xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: A humildade e a fé da mulher cananeia

quinta-feira, 24 de março de 2016

A humildade e a fé da mulher cananeia




A humildade e a fé da mulher cananeia


Uma situação que me chama muita atenção é o diálogo narrado em Mateus, de Jesus com uma mulher cananeia. O Evangelho de Marcos menciona que ela era grega, de origem siro-fenícia. Este simples fato, dela ser mulher e grega, já seria suficiente para que Jesus, devido a cultura de sua época, não lhe dirigisse palavra. Mateus nos conta que seus discípulos, inclusive pediram para que ela  fosse dispensada. Mesmo porque, ela gritava, e por certo, ja incomodava a todos com sua insistência.
Jesus, querendo fazer unicamente o que seu Pai o havia ordenado, respondeu que havia sido enviado às ovelhas perdidas da casa de Israel. Mas, aquela mulher cananeia, provavelmente atraída pela acessibilidade que encontrava em Jesus, se aproximou e adorou, pedindo socorro. Ele , como sempre, rompeu os protocolos e lhe respondeu. Mas, a resposta de Jesus certamente não foi das mais esperadas. Ele mostrou claramente que aquele povo não era prioridade no momento, em sua agenda.
Ele respondeu: “Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos” (Mateus 15:26).
Só que o que me surpreende mais ainda é a forma como esta mulher lida com essa situação tão constrangedora. Não se sentindo rejeitada ou preterida, ela humildemente ouve a resposta de Jesus e ainda insiste. Ela não queria mais pedir a deus pagão algum. Agora ela confiava e escolhia crer em Jesus. E creu tanto, que sua fé foi elogiada por Ele. Sinceramente, não sei se eu teria tanta humildade e fé. Mas, foi justamente esta postura de humildade que a levou a alcançar um elogio por parte de Jesus e ainda, seu milagre.
Creio que esta resposta de Jesus deve nos levar a ter cada vez mais convicção de fazermos tudo o que fizermos dirigidos pelo Pai e para glória do Pai.. É claro que Jesus sabia a mais profunda necessidade daquela mulher. E sua aparente negativa não tinha a ver com negligenciar a urgência do pedido dela. Talvez, nos dias de hoje, Jesus seria taxado de insensível com sua resposta, ou mesmo preconceituoso, por não privilegiar o pedido de uma siro-fenícia. Mas, Jesus nunca foi alguém movido por pressões populares, nem mesmo pelo ibope que suas “boas ações” causariam. Ele olhava fixamente para os planos do seu Pai, crendo que eram bem melhores e superiores aos seus.
A mulher cananeia, por sua vez, não questionou a agenda de Jesus e sua aparente negativa. Mas, continuou a olhar para aquele único que poderia lhe dar resposta. Ainda que, não no momento. Era isso que a movia. Ela não duvidou do caráter e do amor de Jesus, do qual sempre deve ter ouvido falar.
E é isso que deve nos mover. Ele nos ordenou a insistir, e não desistir daquilo que desejamos alcançar em Cristo. Seja qual for a situação, um pecado a ser vencido, uma situação financeira, um coração partido. Tudo isso deve ser levado ao nosso Grande Pastor com máxima urgência, sabendo sempre nosso lugar. Não exigindo direitos, pois não temos direito algum como servos. Mas, clamando e crendo na misericórida e no amor genuíno de Deus que, por vezes nos faz esperar, e por vezes nos faz clamar e tornar nosso coração humilhado, reconhecendo quem somos, diante da Sua presença.
“Eis que uma mulher cananéia, que saíra daquelas cercanias, clamou, dizendo: Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim, que minha filha está miseravelmente endemoninhada”. Mateus 15:22
Ela era uma pagã, mas tinha fé que Jesus podia curar sua filha. O povo dessa região pertencia à antiga linhagem cananéia. Eram idólatras, desprezados e odiados pelos judeus. A essa classe pertencia a mulher que foi ao encontro de Jesus. Era pagã, sendo portanto excluída das vantagens especiais dos judeus. Residiam entre os fenícios muitos judeus, e a notícia da obra de Cristo penetrara nessa região. Alguns dentre o povo Lhe ouviram as palavras e testemunharam as maravilhosas obras que realizava.
Essa mulher ouvira falar do profeta que, dizia-se, curava toda espécie de doenças. Ao ser informada de Seu poder, nasceu-lhe a esperança no coração. Inspirada pelo amor materno, decidiu apresentar- Lhe o caso de sua filha. Tinha o firme desígnio de levar sua aflição a Jesus. Ele devia curar-lhe a filha.
Cristo não atendeu imediatamente à súplica da mulher. […] Mas embora Jesus não respondesse, a mulher não perdeu a fé. Passando Ele, como se a não ouvisse, seguiu-O, continuando em suas súplicas. […] Com crescente ardor insistia a mulher em sua necessidade, inclinando-se aos pés de Cristo e clamando: “Senhor, socorre-me!” […] O Salvador fica satisfeito. Provou-lhe a fé nEle. Por Seu trato com ela, mostrou que aquela que era tida como rejeitada de Israel, não mais é estranha, mas uma filha na família de Deus. Como filha, tem o privilégio de partilhar das dádivas do Pai. Cristo assegura-lhe então o que pede, e conclui a lição dada aos discípulos. Voltando-se para ela com olhar de compaixão e amor, diz: “Ó mulher!, grande é a tua fé: seja isso feito para contigo como tu desejas.” E desde aquela hora a sua filha ficou sã.


Fonte: Filhas de Deus – Ellen White

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