xmlns:b='http://www.google.com/2005/gml/b'xmlns:data='http://www.google.com/2005/gml/data' xmlns:expr='http://www.google.com/2005/gml/expr'> Vida Cristã: O benefício do sofrimento

sábado, 20 de maio de 2017

O benefício do sofrimento



O benefício do sofrimento


Sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28).

Ultimamente, tenho refletido bastante sobre o sofrimento, e também buscado compreensão bíblica a respeito deste assunto. Sofrer é inevitável; e muitas são as razões que podem nos levar a sofrer: dificuldades nos relacionamentos, problemas financeiros, abusos, injustiças, enfermidades etc. E nesta minha busca, já encontrei informações preciosas que têm me ajudado a enxergar o lado bom do sofrimento.
Isso mesmo, descobri que o sofrimento tem um lado bom; e isto é maravilhoso. Talvez você já tenha passado pela péssima experiência de ir ou visitar uma igreja, na esperança de ouvir algo que lhe trouxesse consolo à sua dor, e se deparar com a seguinte afirmação: “este é um lugar de gente alegre! Pois a Palavra de Deus diz que na presença do Senhor até a tristeza salta de alegria!”; ou ainda: “assim como Pedro e os demais apóstolos se regozijaram após serem presos e açoitados, temos que nos alegrar em meio aos nossos sofrimentos”.

Sinceramente, está cada vez mais difícil suportar este tipo de mensagem, que ao invés de gerar consolo ao meu coração com um bom motivo que esclareça biblicamente a razão do meu sofrimento, tenta impor uma alegria (que eu não estou sentindo) sobre a minha dor. E foi esta uma das principais razões que me levou a tal busca pela compreensão bíblica do sofrimento.

Porém, antes de expor o que encontrei, preciso dizer que é muito comum, nas circunstâncias de dor e sofrimento, pensarmos que de alguma forma Deus pode estar irado conosco. Mas isto é uma cilada. Um grande erro é julgar o coração de Deus ao levar em conta as nossas circunstâncias. O amor de Deus por cada um de nós não é evidenciado pelas circunstâncias, “mas Deus prova o seu amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores” (Romanos 5.8).

Deus não está irado conosco. Ao contrario, Ele nos ama e provou este amor por nós na cruz. Sendo assim, por qual razão Ele nos permite sofrer? A carta de Paulo aos Romanos contém uma das afirmações mais conhecidas e utilizadas da Bíblia, que pode nos esclarecer muitas coisas a respeito desta questão – “Sabemos que tosas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que foram chamados segundo o seu propósito” (Romanos 8.28).

O que pouquíssimas pessoas consideram é o contexto deste versículo. É muito fácil dizer para alguém que está sofrendo: “todas as coisas cooperam para o seu bem”; mas, se o contexto não for compreendido, algumas dúvidas certamente irão permanecer: quais coisas exatamente vão cooperar para o meu bem? E que bem é este para o qual todas as coisas cooperam? Ao cumprimento de qual propósito este texto está se referindo especificamente?

O assunto que rege todo este bloco de texto no capítulo 8 é justamente o sofrimento. Inicialmente, Paulo fala dos sofrimentos que temos no mundo atual (v.18), também fala do sofrimento de toda criação (vs. 19-23), mostra que até mesmo o Espírito Santo produz gemidos diante de Deus como intercessor (v.26), finalmente o apóstolo diz que Deus age em todas as coisas (em meio ao sofrimento) para o bem daqueles que o amam (v.28).

Mas é no versículo 29 que o apóstolo Paulo revela “o bem” para o qual todas as coisas (sofrimentos) contribuem – para sermos conforme a imagem de Jesus. Sim, Deus está operando em todas as nossas circunstâncias para nos conformar progressivamente à imagem de Seu Filho Jesus; e os sofrimentos fazem parte deste processo, pois Jesus sofreu muito.

Obviamente, não há como comparar os nossos sofrimentos com os sofrimentos de Cristo. Mesmo que passássemos pelos sofrimentos físicos que Ele passou, jamais experimentaríamos os sofrimentos espirituais que Ele experimentou. Ele foi rejeitado para que nunca fôssemos rejeitados; Ele experimentou a separação para que nós nunca a experimentássemos. Mas há algumas formas que nos permitem sentir, até certo ponto, os sofrimentos semelhantes a Cristo.

A Palavra de Deus nos revela que nós também somos chamados a participar dos sofrimentos de Cristo (Filipenses 3.10; 1 Pedro 4.13). Por isso, não é sem motivo que nós sofremos. Jesus foi rejeitado pelos seus, foi humilhado pelas pessoas, foi abandonado e traído por seus amigos, esteve sozinho, sentiu-se angustiado, e até mesmo orou expressando a Deus quão profunda era sua tristeza: “minha alma está profundamente triste até a morte... Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice...” (Marcos 14.34-36).

Será que Deus está permitindo este sofrimento em sua vida para que você se torne um pouco mais parecido com Cristo? Eu acredito que sim. Esta é uma grande possibilidade, especialmente se você fizer parte daqueles que amam a Deus (Romanos 8.28,29). Sentir a dor da rejeição, do abandono, da traição, nos faz sentir um pouco do que Jesus sofreu por nós; e desta forma podemos ser coparticipantes dos seus sofrimentos.


São Paulo - SP

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