Já foi derrubada na sepultura a tua soberba com o som das tuas violas; os vermes debaixo de ti se estenderão, e os bichos te cobrirão. Como caíste dos céus, brilhante filho da manhã! Como foste cortado por terra, tu que debilitavas as nações!

E tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu, acima das estrelas do ETERNO exaltarei o meu trono, e no monte da congregação me assentarei, aos lados do norte. Subirei sobre as alturas das nuvens, e serei semelhante ao Altíssimo. E contudo levado serás ao inferno, ao mais profundo do abismo. Os que te virem te contemplarão, considerar-te-ão, e dirão: É este o homem que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos? Que punha o mundo como o deserto, e assolava as suas cidades? Que não abria a casa de seus cativos? Todos os reis das nações, todos eles, jazem com honra, cada um na sua morada.

Porém tu és lançado da tua sepultura, como um renovo abominável, como as vestes dos que foram mortos atravessados à espada, como os que descem ao covil de pedras, como um cadáver pisado. Com eles não te reunirás na sepultura; porque destruíste a tua terra e mataste o teu povo; a descendência dos malignos não será jamais nomeada. Preparai a matança para os seus filhos por causa da maldade de seus pais, para que não se levantem, e nem possuam a terra, e encham a face do mundo de cidades. Porque me levantarei contra eles, diz o ETERNO dos Exércitos, e extirparei da Babilônia o nome, e os sobreviventes, o filho e o neto, diz o ETERNO. E farei dela uma possessão de ouriços e a lagoas de águas; e varrê-la-ei com vassoura de perdição, diz o Eterno dos Exércitos.” (Is. 14:4-23)


O profeta já começa dizendo duas coisas: O texto é uma parábola (hebraico: mashal), e se refere ao rei da Babilônia! Não ao diabo, a um demônio, ou qualquer coisa parecida, mas a um governante de uma nação.


Pense o leitor: Faria sentido falar da sepultura de um demônio? Poderia um ser espiritual ter seu corpo decomposto por vermes em sua morte, se nem corpo esse suposto ser teria? E por que as Escrituras dele diriam “É este o HOMEM que fazia estremecer a terra e que fazia tremer os reinos?”


Na verdade, o texto se refere ao fato de que a Babilônia havia conquistado muitos outros reinos, e o seu rei era portanto a pessoa mais poderosa da região (algo como o presidente dos EUA nos dias de hoje).


Como a estrela d’alva que era o corpo celeste mais brilhante entre as estrelas, assim era o rei da Babilônia o mais proeminente entre os governantes das nações. O mais poderoso, o mais glorioso. E, segundo diz o profeta, o mais orgulhoso e arrogante, achando-se uma verdadeira divindade por ser aquele que dominava as nações.


Pois bem, esse rei extremamente poderoso iria conhecer a sua morte de uma forma vergonhosamente terrível. Não seria sequer sepultado com honrarias, como são os reis.


E o Eterno encerra a profecia dada por intermédio de Isaías dizendo justamente isso: Que Ele iria destruir a Babilônia. E de fato, tudo isso aconteceu, quando Ciro da Pérsia a conquistou, para espanto e assombro das demais nações. 


Creio que seria até um pouco redundante falar sobre o perigo de se construir doutrina em cima de textos fora de contexto. Infelizmente, os profetas são muito utilizados dessa maneira. Sua linguagem frequentemente parabólica e proverbial faz com que seja fácil encaixar qualquer coisa, caso dois ou três versículos sejam isolados.


Há ainda quem diga que esses textos parabólicos trazem algum tipo de interpretação oculta. O problema disso é que se tiramos um texto de contexto e atribuímos a ele uma suposta interpretação oculta, então basicamente cada pessoa, ou grupo religioso, pode dar a esse texto o sentido que quiser, e fica literalmente impossível haver clareza de sentido. Se pode dizer qualquer coisa, como verificar se uma interpretação é adequada?


Isso não é boa exegese, e sim pretexto para o engano, e infelizmente, para a manipulação das massas. Não se deixe enganar!Mais uma vez, a questão aqui não é falar de nenhuma religião em particular, mas sim de mostrar como utilizar as ferramentas adequadas para o bom entendimento das Escrituras, e evitar ser iludido por doutrinas que são tão sólidas quanto um castelo de cartas.



Um ótimo dia a todos!


Parábola (hebraico: mashal)

O que é uma ParábolaParábola é uma pequena narrativa que usa alegorias para transmitir uma lição moral.

As parábolas são muito comuns na literatura oriental e consistem em histórias que pretendem trazer algum ensinamento de vida. Possuem simbolismo, onde cada elemento da história tem um significado específico.

Algumas das parábolas mais famosas são as parábolas bíblicas, especificamente as parábolas de Jesus, que eram histórias com elementos comuns da cultura daquele tempo que tinham como objetivo ensinar coisas sobre o Reino de Deus. Entre as parábolas de Jesus, algumas das mais conhecidas são a parábola do filho pródigo, parábola dos talentos, parábola do semeador, parábola do trigo e do joio, etc.

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